Atacantes de estilos diferentes, Luiz Fernando, do Atlético-GO, e Nicolas, do Goiás, chegam à decisão do Campeonato Goiano de olho no título e com o faro de gol apurado em busca da artilharia da competição estadual. Nicolas tenta se manter no topo pela segunda vez consecutiva no Goianão, enquanto Luiz Fernando quer sentir o gosto especial de ser goleador pela primeira vez na carreira.
Nicolas
Aos 33 anos, o atacante Nicolas briga pelo segundo ano consecutivo pela artilharia do Goiano. Na temporada passada, o “Cavani do Cerrado” foi o goleador da competição com oito gols, mesma quantidade de vezes que já balançou as redes na atual edição. O jogador esmeraldino, no entanto, chega à final com um jejum maior que seu concorrente.
Nicolas não balançou as redes nos dois jogos contra o Anápolis, pela semifinal estadual, e no duelo contra o Águia de Marabá, pela Copa do Brasil. A última vez que o artilheiro foi às redes foi no jogo da volta das quartas de final contra o Goiânia, em 5 de março. Antes, no jogo da ida, fez dois gols contra o Galo, no Serra Dourada.
Embora viva esse pequeno jejum, Nicolas segue como peça fundamental no ataque esmeraldino. Na goleada sobre o Anápolis por 3 a 0, segunda-feira (20), o camisa 9 do Goiás foi o responsável por dar assistências para os atacantes Vinícius e Diego Gonçalves.
Quando perguntado sobre artilharia, Nicolas não esconde o desejo de obter essas conquistas pessoais, mas sempre coloca em primeiro plano os feitos coletivos.
Antes de marcar os três gols nas quartas contra o Goiânia, Nicolas havia feito cinco na fase de classificação do Campeonato Goiano. O atacante, inclusive, foi o autor do gol esmeraldino no clássico contra o Atlético-GO no Estádio Antônio Accioly, na única derrota do Goiás nesta temporada. Iporá, Crac e Morrinhos foram outras vítimas das flechadas do artilheiro esmeraldino.
Nicolas chegou ao Goiás em 2021 com o cartaz de ter sido artilheiro pelo Paysandu do Campeonato Paraense em 2020. Em 2022, em sua primeira edição de Goianão pelo Goiás, fez oito gols e terminou como artilheiro. O atacante tem 91 jogos pelo Goiás e 29 gols marcados.
Luiz Fernando
Luiz Fernando se projetou no Atlético-GO como atleta profissional a partir do Goianão 2015. Temporada ruim para o clube, que não chegou na semifinal e passou algum sufoco para não ser rebaixado na Série B. Oito anos depois, o atacante pode conquistar, no clube de origem, três marcas importantes: o primeiro título dele do Estadual pelo Dragão, a primeira artilharia do Goianão e fazer o Atlético-GO ter novamente o goleador da competição.
A última vez que um atleticano foi artilheiro do Estadual foi em 2014, ano de um título histórico. Júnior Viçosa fez nove gols e dividiu a artilharia com Nonato (Goianésia) e Araújo (Goiás). Um ano antes (2013), Ricardo Jesus, também do Atlético-GO, fez 14 gols e foi goleador do torneio.
Até agora, em três fases do torneio, Luiz Fernando tem oito gols – quatro na 1ª fase e a mesma quantidade nos jogos eliminatórios (quartas e semifinal). Neste ano, o atacante atleticano assumiu que brigaria para ser artilheiro do Goianão e buscaria ter o controle das reações e os sinais de nervosismo em campo.
Jogando aberto pela esquerda, usando a camisa 11 e também com participação em jogadas de gols, Luiz Fernando melhorou a marca de gols neste ano. Antes, em 2016 e 2017, havia marcado só duas vezes no Goianão. No Dragão, ele passou pela condição de “talismã”, “Luizito” e “artilheiro musical”, após três gols sobre o Iporá, recentemente, na goleada de 7 a 1.
Fez o chamado hat-trick e, ao pedir a música no Fantástico, escolheu o hino do Atlético-GO. Pedido inusitado. Nada de pagode, música evangélica ou sertaneja, comuns aos autores de três gols ou mais num mesmo jogo no programa da Globo. Ganhou pontos importantes entre os torcedores atleticanos.
O tímido Luiz Fernando, cuja estreia como profissional foi no dia 1º de fevereiro de 2015, na vitória sobre a Anapolina (1 a 0), deu lugar a outro jogador. Amadureceu. Está casado, é pai de Maria Clara, viveu no Rio e em Porto Alegre e tem responsabilidade interna de ser o atleta com mais identificação e jogos pelo Atlético-GO no elenco atual.
Mas, às vezes, o jogador mostra sinais de nervosismo e terá de controlar as reações na final contra o Goiás para não ser expulso, como nas duas vezes no ano passado. Foi cobrado por isso no clube e prometeu à direção domar o lado impaciente com as decisões da arbitragem ou em alguma entrada mais dura dos rivais.