Esporte

Fluminense x Atlético-GO: crise se amplia no Dragão antes do jogo no Maracanã

Douglas Schinatto
Jorginho, meia do Atlético-GO

Crise. Não há palavra mais simples, curta, apropriada e definidora do momento vivido pelo Atlético-GO às vésperas do jogo diante de um embalado Fluminense, na noite desta quarta-feira (2), no Maracanã. Além da sequência de derrotas, um choque de versões entre o clube rubro-negro e o meia Jorginho, que foi barrado, colocou mais fogo na fervura.

Na verdade, serão três partidas dos dois clubes no mês de setembro, em que o primeiro jogo dos dois times será pela Série A nacional - no sorteio dos dez classificados à 4ª fase da Copa do Brasil, realizado na terça (1º), pela CBF, definiu que as duas agremiações disputarão vaga no torneio, ainda neste mês, a ida está marcada para o dia 16 (quarta-feira), às 21h30, no Maracanã, enquanto a volta será em Goiânia, no Olímpico, no dia 24 (quinta-feira), às 20h.

Mas esse confronto triplo fica em segundo plano no Dragão, que vem de resultados negativos nas últimas partidas, segura a lanterna da Série A nacional e apresenta sinais de desgaste interno. Uma derrota atleticana no Rio, que pode ser considerada normal, torna a permanência do treinador bem difícil dentro do clube, apesar dele contar com o apoio do presidente do Atlético, Adson Batista.

O Dragão começou a Série A com goleada sobre o Flamengo (3 a 0) e empate diante do Sport (1 a 1), nos quais dois gols foram marcados pelo meia atacante Jorginho, de 29 anos, mais de 250 jogos oficiais pelo clube, três títulos (Goianão 2014 e 19, Série B 2016) e o acesso à Série A (2020). Jorginho foi vetado pela comissão técnica na manhã de terça, o clube argumentou em nota na conta do Twitter de que o jogador teve desgaste físico, mas o próprio jogador tratou de contestar a versão atleticana e disse que, no clube, “sou um dos melhores índices físicos nas partidas e treinamentos.” Jorginho teria mostrado insatisfação e pedido ao presidente do clube, Adson Batista, para ser negociado. O dirigente desaprovou a atitude do jogador, promete buscar solução ao impasse, garante que assunto será tratado internamente assim que voltar da viagem, e que não há desgaste entre Jorginho e Mancini.

Assim, o jogador tornou pública a insatisfação com a decisão tomada pela comissão técnica - Vagner Mancini decidiu substituí-lo durante o segundo tempo em que o time rubro-negro foi derrotado pelo Ceará, pela primeira vez neste ano, no Olímpico. O treinador também mostrou a insatisfação com o rendimento de alguns jogadores do elenco e prometeu “mudar” a equipe - Jorginho é o primeiro caso mais visível dessa insatisfação do treinador, que chegou ao clube no início de julho com a promessa de “deixar um legado no clube.”

Desde a chegada de Mancini, alguns titulares perderam espaço e a posição: o goleiro Kozlinski (titular desde 2019), o lateral Reginaldo (já foi liberado e está no CRB-AL), o zagueiro Oliveira (perdeu vaga para Éder) e o meia atacante Matheuzinho passou à condição de reserva. O time, de início empolgante, teve queda de rendimento e precisa de se reabilitar nesta Série A do Brasileiro - são cinco jogos sem vitória, um empate e quatro derrotas seguidas, nas quais o time não fez gol.

Assim, entre a insatisfação de Jorginho e a necessidade de vitória para dar sustentação ao trabalho de Vagner Mancini, o Atlético terá mudanças, mas elas não foram trabalhadas, porque as avaliações físicas e clínicas do elenco mostraram desgaste físico. Sem Jorginho, que foi barrado, e o volante Marlon Freitas, suspenso, o Dragão terá mais mudanças, mas elas não foram divulgadas pelo treinador. A melhor notícia é a convocação do atacante Renato Kayzer, pela primeira vez, nesta Série A - está há mais de um mês sem atuar, desde o dia 29 de julho, quando teve lesão muscular. Artilheiro do clube na temporada, com sete gols, Renato Kayzer deve atuar em parte do jogo, pois recupera a condição física. “Estou muito feliz por estar de volta, estou trabalhando bastante aqui. Espero ajudar o Atlético”, disse Renato Kayzer.

Janderson, atacante emprestado pelo Corinthians, entrou nos dois últimos jogos, tem boas chances de ser titular contra o Tricolor. Os volantes Matheus Frizzo, Willian Maranhão e Moacir, o meia atacante Chico e os zagueiros Oliveira e João Victor aguardam chance no pacote de mudanças prometidas por Vagner Mancini.

FICHA TÉCNICA

Local: Estádio do Maracanã (Rio de Janeiro/RJ).

Horário: 19h15.

Árbitro: Marielson Alves da Silva/BA.

Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha de  Matos/BA (Fifa) e Elicarlos Franco de Oliveira/BA.  

VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral/SP

Fluminense: Muriel (Marcos Felipe); Calegari, Nino, Luccas Claro, Egídio; Hudson (Yago Felipe), Dodi, Michel Araújo, Nenê; Marcos Paulo e Evanílson. Técnico: Odair Hellmann

Atlético-GO: Jean; João Victor (Dudu), Éder, Gilvan (Oliveira), Nicolas; Edson (Willian Maranhão), Moacir, Matheus Frizzo, Chico; Janderson, Renato Kayzer (Chico), Ferrareis. Técnico: Vagner Mancini

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