O rebaixamento de 2023 é o sexto da história do Goiás no Campeonato Brasileiro, o quarto no formato de pontos corridos. É a terceira queda esmeraldina em menos de dez anos na competição nacional.
Desde que ingressou no Campeonato Brasileiro, em 1973, o Goiás se acostumou a estar na elite do futebol brasileiro e tem mais de mil jogos na principal divisão, mas o torcedor esmeraldino tem visto essa realidade mudar nos últimos anos. O clube coleciona descensos e acessos e se tornou clube “ioiô”, pela frequência em que sobe e desce de divisão no Brasileiro.
Desde 2010, no primeiro rebaixamento que sofreu nos pontos corridos, o Goiás não conseguiu passar mais de três temporadas como clube de Série A. Quando caiu para a Série B, em 2010, o time esmeraldino passou a ter mais dificuldades para regressar à elite e chegou a ficar, pela primeira vez, por três anos na 2ª Divisão – entre 2016 e 2018.
O primeiro rebaixamento do Goiás no Brasileiro aconteceu em 1993, quando a competição era disputada em formato diferente do atual: fase classificatória e mata-mata. O time esmeraldino ficou na 7ª colocação do Grupo C, com 35% de aproveitamento, e caiu para a Série B. No ano seguinte, o Goiás conseguiu voltar imediatamente para a Série A.
Cinco anos depois, o Goiás voltou a ser rebaixado. Em 1998, ficou na 22ª colocação, entre 24 participantes, e sofreu a segunda queda com apenas 31% de aproveitamento dos pontos. Curiosamente, o time esmeraldino teve como companheiro de queda o América-MG, tanto em 1993 como em 1998. É algo que se repete em 2023.
Após a mudança de formato do Campeonato Brasileiro para os pontos corridos, o Goiás flertou com a queda em 2003 e 2007, mas conseguiu boas reações e evitou o rebaixamento, que só assombraria realmente o clube em 2010.
Final da Sul-Americana e queda
No mesmo ano em que foi finalista da Copa Sul-Americana, o Goiás amargou seu terceiro rebaixamento no Brasileiro e com o pior aproveitamento entre todas as quedas que sofreu. Com apenas 33 pontos em 38 jogos, o time esmeraldino caiu para a Série B com 29% de aproveitamento. Terminou a competição na penúltima colocação, à frente apenas do Grêmio Barueri.
O quarto rebaixamento voltou a obedecer o espaço de cinco temporadas, como havia acontecido entre 1993 e 1998. Em 2015, o Goiás não conseguiu encaixar uma boa competição e terminou como rebaixado na penúltima colocação, assim como havia acontecido em 2010, mas com um aproveitamento de 33% dos pontos.
Curiosamente, a quinta queda à Série B também ocorreu cinco anos depois, embora desta vez o time tenha passado três desses cinco anos na 2ª Divisão. No intervalo anterior, foram dois anos de Série B. Em 2020, o Goiás não conseguiu se segurar na elite nacional em uma temporada marcada pela pandemia da Covid-19, que fez a temporada de 2020 invadir o ano de 2021. O Goiás foi o 18º colocado, com 37 pontos em 38 jogos - 32% de aproveitamento.
Depois da queda, diferente das últimas experiências, o clube conseguiu voltar imediatamente para a Série A, que voltou a disputar em 2022, com uma campanha mediana na 1ª Divisão.
O Goiás voltou a decepcionar sua torcida em 2023 e acabou rebaixado. O torcedor olha para o passado recente em busca de um futuro diferente, que no mínimo lembre um período mais vitorioso, em que o time esmeraldino mirava muito mais as primeiras colocações na tabela e havia o sonho de uma conquista nacional ou de uma presença mais perene em competições continentais. Em 2024, o Goiás estará distante desta realidade mais uma vez.