Esporte

Atlético-GO x Nacional: Dragão a um passo da semi da Sul-Americana

Ernesto Ryan/Getty Images
Renan, que segue como titular do gol do Atlético-GO desde que entrou no confronto de ida contra o Nacional, conversa com Luis Suárez, que volta a enfrentar, agora no Serra Dourada

O Atlético-GO está a um passo da classificação inédita à semifinal da Copa Sul-Americana. Para isso, basta garantir o empate diante do Nacional (Uruguai), na noite desta terça-feira (9), a partir das 19h15, no Estádio Serra Dourada. O Dragão volta ao principal palco do futebol goiano para decidir a vaga que pode colocar o clube um degrau acima dos que foram escalados até agora, como ocorreu na partida anterior que fez no mesmo local, ao eliminar o Olimpia (Paraguai) com triunfo no tempo regulamentar e nos pênaltis.

(Onde assistir, arbitragem, escalações e outros detalhes na ficha técnica ao fim deste texto)

Desde a vitória histórica de 1 a 0 sobre o time uruguaio fora de casa, em Montevidéu, há um olhar diferente sobre as possibilidades de um clube que não é apenas surpreendente, vem também se mantendo competitivo, decisivo e letal na terceira participação num torneio internacional.

Tudo o que ocorreu e os resultados alcançados tiveram ares de ineditismo. No clube, o sentimento é de que o momento é propício para mais. O presidente do Atlético-GO, Adson Batista, na noite de sábado (6), após a vitória (2 a 1) sobre o Red Bull Bragantino-SP pelo Brasileiro, falou que “o céu é o limite” caso a equipe não perca a essência.

Na viagem pela América do Sul até agora, o Dragão soprou fogo. A partida no Serra Dourada pode significar algo mais: o direito de continuar a viagem continental e mostrar que o Dragão não é somente coadjuvante. Ao contrário, pode ser protagonista e semifinalista de uma competição em que sequer imaginava fazer parte há alguns anos, quando era um clube em processo de reconstrução ou que vivia das histórias, como a de quando enfrentou e venceu o Nacional no dia 23 de março de 1975, na disputa do quadrangular Osmar Cabral, ainda nos primeiros dias de jogos no recém-inaugurado Serra Dourada.

Se avançar, o Dragão pega um adversário brasileiro: São Paulo ou Ceará - na ida, o tricolor paulista venceu por 1 a 0, e a volta será nesta quarta-feira (10), na Arena Castelão. Do outro lado do chaveamento, estão os confrontos Inter x Melgar e Independiente Del Valle x Deportivo Táchira. A final, em jogo único, será disputada em Córdoba, na Argentina.

Nunca os caminhos da América do Sul estiveram tão bem pavimentados e largos para o Atlético-GO como estão agora. É certo que percursos percorridos até o momento tiveram curvas, os incidentes e as trocas na condução - o técnico Umberto Louzer comandou o time durante parte do torneio, mas a direção do comboio acabou nas mãos de Jorginho.

Atalhos

Coincidentemente, o treinador conhece bem os atalhos e os percalços da Sul-Americana, pois dirigiu o Dragão durante quatro jogos no ano passado, disputou o torneio pelo Goiás (2010) e foi vice-campeão da Sula 2013 pela Ponte Preta. Prudente, Jorginho avisou que não há nada definido com as razões de quem viveu situações adversas e favoráveis no futebol.

Na semana passada, a torcida do Nacional preparou a festa de recepção para o ídolo Luis Suárez na partida disputada no Estádio Gran Parque Central. O futebol uruguaio viveu momentos de êxtase ao abrir as portas para o maior artilheiro da seleção uruguaia, titular na disputa de três edições (2010, 2014 e 2018) da Copa do Mundo, semifinalista do Mundial 2010 e campeão da Copa América 2011.

O Atlético-GO se aproveitou da ocasião, roubou a cena e conquistou a expressiva vitória de 1 a 0 em Montevidéu.

Porém, o Nacional traz a Goiânia a sua atração internacional. O cartão de visitas continua atendendo pelo nome de Luis Suárez. Após atuar por cerca de 20 minutos na estreia, contra o Dragão, Luisito ficou mais tempo em campo na goleada de 3 a 0 sobre o Rentistas, no jogo disputado sábado pelo Torneio Clausura. El Pistolero marcou o primeiro gol para delírio dos “hinchas” do Nacional e ainda desperdiçou uma penalidade.

Nada que tirasse o brilho de uma estrela de primeira grandeza que os uruguaios esperam ver reluzir novamente. Afinal, o último grande momento do clube em nível internacional se deu há 34 anos, em 1988, quando ganhou as copas Libertadores e Intercontinental.

O Atlético-GO ainda não chegou a este nível. Sabe que a jornada continua, se mostrou um convidado indesejado em Montevidéu que, na noite desta terça-feira (9), tem a possibilidade de fazê-la mágica, inesquecível, de brilho único. O time atleticano terá de saber tirar proveito da vantagem alcançada fora. Agora, terá a companhia dos torcedores rubro-negros, convicto de que não pode deixar de lado a valentia que a ocasião requer. Também não pode abandonar o lado lúdico de encantar quando for permitido e possível.

Jorginho avisou que a equipe poderá ter uma postura com ares de “conservadora”, mas apenas para administrar uma situação favorável, sem deixar de ser intensa. Foi assim que o time atleticano conquistou resultados históricos, como a goleada sobre a LDU (4 a 0), as vitórias sobre o Defensa y Justicia (1 a 0 e 3 a 2), a pontual vitória sobre o Olimpia (2 a 0 no tempo regulamentar e 5 a 3 nos pênaltis) com 15 minutos intensos e o épico triunfo de 1 a 0 sobre o próprio Nacional, em que suportou a pressão das arquibancadas, cozinhou o adversário e deu-lhe bote fatal no cruzamento de Léo Pereira para o gol de Luiz Fernando.

O Atlético-GO não terá mudanças radicais para decidir a vaga diante do Nacional. Autor do gol histórico, Luiz Fernando permanece no ataque, ao lado de Léo Pereira e Diego Churín. Renan voltou ao time em Montevidéu numa situação de emergência, mas mostrou a segurança exigida de um bom goleiro numa noite de intervenções importantes. Na defesa, Wanderson e Klaus fazem a dupla de zaga. Da parceria, espera-se sintonia e desenvoltura no jogo aéreo, algo que preocupa Jorginho para a decisão.

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