Desde a estreia na Série A do Brasileiro, o Atlético já disputou 14 partidas - onze pela elite nacional e três pela Copa do Brasil. O Dragão estreou no dia 12 de agosto - desde então, já se passaram 45 dias, marcados por trabalhos regenerativos, pouco tempo para treino de campo e viagens. Com elenco curto, jogadores já começam a apresentar sinais de desgaste físico. Ciente disso, o técnico atleticano, Vagner Mancini, valoriza a entrega individual dos atletas e ressalta a necessidade de ser fazer o rodízio de jogadores nos jogos.
O “rodízio” tem sido uma palavra muito repetida pelo treinador. Diante do Botafogo, no último domingo (27) e três dias depois do triunfo (3 a 1) sobre o Fluminense, o treinador fez cinco alterações, deixando cinco titulares no banco de reservas.
“A dificuldade não é só o Atlético. Todas as equipes têm. Quem está na Copa do Brasil ou na Libertadores, vai sofrer mais. Quem tem o elenco enxuto, como o nosso, acaba sentindo mais. As alterações foram por ordem fisiológica, de desgaste físico. Acho que vai ser a tônica do campeonato e teremos de nos superar”, explicou Vagner Mancini, após empate com o Botafogo.
Ele terá de mudar de novo o time, diante do Corinthians, não por causa de desgaste, mas porque o atacante Janderson e o zagueiro João Victor pertencem ao adversário e não poderão atuar pelo Dragão, por acordo entre as diretorias.
A convivência com desgaste e mudanças de time devem prosseguir nos próximos compromissos do Atlético, que terá sequência de três partidas fora no curto espaço de oito dias: diante do Corinthians (quarta, dia 30), Fortaleza (domingo, dia 4) e São Paulo (na quarta, dia 7). Além do tempo reduzido, a delegação terá de viajar pra São Paulo nesta terça-feira, jogar no dia seguinte, fazer outra viagem até Fortaleza, disputar o jogo de domingo e retornar à capital paulista no dia seguinte.
O Atlético tem no elenco dois jogadores que ainda não ficaram fora de nenhum dos onze jogos da Série A: o goleiro Jean e o volante Edson. Outros quatro que desfalcaram a equipe só uma vez: o lateral Dudu, o zagueiro Éder, o meia Ferrareis e o atacante Hyuri. Matheuzinho e Chico (meias) atuaram nove vezes, mas Chico teve de entrar no esquema do rodízio contra o Botafogo, pois ele passou a atuar regularmente desde a negativa de Jorginho em seguir no clube.
Jorginho e Renato Kayzer (negociados ao Athletico-PR) eram titulares, enquanto Moacir, que fazia parte do elenco, foi liberado e se transferiu para o CRB-AL. Há casos ao contrário, como do meia boliviano Henry Vaca, que jogou apenas uma vez, diante do Grêmio (1 a 1).
“Essa é uma questão que o (Vagner) Mancini já vem colocando em suas entrevistas, que precisa rodar o elenco, por causa de desgaste. São jogos após jogos. Então, não dá tempo de recuperação de todos os atletas. Pra nós, que estamos entrando e temos a oportunidade de ser titular, é muito bom. Mas, também pra ajudar a equipe nessa questão de desgaste”, ressaltou Matheus Vargas.
Ele foi decisivo contra o Fluminense, mas revela um receio que passou a tirar o sono de outros jogadores - o contato com atletas do Fluminense, que tiveram nove casos de testes positivos à Covid-19. O elenco do Atlético fez testes RT-PCR na tarde de segunda e aguarda os resultados nesta terça. “No momento em que ficamos sabendo da notícia, entramos em contato direto com o clube, com o Júnior Mortosa (supervisor), para saber dos resultados (de testes) que fizemos para o jogo diante do Botafogo. Ainda bem que ninguém tinha sido contaminado, mas tivemos preocupação, sim”, frisou Matheus Vargas.
“Comentei até que o Luccas Claro, que foi um dos infectados, que fiz marcação individual. Depois que entrei na partida, eu o marquei. Fiquei com receio, estou com receio, não vou mentir. Fizemos os novos exames, agora, para a partida contra o Corinthians, e ainda estou preocupado. Mas o protocolo vem sendo seguido. Se por acaso alguém der positivo, vamos saber quem é e se isolar o mais rápido possível”, destacou.