A quatro rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, o Goiás luta para evitar seu quarto rebaixamento na história da competição desde que ela adotou o formato por pontos corridos, em 2003. Para escapar da queda, o time esmeraldino terá de conseguir repetir o feito de 2007, quando esteve no Z4 nas últimas quatro rodadas e ainda escapou da degola.
Os três rebaixamentos do Goiás tiveram enredos um pouco diferentes. Em 2010, o Goiás teve três treinadores ao longo da competição entre Emerson Leão, Jorginho e Artur Neto. Naquela ocasião, o time não conseguiu reagir dentro do Brasileirão e virou sua atenção para a disputa da Copa Sul-Americana. Chegou à decisão da competição continental, mas ficou com o vice e ainda amargou a queda para a Série B.
Cinco anos depois, o Goiás voltou a viver uma situação complicada no Brasileiro, lutando contra o rebaixamento. Em 2015, o clube fez sucessivas trocas de técnicos com Hélio dos Anjos, Julinho Camargo e Artur Neto, mas também lançou mão dos interinos com Augusto César e Danny Sérgio. Apesar da queda para a Série B, conseguiu aproveitar a vitrine da Série A e negociou atletas como os atacantes Bruno Henrique e Erik, o que encheu os cofres e preparou a equipe para um impacto financeiro menor na queda.
Mais uma vez, cinco anos depois, o Goiás estava envolvido na luta contra o rebaixamento e não resistiu ao cair em 2020. Como nos dois enredos anteriores, o Goiás chegou à 34ª rodada na zona do rebaixamento e não teve forças para reagir nas rodadas finais. Naquele ano, o Goiás também trocou muito de técnico e fez aposta nos pratas da casa.
Diferente do que aconteceu em 2015, a base revelada pelo clube não teve o mesmo retorno financeiro. A equipe esmeraldina foi comandada por Ney Franco, Enderson Moreira e Thiago Larghi, mas majoritariamente pela dupla da comissão permanente formada por Augusto César e Glauber Ramos.
Ponto fora da curva
O ponto fora da curva ocorreu em 2007, quando o time estava fora da zona do rebaixamento na 34ª rodada, ingressou no Z4 na rodada seguinte, mas conseguiu escapar da degola na última partida da competição. Naquele ano, o Goiás foi comandado por Paulo Bonamigo e Márcio Araújo durante o Brasileiro, mas, na última rodada, estava com o interino Cassius Hartmann.
Na atual temporada, o Goiás chega na 34ª rodada com aproveitamento de pontos melhor do que o obtido nas três temporadas em que acabou rebaixado. Chega com 34% de aproveitamento, enquanto registrou números levemente piores em 2020 (31%), 2015 (33%) e 2010 (30%).
Em 2023, o Goiás foi comandado somente por Emerson Ávila e Armando Evangelista, demitido terça-feira (14) - Leandrão esteve em um jogo, antes da estreia do português. Diferente do que aconteceu em 2020 e 2015, a equipe não lançou mão dos jogadores da base e não vislumbra, no momento, vendas de jogadores com valores relevantes.
Após a 34ª rodada, o Goiás chega para a reta final da competição com 92% de risco de rebaixamento, de acordo com as probabilidades calculadas pelo Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais. A situação ainda pode se deteriorar até a próxima partida do Goiás, pois o time pode voltar a entrar em campo, no dia 27 de novembro, a uma distância de seis pontos para o 16º colocado, que é o primeiro time fora da zona do rebaixamento.