Esporte

Atlético-GO x São Paulo: Dragão quer fazer mais história

Wesley Costa / O Popular
Churín, que se destacou com assistências nas quartas de final, volta a ser titular no ataque atleticano

Inserido no seleto grupo de clubes brasileiros que estão na corrida por um título internacional na América do Sul na atual temporada, o Atlético-GO inicia, diante do São Paulo, na noite desta quinta-feira (1º), às 21h30, a disputa da semifinal da Copa Sul-Americana. No Estádio Serra Dourada, os dois clubes brigam pelo direito de ser o representante do futebol nacional na decisão do torneio continental, contra o classificado do confronto Melgar (Peru) x Independente Del Valle (Equador).

(Confira onde assistir, arbitragem, escalações e serviço de ingressos no fim desta reportagem)

O duelo entre os dois brasileiros coloca frente à frente um time que é semifinalista pela primeira vez do torneio, o Atlético-GO, e outro que foi campeão há dez anos (2012), o São Paulo.

Na fase decisiva da Sul-Americana em 2022, o Atlético-GO escreveu parte da história dele como líder do Grupo F (13 pontos) e vitorioso no mata-mata diante de dois adversários de renome na América: Olimpia, do Paraguai (oitavas de final) e Nacional, do Uruguai (quartas de final). Em termos de campeões no continente, o São Paulo é o quinto ganhador de taças que o Dragão enfrenta em 2022, além de LDU (Equador), Defensa y Justicia (Argentina) e os já citados Olimpia e Nacional.

Não custa nada sonhar, vale a pena tentar e há chances de chegar à final. A ocasião é agora, em uma temporada em que se divide em sucesso nas copas, apesar da eliminação frustrante diante do Corinthians nas quartas da Copa do Brasil após abrir vantagem, e preocupação com o risco cada vez maior de rebaixamento no Brasileiro de pontos corridos.

O Atlético-GO se insere entre o desafio e a possibilidade, misturando o sonho e a realidade, à procura de se fazer grande sobre um gigante. Os atleticanos têm a esperança de carimbar de novo o passaporte internacional do clube, desta vez para disputar o título da Sul-Americana no dia 1º de outubro, em Córdoba (Argentina), no Estádio Mario Kempes.

Na competição, a semifinal entre clubes do País ocorre na temporada em que o futebol brasileiro se apresenta novamente como a força continental. Atlético-GO e São Paulo estão nessa faixa, no torneio, enquanto na Copa Libertadores aparecem gigantes como Flamengo, Athletico-PR e Palmeiras entre os quatro semifinalistas.

O mérito do Dragão é justamente estar inserido entre os clubes que ainda restam vivos na disputa por um título internacional. O time atleticano concorre contra o campeão da Sul-Americana 2012 e, mais do que isso, está diante de um clube que foi três vezes campeão da Libertadores (1992, 1993 e 2005) e conquistou três vezes o Mundial Interclubes (1992, 1993 e 2005), além de outros torneios em nível internacional.

Uma figura emblemática desta semifinal é o ex-goleiro Rogério Ceni, reserva nas conquistas da década de 1990, titular e destaque em 2005 e presente no último troféu continental, na Sul-Americana 2012, como jogador. Agora, Rogério Ceni tem a responsabilidade de conduzir o tricolor à final e ao título, o que se apresenta mais palpável ao clube, pois as chances na semifinal da Copa do Brasil diminuíram acentuadamente após a derrota em casa (3 a 1) que sofreu do Flamengo no Morumbi.

O São Paulo se vê pressionado por causa isso. Jogava em duas colunas, mas sabe que, na prática, pode restar apenas uma, a não ser que vença o Flamengo por dois ou mais gols de diferença no Rio e tente avançar nos pênaltis.

O Atlético-GO não tem uma figura simbólica no banco de reservas, como o tricolor, mas aposta em uma novidade no mesmo local: a estreia do técnico Eduardo Baptista na semifinal da Sul-Americana. O treinador chega para disputar pela terceira vez a Sula - era treinador do Sport em 2014 e 2015, mas caiu na fase inicial. Chega para trabalhar pela reviravolta do elenco nos derradeiros três meses deste ano.

Há duas metas postas ao estreante treinador: brigar pelo título continental e evitar o descenso à Série B 2023. Caso isso seja alcançado, Eduardo Baptista se tornará personagem importante e vencedor nos 85 anos de história atleticana.

O Atlético-GO disputa a Sul-Americana pela terceira vez - antes, esteve nas edições 2012 e 2021. O São Paulo é o segundo adversário nacional que o Dragão enfrenta, depois da estreia na competição, há dez anos, quando o torneio tinha outro formato e o time atleticano jogou na 1ª fase diante do Figueirense-SC (empataram por 1 a 1 duas vezes e decidiram a vaga nos pênaltis, com triunfo atleticano por 4 a 3 em Florianópolis).

Como naquele confronto, o clube goiano decidirá a vaga fora de casa, em São Paulo, na próxima quinta (8).

Nesta semifinal, o Atlético-GO defende uma escrita positiva em termos de Sul-Americana - a de estar invicto como mandante comando as três participações. O Dragão nunca perdeu em Goiânia.

Pela ordem, empatou com Figueirense-SC (1 a 1) e venceu a Universidade Católica (Chile) por 3 a 1, há dez anos. Na temporada passada, empatou três vezes de 0 a 0, em casa, com Newell’s Old Boys (Argentina), Libertad (Paraguai) e Palestino (Chile). O melhor aproveitamento se dá na temporada 2022, na qual ostenta 100% de aproveitamento no torneio como mandante - ganhou da LDU (4 a 0), Defensa y Justicia (3 a 2), Antofagasta (1 a 0), Olimpia (2 a 0 no tempo regulamentar e 5 a 3 nos pênaltis) e Nacional (3 a 0).

Estilo copeiro

Assimilando o estilo copeiro, o Atlético-GO foi escrevendo as páginas mais valiosas do clube em nível internacional.

Desfalcado de Luiz Fernando, artilheiro do clube na Sul-Americana com três gols, o Dragão terá novidades em campo, além da estreia do técnico Eduardo Baptista. O treinador muda o time nas laterais, nas quais Dudu e Jefferson estão de volta. A principal mudança está na nova formatação tática, em que a equipe terá um trio de volantes: Gabriel Baralhas, Marlon Freitas e, a cara nova, Edson Fernando. Jorginho completa o quarteto de meio-campo.

No ataque, o argentino Diego Churín retorna. Ele é o capitão do time na Sul-Americana e se destacou na goleada de 3 a 0 sobre o Nacional com três assistências para gols.

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