Superar o estágio que se tornou tormento nas últimas Copas do Mundo é o que está em jogo para a seleção brasileira nesta sexta-feira (9). Desde que conquistou o pentacampeonato mundial, em 2002, na Coreia do Sul e no Japão, o Brasil foi eliminado nas quartas de final em três dos últimos quatro campeonatos. Na outra ocasião, caiu na semifinal, no fatídico 7 a 1, contra a Alemanha em 2014. Contra a Croácia, no Estádio Cidade da Educação, em Doha, ao meio-dia (de Brasília), a expectativa é de avançar.
(Confira, no fim deste texto, escalações, arbitragem, onde assistir e números)
Em caso de classificação à semifinal, a expectativa passa a ser outra porque o adversário sairá do jogo que vem em seguida e coloca Holanda e Argentina na disputa por outra vaga na semifinal. É por isso que há a possibilidade de um nobilíssimo clássico sul-americano em uma semi no Catar.
Em seu décimo jogo em uma Copa do Mundo, Tite quer ir além. No contato que teve com a imprensa em Doha, nesta quinta-feira (8), demonstrou tranquilidade e confiança. O treinador brasileiro chegou a brincar com alguns jornalistas. Postura diferente do treinador croata Zlatko Dalic, que chegou a ser questionado sobre seu semblante. “Você parece abatido, cansado. Você está bem?”, questionou um radialista croata. Dalic apenas acenou confirmando que estava tudo bem.
Nesta sexta-feira (9), Tite e Dalic devem ter emoções à beira do campo. Para encarar os atuais vice-campeões mundiais, o técnico brasileiro deve repetir a escalação do time que bateu a Coreia do Sul nas oitavas de final, ao vencer por 4 a 1.
O resultado trouxe a estabilidade necessária para que o elenco brasileiro siga o que foi programado pela comissão técnica, que não conta com o lateral esquerdo Alex Sandro. O jogador chegou a treinar, mas há a preocupação em não precipitar o retorno do jogador, que teve uma lesão no quadril.
Na Croácia, a preocupação é em “restringir o Brasil”, conforme destacou o meia Luka Modric. O jogador, eleito melhor do mundo em 2018, coloca as quartas de final diante dos brasileiros com o mesmo nível de dificuldade encarado pela Croácia na decisão do título na Rússia, diante da França, há quatro anos.
“Esta partida será tão difícil quanto a final que enfrentamos na Copa passada”, destacou o atleta do Real Madrid, fazendo referência ao duelo em que foram derrotados, por 4 a 2, em Moscou.
Os croatas avançaram nas duas vezes em que estiveram nas quartas de final - 3 a 0 contra a Alemanha em 1998 e 4 a 3 nos pênaltis contra a Rússia, em 2018, após empate por 2 a 2 no tempo normal e prorrogação. A seleção europeia parece ter um plano claro para manter o aproveitamento nesta fase.
“Não podemos deixar que eles ditem o ritmo”, decretou Luka Modric, que, assim como o treinador, repetiu que o Brasil, especialmente neste mundial, é o maior favorito.
Enquanto isso, o lateral brasileiro Danilo, que deve ocupar mais uma vez o lado esquerdo, demonstra conhecimento e preocupação sobre o rival desta sexta-feira.
“A Croácia tem jogadores do calibre do Modric, inúmeros jogadores como Kovacic, Perisic, Brozovic, todos habituados a grandes decisões. Vai ser uma partida que nos exige estar no máximo da concentração e empenho. É um adversário que vai bater de frente com a gente de todas as maneiras.”
Danças polêmicas
As polêmicas envolvendo as comemorações de gols do Brasil, não são engrossadas pelos croatas. Tanto o técnico Zlatko Dalic quanto o meia Luka Modric minimizaram a repercussão envolvendo as danças dos atletas brasileiros após balançar as redes. “Não gostaria de ver meus jogadores comemorando dessa forma. Mas é uma cultura diferente. É legal assistir”, pontuou, com restrições, o comandante croata.
Vini Jr, Richarlison, Neymar e Lucas Paquetá não economizaram nas dancinhas ao marcarem seus gols contra a Coreia do Sul, nas oitavas de final. Isso despertou críticas, mas também defesa dos brasileiros.
Tite também levou a análise para o lado antropológico. “Eu lastimo muito e não vou fazer comentários de quem não conhece a história e cultura do Brasil, o jeito de ser”, destacou o brasileiro, reiterando seu apoio ao elenco. “Tem uma série de meninos que vão dançar também, que é a cultura brasileira, e ela não vai desmerecer nenhum outro.”