Com 92% de risco de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Goiás optou por uma última mudança de rota para as rodadas finais e decidiu pela demissão do técnico Armando Evangelista. A escolha de substituição foi por Mário Henrique, técnico do sub-20, para assumir até o fim do Brasileirão. O clube repete a mesma fórmula utilizada nos dois últimos rebaixamentos da equipe com apostas caseiras para tentar reverter um quadro que aponta para a queda de divisão.
Armando Evangelista deixou a Arena MRV, em Belo Horizonte, após derrota para o Atlético-MG por 2 a 1, com a ideia de que, apesar da derrota e da situação delicada, o Goiás ainda tinha chances de escapar do rebaixamento. O técnico projetava as correções necessárias para buscar vitórias nos quatro jogos finais no Brasileirão. Só que o clube esmeraldino decidiu pela demissão do treinador português e de seus auxiliares. Com apenas 12 pontos em disputa, a mudança chega em um momento crítico e de pequena margem de probabilidade de reversão da situação.
A mudança foi uma decisão tomada pelo presidente do clube, Paulo Rogério Pinheiro, e causou reações diversas não só na torcida esmeraldina, mas também em analistas que acompanham o Campeonato Brasileiro. Nas arquibancadas, parte da torcida do Goiás vaiava Armando Evangelista nos últimos jogos e protestava contra as decisões dele.
Por outro lado, muitos torcedores utilizaram as redes sociais do próprio clube para definir como errada a demissão de Armando Evangelista. Esmeraldinos comentaram uma publicação oficial do Goiás no Instagram com reprovação à medida tomada pela diretoria e colocando nos próprios dirigentes a culpa pelo momento vivido pelo clube.
Com a decisão desta terça-feira (14), o Goiás repete a fórmula que utilizou nos rebaixamentos de 2015 e 2020, quando os dirigentes optaram por interinos no comando da equipe. Em 2015, a direção definiu o preparador físico Danny Sérgio para liderar a equipe nos últimos jogos da Série A. Cinco anos depois, o clube tomou essa medida com tempo ainda maior e colocou nas mãos de Augusto César e Glauber Ramos a missão de tentar evitar o rebaixamento.
Pratas da casa
Com Mário Henrique no comando da equipe profissional nos quatro jogos que restam, há expectativa para maior utilização de jogadores pratas da casa nesta reta final da competição. Ao longo de toda a Série A, apenas dois jogadores formados pelo clube estiveram em campo por poucos minutos. O atacante Pedrinho jogou por seis minutos na vitória sobre o Botafogo, no 1º turno. O centroavante Denzel esteve em campo por pouco mais de 20 minutos no empate, sem gols, diante do Flamengo na Serrinha.
Desde que assumiu a presidência do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro não conseguiu manter uma comissão técnica por uma temporada completa. O dirigente teve seu triênio marcado por muitas demissões e contratações de treinadores.
Armando Evangelista deixa o clube como o terceiro treinador com mais jogos na gestão de Paulo Rogério Pinheiro. Com 26 jogos, ele fica atrás apenas de Jair Ventura (41) e Glauber Ramos (37) - este último assinou súmulas como treinador na Série A de 2020 quando formava uma espécie de comando duplo com Augusto César.
Além deles, passaram pelo cargo nos últimos três anos os técnicos Guto Ferreira, Marcelo Cabo, Pintado, Emerson Ávila e Bruno Pivetti.