Rodrigo Dunshee, vice-presidente Geral e Jurídico do Flamengo, afirmou, no fim da tarde desta terça-feira (22), que o clube pediu a especialistas do Instituto de Educação de Surdos (INES) uma análise do vídeo em que Ramírez, do Bahia, aparece discutindo com Bruno Henrique. Segundo o dirigente, foi apontado que houve ofensa racial e a prova será apresentada ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e à polícia.
A discussão entre os dois aconteceu no segundo tempo do duelo do último domingo (20), pouco após o fato relatado por Gerson, que garantiu que o jogador do tricolor baiano falou "cala a boca, negro" a ele. O vídeo do bate-boca entre Ramírez e Bruno Henrique viralizou nas redes sociais no decorrer desta terça.
"O Flamengo encomendou a especialistas do INES - INSTITUTO DE EDUCACAO DE SURDOS, uma leitura labial da situação do Ramirez com o Bruno Henrique momentos antes do que se passou com o Gerson. A prova revelou que teria havido a ofensa, vamos apresentar ao STJD e entregar a polícia", publicou.
Mais cedo, Gerson que prestou depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI), no Centro do Rio de Janeiro. Dunshee acompanhou o volante e entregou material em áudio e vídeo para a polícia.
Uma estratégia dos rubro-negros foi verificar todos os registros de áudio do gramado do Maracanã. Segundo apurou a reportagem, nenhum deles, no entanto, apresentou com clareza a ofensa de Ramírez a Gerson.
"Estou aqui na delegacia, vim falar sobre o ocorrido. Quero deixar bem claro que não vim aqui só para falar por mim, mas também para falar por minha filha, que é negra, meus sobrinhos, que são negros, meu pai, minha mãe, amigos também, e a todos os negros que têm no mundo. Sobre o fato que aconteceu, hoje, graças a Deus, tenho um status de jogador de futebol, onde tenho voz ativa para poder falar e dar força para outras pessoas que sofrem de racismo ou outro tipo de preconceito", declarou Gérson em vídeo divulgado pelo Flamengo.