O Atlético-GO e o técnico Vagner Mancini viajaram ao Rio, pressionados, para enfrentar o Fluminense, favorito à vitória no Maracanã. O Dragão teria de dar uma resposta às críticas, aos problemas internos e à necessidade de se reabilitar na Série A do Brasileiro na noite de quarta-feira (2). O treinador prometeu mudar o time com expectativa de uma mudança de atitude. Fez isso com cinco trocas e se deu bem. Após sair em desvantagem no placar, a equipe atleticana fez o que se esperava - buscou a reação na etapa final. Acabou premiado por ser mais ousado e chegou ao empate, de 1 a 1, no gol de Renato Kayzer, atacante que fez muita falta nas rodadas iniciais da competição, após ficar sem atuar por um mês, por causa de lesão muscular. Renato Kayzer chega a oito gols na temporada e se isola como artilheiro do clube em jogos oficiais.
Assim, o resultado alivia a pressão sob Vagner Mancini, dá fôlego à renovada equipe para buscar outro bom resultado no domingo (6), diante de outro favorito, o Grêmio, no Estádio Olímpico. O Dragão consegue pontuar depois de três derrotas seguidas na Série A, além de outra na Copa do Brasil. Chega a 5 pontos, se mantém entre os últimos colocados, mas o que fez no Rio serve como alento às rodadas futuras. Contra times carioca,s, tem aproveitamento bom, pois soma quatro pontos em seis disputados. Os dois clubes disputaram no Rio o que se pode chamar de a primeira partida de uma melhor de três, pois ambos terão mais dois confrontos decisivos e que valem a sobrevivência, Desta vez, pela 4ª fase da Copa do Brasil, ainda neste mês de setembro.
Promessa feita, promessa cumprida. Assim, com praticamente metade da equipe modificada - cinco novidades -, Vagner Mancini seguiu à risca o que havia antecipado no domingo (30), após o Dragão perder do Ceará (2 a 0), no Olímpico. O treinador disse que iria "mudar" a equipe, usar jogadores que não sentissem o aspecto emocional. Fez isso na defesa, meio de campo e ataque. As caras novas atleticanas foram João Victor (zagueiro), Willian Maranhão (volante), Chico (meia atacante), Janderson e Renato Kayzer (atacantes).
Pela primeira vez, Kayzer iniciou jogo nesta Série A, após se recuperar de lesão muscular. Decisão ousada do técnico, cada vez mais pressionado pela necessidade de resultados positivos no Dragão. Questão de comando, sobrevivência no cargo do treinador e a tentativa de mudar atitude em campo. Ao mesmo tempo, o técnico se vê em meio à pior crise interna do clube nos últimos dois anos. Jorginho, a diretoria e o treinador não têm se entendido. O jogador não viajou ao Rio, sob alegação de não ter sido relacionado pela comissão técnica, enquanto o clube diz que foi o Jorginho que pediu para ficar fora. Controvérsia.
No Maracanã, além de Jorginho, Gilvan (zagueiro e capitão), Everton Felipe (meia) e Hyuri (atacante) não iniciaram o jogo. Os que entraram no começo ou no decorrer do jogo, como João Victor, Matheuzinho, Chico, Everton Felipe e Matheus Frizzo, ganharam pontos com o treinador.
A estratégia de Mancini e do Dragão de equilibrar a partida se desfez no início do jogo. Superior, confiante, motivado, o Fluminense abriu o placar com pouco tempo de partida. Lance trabalhado, cruzamento de Nenê e voleio de Evanilson, uma das boas novidades do Tricolor neste ano, na área. Fluminense 1 a 0, aos 6 minutos. Como alento ao Dragão, o Tricolor teve o volante Hudson expulso aos 39 minutos na etapa inicial. Ferrareis perdeu boa chance e Renato Kayzer exigiu boa defesa do goleiro. O Dragão teve mais atitude na etapa inicial.
Porém, o melhor estava reservado ao segundo tempo. A questão era o Atlético fazer bom uso da vantagem numérica de jogadores em campo. O técnico do Fluminense recuou, na troca de atacante por volante para manter o placar. O Atlético fez pressão sobre o Fluminense, mas errava a definição da jogada. O domínio atleticano não se traduziu no mais importante - o gol. Vagner Mancini avançou o time. Deu certo, porque chegou ao empate. Hyuri e Chico iniciaram lance pra conclusão do oportunista Renato Kayzer - 1 a 1, aos 33 minutos, coroando o retorno dele à equipe sem estar na melhor condição física.
Ficha técnica:
Fluminense: 1
Marcos Felipe; Calegari, Nino, Digão, Egídio; Hudson, Dodi, Michel Araújo (Fred), Nenê (Luiz Henrique); Marcos Paulo (Yago Felipe) e Evanílson (Fernando Pacheco). Técnico: Odair Hellmann
Atlético: 1
Jean; Dudu, João Victor, Éder, Nicolas (Hyuri); Edson, Willian Maranhão (Matheus Frizzo), Chico; Janderson (Everton Felipe), Renato Kayzer, Ferrareis (Matheuzinho). Técnico: Vagner Mancini
Local: Estádio do Maracanã (Rio/RJ). Árbitro: Marieslon Alves da Silva/BA.
Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha de Matos/BA (Fifa) e Elicarlos Franco de Oliveira/BA.
Gols: Evanilson aos 6 minutos do 1º tempo; Renato Kayzer aos 33 minutos do 2º tempo.
Expulsão: Hudson (1º tempo).