O futebol brasileiro tem assistido no último mês a uma escalada de casos de violência, alguns deles envolvendo agressões a atletas e funcionários dos clubes.
Desde o dia 12 de fevereiro, quando o motoboy e torcedor palmeirense Dante Luiz Oliveira, 40 anos, morreu baleado nas imediações do Allianz Parque após a derrota do Palmeiras na final do Mundial de Clubes, houve pelo menos outros nove registros de episódios violentos.
No último dia 24, o ônibus que levava jogadores do Bahia para o duelo com o Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste, foi atacado com uma bomba nas proximidades da Arena Fonte Nova. Os estilhaços da explosão, que atingiu o parabrisa traseiro e uma janela lateral do veículo, acabaram ferindo o goleiro Danilo Fernandes -que teve ferimentos próximos aos olhos- e o lateral esquerdo Matheus Bahia.
Na mesma data, uma van que transportava jogadores do Náutico foi atacada por torcedores do clube durante o desembarque no Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, em Recife. A equipe alvirrubra havia acabado de ser eliminada na primeira fase da Copa do Brasil para o Tocantinópolis.
Dois dias depois, no dia 26 de fevereiro, um sábado, três casos de violência ocorreram em jogos dos campeonatos estaduais pelo Brasil.
No Paranaense, a derrota do Paraná Clube por 3 a 1 para o União Beltrão resultou no rebaixamento dos paranistas para a segunda divisão, o que provocou a ira dos torcedores presentes na Vila Capanema. Muitos invadiram o gramado ainda antes do apito final e trocaram agressões com atletas da equipe, que procuravam se defender.
Mais tarde, o Grêmio se dirigia ao estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, para o clássico com o Internacional, quando o veículo foi apedrejado. O meia paraguaio Mathías Villasanti foi atingido na cabeça por uma pedra e precisou ser encaminhado a um hospital, onde recebeu o diagnóstico de traumatismo craniano.
O Grêmio informou à Federação Gaúcha de Futebol que não disputaria o clássico, e a partida terminou suspensa. Villasanti se encontra bem e retornou aos treinos com o elenco gremista.
Também no dia 26, o Futebol Clube Cascavel teve seu ônibus apedrejado na saída do estádio Willie Davids, em Maringá, após confronto com os donos da casa pelo Campeonato Paranaense. Não houve feridos, segundo o clube.
Além dos episódios envolvendo jogadores e funcionários das equipes, o último mês também registrou seguidos casos de brigas entre torcedores.
No último dia 23, uma confusão entre botafoguenses e flamenguistas após clássico entre os times, no Rio de Janeiro, deixou dois feridos. A briga aconteceu no bairro do Flamengo, zona sul da cidade, e terminou com duas pessoas detidas.
Neste fim de semana, brigas de torcidas ocorreram em pelo menos três estados: São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.
Na capital paulista, no sábado (5), após a vitória do São Paulo sobre o Corinthians pelo Estadual, são-paulinos e corintianos entraram em confronto na estação Primavera-Interlagos, da Linha 9 da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Quatro indivíduos foram detidos.
Neste domingo (6), uma briga envolvendo atleticanos e cruzeirenses em Belo Horizonte, horas antes do clássico pelo Campeonato Mineiro, resultou na morte de Rodrigo Marlon Caetano Andrade, 25, torcedor do Cruzeiro que foi baleado na confusão.
O clássico entre Flamengo e Vasco, também neste domingo, registrou episódios violentos no Espírito Santo.
Flamenguistas e vascaínos entraram em confronto no bairro de Fátima, município de Serra, que fica na região metropolitana de Vitória. O caso ocorreu horas antes do clássico carioca.
Procura pela reportagem para se manifestar sobre a escada da violência no futebol brasileiro, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não se manifestou até o momento.