Finalista da Série D pelo Anápolis, próximo de ganhar mais um título na carreira, saudável, alegre, respeitado e com história no futebol. O atacante Marcão começa a quarta-feira (25) com mais um motivo para comemorar e sorrir, um dos traços dele – vai completar 39 anos. Ele é um dos jogadores mais realizados no futebol goiano nos últimos anos e figura como principal artilheiro, em atividade, no século 21.
Marcão se destacou no futebol goiano pelo Atlético-GO. Foram 96 gols marcados no Dragão. Ele rodou por outras equipes e voltou ao futebol goiano para atuar no Goiás (fez três gols) que, somados aos gols pelo Dragão e os 11 marcados pelo Galo da Comarca, fazem dele o maior artilheiro do século 21 ainda na ativa no futebol goiano. São 110 gols pelos três clubes.
Marcão deixou o Atlético-GO após quatro anos (jogou no Dragão entre 2008 a 2012) com dois três títulos: Série C 2008 e o bicampeonato estadual (2010 e 2011).
Além disso, teve dois acessos (Série C de 2008 à Série B de 2009 e desta para a elite nacional, em 2010), o gol decisivo que levou o Dragão à semifinal da Copa do Brasil (no Palmeiras), um dos gols no título do Goianão 2011 (1 a 1 com o Goiás) e o recorde na fase de reconstrução do clube - 96 gols marcados em jogos oficiais. Além disso, se tornou um jogador carismático entre os torcedores do Dragão.
São marcas importantes e, ao se lembrar delas, Marcão deixa escapar aquela risada espaçada, característica do “filho de mainha”, como era chamado entre os atleticanos.
Centrado, Marcão diz que deixará a festa de aniversário para outra ocasião, pois só quer se concentrar na decisão da Série D, domingo (29), contra o Retrô-PE, na Arena Pernambuco, em São Lourenço da Mata-PE.
Como venceu em casa por 2 a 1, o Galo da Comarca joga pelo empate para garantir o título. O aniversariante quer o título nacional para completar a futura festa dos 39 anos e planeja jogar mais uma ou duas temporadas, até 40 ou 41 anos, dependendo da condição física.
Marcão é um dos jogadores mais velhos na ativa, no futebol goiano. “Estou bem demais, voando. Os gaúchos falam que o vinho, quanto mais velho, melhor fica. Eu me cuido muito. O jogador precisa se cuidar, se preparar para jogar, pois dentro de campo não tem como se esconder”, explicou o goleador do Anápolis.
Pelo Galo da Comarca, ele fez 11 gols na temporada – cinco no Goianão, um na Copa Verde e cinco na Série D. Como Gonzalo Fornari está suspenso, Marcão é o mais cotado para disputar a decisão histórica para o Tricolor.
Na final da Série D, o atacante leva toda a experiência adquirida no futebol. Há 16 anos, chegou ao Atlético-GO para ser avaliado, “fazer teste”, como lembra o jogador. Foi apresentado no CT do Dragão como Marquinhos e era promessa do Ipitanga-BA.
Alto, magro, forte, logo mostrou virtudes e, do nome no diminutivo, passou ao aumentativo. Virou Marcão. Testado, foi aprovado, campeão da Série C 2008 e é um dos maiores goleadores deste torneio numa edição – 25 gols. Ele e Kleber Pereira (Moto Club-MA) fizeram 25 gols cada um e só perdem para Túlio Maravilha, que anotou 27 gols na Série C 2007, pelo Vila Nova.
No Galo da Comarca, Marcão ambiciona mais um título na carreira. Ele conquistou títulos pelo Atlético-GO, Bahia, Brasiliense e Esportivo-RS.
Fora os acessos, são cinco no currículo: dois pelo Atlético-GO, um no xará, o Athletico-PR (Série B 2012), outro no Caxias-RS (à Série C 2024) e o mais fresco deles, o inédito acesso do Anápolis (à Série C 2025). O atacante também garantiu algumas artilharias no decorrer da carreira.
Ao se transferir para Anápolis, Marcão explica que se adaptou rápido à vida numa cidade do interior goiano, mas em constante crescimento. Um dos segredos durante a carreira, segundo ele, é buscar a rápida adaptação aos lugares. “Joguei na Arábia (Saudita, pelo Al Shaab). Lá, às vezes eram 55 graus”, citou o jogador, que tinha de ficar recluso em casa, durante o dia, para treinar à noite.
Morar em Anápolis tem sido fácil para a vida pacata que ele leva. “Vou ao shopping com minha filha (Maria Clara), costumo pescar no pesque pague. Sou bem caseiro. O povo daqui me trata bem”, comentou Marcão, conhecido pela simplicidade no trato com as pessoas.
No clube, treinar é algo que Marcão gosta de fazer. Cuidar da saúde e do físico estão entre as prioridades.
“Nunca tive contusões mais sérias, fraturas. Só algumas lesões musculares, mas me sinto muito bem”, garantiu Marcão que, quando encerrar a carreira, planeja voltar para a cidade natal, Camaçari-BA, para cuidar de um projeto social (escolinha) sob cuidados de um primo, Jean, e que Marcão acredita que é possível revelar bons valores no futebol. Além disso, ele quer acompanhar de perto a carreira dos sobrinhos.