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Diniz x Guardiola: semelhanças e diferenças de duelo nobre na final do Mundial de Clubes

Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images e Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Image
Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images e Jose Breton/Pics Action/NurPhoto via Getty Images

O esperado confronto entre os técnicos Fernando Diniz e Pep Guardiola, de Fluminense e Manchester City, respectivamente, vai, enfim, ocorrer. Conhecidos como treinadores com ideias de jogo parecidas, que gostam de ter o controle da bola, os dois estarão frente a frente nesta sexta-feira (22), a partir das 15 horas (de Brasília), para decidir o título do Mundial de Clubes, em Jedá, na Arábia Saudita.

Diniz e Guardiola se conhecem há anos e não é segredo que o treinador brasileiro considera o espanhol uma de suas inspirações. Os conceitos de jogo dos técnicos possuem semelhanças, mas há diferenças.

De maneira clara, Fernando Diniz e Pep Guardiola são treinadores que montam times que gostam de ter o domínio da posse de bola. Mas o brasileiro prefere o estilo funcional, enquanto o espanhol adota o jogo mais posicional. Essa variação altera o modo como suas equipes atacam, ocupam espaços e defendem.

“São construções (ofensivas) parecidas, desde o goleiro. Tem transição apoiada, mas eu vejo que o City é mais organizado na perda da bola e proporciona menos transição aos adversários. Quando o City perde a bola, tem pressão mais rápida e mais organização para recuperar. O Diniz tem a mesma ideia, mas procura colocar mais jogadores no setor da bola”, analisou o técnico Marcelo Cabo, que tem passagens por clubes como Atlético-GO, Goiás, Vila Nova, Vasco e está no CSA.

O jogo posicional de Pep Guardiola costuma ter apoio (aproximação de jogadores para receber passes), profundidade (centroavante, geralmente, “empurra” a linha de defesa e gera espaço entrelinhas) e amplitude (jogadores mais próximos das linhas laterais) por parte dos atletas. Os jogadores ocupam espaços e avançam, com aproximação entre eles, até o campo de ataque para concluir em gol.

“Já o Diniz gosta do jogo apoiado pelas laterais, tem largura e amplitude também, mas o foco costuma ser de começar e iniciar a jogada do mesmo lado. O Guardiola ocupa a superioridade numérica em qualquer parte do campo, onde está a bola e na maioria das vezes no campo dos adversários. Tem mais virada de corredores no City, eles giram mais a bola. O Diniz gosta de começar e terminar a jogada do mesmo lado do campo”, completou o técnico Jorginho, ex-Vasco, Atlético-GO, Coritiba, Goiás e Flamengo, que está sem clube atualmente.

Enquanto Pep Guardiola prefere que seu time avance ao campo adversário com jogadores ocupando determinadas faixas do campo, Fernando Diniz entende que é preciso ter amplitude, geralmente feita por Keno e John Arias. Em qual lado do campo a jogada seguir, meia, volantes e atacantes precisam estar próximos. Por isso, jogos do Fluminense costumam ter “aglomerações” de jogadores, algo que o Manchester City evita fazer, mas que também já foi visto em alguns jogos da equipe.

Há diferenças nos conceitos dos times. Na opinião dos técnicos Jorginho e Marcelo Cabo, a principal delas é a transição defensiva.

“O estilo de jogo do Fluminense expõe mais o time. Por haver mais aproximação de jogadores, às vezes tem quatro, cinco no mesmo espaço onde está a bola, o time sofre na transição defensiva. Deu para ver no jogo passado (contra o Al Ahly, do Egito), e o Fluminense sofreu no primeiro tempo. Poderia ter perdido o jogo. Contra o City, a qualidade é maior. Tem que estar mais atento a essa exposição defensiva”, alertou o técnico Jorginho.

Os treinadores entendem que o diferencial para o Fluminense na decisão será o ajuste defensivo. Ofensivamente, a equipe carioca mostrou que possui conceitos que podem incomodar o Manchester City, mas os espaços nas transições defensivas podem pesar contra o tricolor no duelo de estilos entre equipes e treinadores.

“Para ter êxito na final, o Fluminense não pode proporcionar tantas transições como foi contra o Inter, na semifinal da Libertadores, e agora com Al Ahly, na semifinal do Mundial. O Fluminense precisa de um jogo equilibrado para que não tenha sua vulnerabilidade explorada por um grande time, que certamente pode aproveitar melhor do que o Al Ahly, por exemplo”, descreveu o técnico Marcelo Cabo.

Os especialistas disseram que o aspecto físico também pode fazer a diferença no duelo. Apesar dos times terem estilos de jogo sólidos, o Fluminense pode sentir mais na etapa final.

Marcelo Cabo e Jorginho citam os números de jogos dos clubes. O Fluminense vai disputar o último da temporada de 2023, o 72º da equipe brasileira, enquanto o Manchester City está no meio da temporada europeia, 2023-2024, e vai jogar a 28ª partida. Isso ocorre por causa da diferença de calendários entre o Brasil e o continente europeu.

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