A defesa de Daniel Alves, 39, anunciou nesta terça (24) a escalação de um novo advogado especializado em direito penal para auxiliar na preparação da defesa do jogador.
Alves é acusado por uma jovem de 23 anos de tê-la estuprado no banheiro de uma boate em Barcelona na noite do dia 31 de dezembro. Ele nega a agressão e, após duas versões anteriores, afirma que houve relação, mas que ela foi consensual.
O anúncio do novo advogado chega dois dias antes do prazo para a defesa apresentar um recurso tentando a liberdade do jogador. A data limite é nesta quinta-feira (26).
O objetivo imediato da defesa é que a prisão —preventiva e sem direito à fiança por risco de fuga — seja substituída por uma medida menos grave, como a retirada do passaporte ou a proibição de sair da Espanha.
No comunicado divulgado à imprensa, a advogada espanhola Miraida Puente Wilson afirma que a nomeação do especialista Cristóbal Martell Pérez-Alcalde se dá "para o bom andamento da defesa [de Alves] neste período de investigação".
Mais revelador, a advogada dá a entender que Alves não pretende assumir o crime e que a estratégia seguirá sendo a da declaração de inocência. Ao fim da nota, ela escreve que a defesa "restaurará sua honra e dignidade e, em suma, demonstrará sua inocência dos fatos que eles são acusados".
Pérez-Alcalde é um advogado famoso na Catalunha, responsável por representar diversos políticos de relevo nacional e também para o clube Barcelona e para Leonel Messi, ex-companheiro de Alves no time.
Já Wilson é uma advogada generalista, especializada em trâmites de cidadania estrangeira, vistos e investimentos para estrangeiros, além de ter experiência com casos de família e divórcios. Durante anos ela tem prestado serviços nas empresas e atividades comerciais de Alves e de sua sócia e ex-mulher, Dinorah Santana.
Alves está desde sexta-feira no centro penitenciário Brians, na periferia noroeste de Barcelona, preso preventivamente por risco de fuga. Suas contradições durante o depoimento, no qual ofereceu versões diferentes à medida que novas provas lhe eram expostas (descrição de tatuagem e imagens de câmeras de segurança, por exemplo), foram um dos motivos pelos quais a juíza Maria Concepción Canton Martín decidiu prendê-lo.