Esporte

Da prática à prancheta, Pedro Bambu planeja ser treinador

Wildes Barbosa / O Popular
Pedro Bambu defende o Iporá, primeiro time do interior goiano na carreira do volante

Depois de nove anos pelos clubes de Goiânia, o maranhense Pedro Bambu vive nova experiência no futebol goiano. Após três temporadas (2020 a 2022) no Vila Nova, o jogador disputa o Estadual pela primeira vez pelo Iporá, semifinalista ano passado do torneio, com vaga garantida na Série D do Brasileiro e que tenta se ajustar na competição local faltando quatro rodadas para fechar a 1ª fase. É a primeira vez de Bambu atuando por um time do interior em um momento em que planeja o futuro, dentro e fora de campo.

Aos 35 anos, ainda com fôlego para atuar por mais algum tempo e recordista de atuações entre os atletas na ativa no futebol goiano – são mais de 400 jogos -, Pedro Bambu sabe que chegará o dia do adeus como atleta e pretende continuar no futebol. A meta é ser técnico, um projeto que pensa em colocar em prática futuramente.

“Vou continuar jogando até quando o corpo aguentar, porque o futebol hoje depende muito do nosso corpo”, comentou o versátil jogador, que fez o pedido de matrícula no curso para Licença B – a CBF Academy tem calendário com turmas iniciais em praticamente todos os meses do ano, com o cronograma de aulas online e presencial. O futuro na nova função será desenhado aos poucos, à medida que houver tempo para realizar os cursos para treinador de futebol, pois há outras licenças, como a A e a Pró. Pedro Bambu não tem um tempo específico traçado para trabalhar como técnico. “Não sei quantos anos, ainda.”

Porém, o volante já esboça estudar por conta própria, buscando informações na internet, por exemplo. A principal fonte de aprendizado é a acumulada como jogador. Passou pelo comando de vários treinadores ao longo de 15 anos, desde os primeiros passos no interior do Maranhão, onde nasceu e iniciou a carreira. No futebol goiano, Pedro Bambu teve mestres como Hélio dos Anjos, Wagner Lopes, Gilberto Pereira, Eduardo Barroca, Márcio Fernandes, Sílvio Criciúma, Marcelo Martelotte, Marcelo Cabo, Higo Magalhães, Allan Aal, Omar Feitosa, Edson Silva, entre outros.

Isso sem falar em PC Gusmão, técnico responsável por uma radical mudança na vida e carreira do jogador, que considera o treinador como “pai” por tê-lo indicado ao Atlético-GO, em setembro de 2013. Desde então, nunca mais saiu do futebol goiano e pôde, aos poucos, organizar a vida dele e da família, composta pela mulher, Joseane Gonzaga, e as filhas, Flávia e Chrysllane. Na prática e na prancheta, Bambu prepara o terreno para ser técnico.

A nova carreira, quando for abraçada por Pedro Bambu, certamente vai exigir dele mais deslocamentos, pois a estabilidade de treinadores no futebol brasileiro não existe. O volante se diz consciente dessa inconstância. “Temos que estar preparados sempre. É a nossa vida”, avalia o jogador do Iporá, titular do time em todas as rodadas do Goianão até agora.

Volante não tem acerto para a Série D e vai conversar após o Goiano

O ciclo de Pedro Bambu terminou no Vila Nova em dezembro do ano passado. O jogador teve a proposta do Iporá, decidiu aceitar e garante que está gostando da experiência no interior, a 225km de Goiânia. “Experiência muito boa, muito bem recebido por todos lá (em Iporá). Estou muito feliz. Já estou adaptado”, afirma o jogador, que é uma referência no novo clube pela experiência e a trajetória de superação para se firmar como atleta profissional.

Pedro Bambu moram em um hotel da cidade do Oeste goiano, que tem cerca de 32 mil habitantes. A rotina é básica. “Só treino e volto para o hotel”, citou. Nos aposentos, assiste aos jogos pela TV e conversa com outros atletas do elenco. Segundo ele, no clube “o projeto é bom”, voltado à disputa do Campeonato Goiano. A continuidade para a Série D será discutida depois do Estadual. No time iporaense, Pedro Bambu é capitão. “A responsabilidade é grande, mas estou acostumado com isso.”

Quando Pedro Bambu foi para o Vila Nova, a família iniciou outro projeto no começo de 2020. A mulher, Joseane, decidiu abrir uma hamburgueria. O volante pretendia abrir uma escolinha no povoado de Bambu, no município de Pindaré-Mirim (MA), onde nasceu e viveu. Empresa de cunho familiar, a iniciativa está interrompida, por enquanto, por causa da mudança de clube e de moradia do jogador. “Quando parar de jogar, vamos abrir outra vez.”

Não há, até agora, nenhuma ideia de investimento no interior. A mulher e as duas filhas estão em Goiânia, passaram alguns dias com Pedro Bambu no Oeste goiano. “Elas gostaram muito”, garante o jogador do Iporá.

No futebol goiano, o Iporá é o quarto clube em que Pedro Bambu atua. Chegou ao Estado em setembro de 2013. Foi lateral e volante nas passagens por Atlético-GO (2013 a 16 e 2018 a 19), Goiás (2017 e parte de 18) e Vila Nova (2020 a 22). Foram quatro títulos do Goianão – no Atlético-GO (2014 e 19) e no Goiás (2017 e 18) -, a Série B 2016 (no Dragão), a Série C 2020 (no Vila Nova) e três acessos em nível nacional: à Série A pelo Atlético-GO (2016 e 2019) e à Série B no Vila (2020).

Pelo Tigrão, foi vice uma vez do Goianão (2021) e duas da Copa Verde (2021 e 22). No futebol goiano, Pedro Bambu é na atualidade o jogador com mais atuações – mais de 400 jogos.

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