A partir da próxima temporada e pelos próximos três anos, Goiânia pode sediar a etapa anual da MotoGP, com possibilidade de renovação de vínculo por até mais três anos. Esses e outros termos serão negociados nos próximos dias por uma comitiva do Governo de Goiás, que embarca na próxima quinta-feira (27) para reuniões na Europa com a Dorna Sports, empresa detentora dos direitos comerciais da categoria de motovelocidade.
A comitiva contará com a presença de dois secretários goianos: Rudson Guerra, da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), e Adriano Rocha Lima, da Secretaria Geral do Governo. Eles passarão pela Holanda, que será sede da 8ª etapa da MotoGP no próximo final de semana, e depois pela Espanha, onde está sediada a Dorna Sports. Os dois seguirão a negociação para trazer a categoria de volta para Goiás.
“Estamos bem confiantes. Nós tivemos diversas conversas com a Dorna e o governador Ronaldo Caiado nos determinou para oficializar o retorno da MotoGP. A oportunidade é muito real. Tem tudo para dar certo. A próxima etapa será conhecer os termos do contrato, as exigências que a Dorna tem, mas nos reunimos várias vezes e nosso autódromo tem a característica e a segurança que eles pedem”, afirmou o secretário Rudson Guerra.
As conversas para o retorno da MotoGP para Goiás começaram no início deste ano. Em fevereiro, pessoas que trabalham na administração do autódromo, que completa 50 anos em 2024, iniciaram diálogos nos bastidores com organizadores de eventos internacionais para ver a possibilidade de alguma categoria internacional considerar Goiânia como sede de uma etapa. A Dorna Sports soube do interesse e procurou membros do governo goiano.
“No autódromo, nós temos muitas pessoas que gostam de motovelocidade e interagem com organizadores. Essa conversa chegou na Dorna, que ficou sabendo da nossa intenção e, então, nos procurou. A possibilidade é real. Desde fevereiro, nos reunimos diversas vezes, trocamos muitas informações e detalhes do autódromo, principalmente do traçado e de segurança”, completou o secretário Adriano Rocha Lima.
Segundo os secretários, a Dorna informou que o Brasil receberá a etapa da MotoGP em 2025.
Além de Goiânia, a cidade de São Paulo, algumas cidades no Sul do País (não tiveram nomes divulgados) e Brasília teriam demonstrado interesse em receber a categoria, que, até o ano passado, tinha etapa disputada na Argentina. Cortes de gastos no país vizinho abriram a possibilidade da vinda da categoria para o Brasil.
Caso Goiânia receba a MotoGP a partir de 2025, a etapa seria disputada no segundo semestre no primeiro ano. O contrato inicial é de três temporadas. Em 2026 e 2027, haveria possibilidade da etapa ocorrer no primeiro semestre. No acordo, uma possibilidade de renovação por mais três temporadas deve ser inserido.
De acordo com os secretários goianos, as conversas com a Dorna estão em estágio adiantado e a viagem para a Europa tem como objetivo avançar na negociação para voltarem para Goiânia com o “falta assinar” no possível contrato entre as partes. O vínculo seria assinado até o final de agosto.
Nas reuniões feitas, todas virtuais, a Dorna teria expressado que o Autódromo Internacional de Goiânia precisa de ajustes, considerados simples por membros do governo, na pista e nas áreas dos boxes. Todos os ajustes necessários serão definidos neste encontro com a Dorna nos próximos dias.
Rudson Guerra e Adriano Rocha Lima vão entregar para a Dorna uma carta de interesse para que Goiânia se torne sede da MotoGP a partir do próximo ano.
“Essa carta de interesse já apresenta todos os detalhes para que um contrato seja produzido depois. Temos informações sobre o autódromo, nossos estudos de economia, como provas de automotor movimentam Goiânia, rede hoteleira, informações dos aeroportos internacionais próximos (Goiânia e Brasília). Eles (Dorna) já sabem do nosso interesse. A ideia, lá na Europa, é confirmar as condições e entrar nos termos do contrato para oficializarmos com assinaturas a vinda da MotoGP para Goiânia”, salientou Adriano Rocha Lima.
Goiânia já recebeu etapas da MotoGP nos anos de 1987, 1988 e 1989. Hoje, a categoria é uma das principais no mundo da velocidade.
“Não dá para comparar. Hoje, em termos de profissionalismo, organização e alcance, é totalmente diferente do que foi naquela época. Hoje, a MotoGP reúne tanta gente como a Fórmula 1. Goiânia tem relação forte com motos e carros, temos estudos que mostram o retorno de arrecadação. A MotoGP pode trazer impacto positivo para economia, esporte e cultura. Será um marco imenso caso tudo ocorra como planejamentos”, concluiu Adriano Rocha Lima.