Na família Brandão, tradicional no automobilismo goiano, a pequena Marina, de 8 anos, surge como talento da terceira geração de pilotos. Em sete meses no esporte, a goiana já mostra que é rápida ao vencer provas em Goiás e São Paulo.
Marina é filha de Hélio Brandão, campeão brasileiro de kart, e neta de Elpídio Brandão, ex-piloto que disputou provas de Stock Car nos anos 1980. O amor pela velocidade pode ser explicado pela genética, mas a persistência da garota fez possível o início na modalidade.
Desde os 5 anos, Marina sonhava em andar de kart e pedia para os pais, Camila e Hélio. Envolvido há décadas com competições e automobilismo, o casal tentou postergar ao máximo a ida da pequena para o esporte. “A Marina, desde os 5 anos, pedia para andar de kart e nós sempre seguramos. Sempre tive medo da cobrança sobre a Marina por ser filha do Hélio”, explicou a mãe Camila Zocatelli.
No entanto, incentivados pelos treinadores da Academia de Pilotos, que funciona em Goiânia, os pais foram convencidos a levar Marina para as primeiras aulas. Não demorou para que a decisão se mostrasse acertada. Hélio viu que a filha tinha talento para o automobilismo. Marina ganhou seu próprio kart e começou a competir.
“A evolução dela foi muito rápida. Como pai, piloto, desportista e uma pessoa que está dentro do kart desde os 5 anos, vejo isso. É fruto da dedicação dela. Ela tem o talento e, por isso, evoluiu rápido. Marina sabe usar o talento com inteligência”, disse o pai Hélio, que agora admite que poderia ter levado a filha ainda mais cedo para o kart.
'Firme e poderosa'
No início de junho deste ano, a promessa do automobilismo goiano venceu a 5ª etapa da Copa São Paulo Light, no kartódromo de Interlagos. Marina foi vencedora na categoria geral e rookie (estreantes) na categoria mirim e superou 16 concorrentes na etapa. Com sete meses de automobilismo e bons resultados colhidos, a pequena resume o sentimento de pilotar. “Eu me sinto firme e poderosa. Adoro pilotar kart”, contou.
A rotina de Marina envolve os estudos, todas as manhãs, e treinos no kartódromo de Goiânia quatro vezes por semana e em eventuais finais de semana com provas na capital e no interior de Goiás ou em São Paulo. A garota tem pela frente uma corrida no Beto Carrero World, em Santa Catarina, e projetos para competir nos Estados Unidos.
Marina disse que curte outras categorias de corrida e, sempre que pode, acompanha as disputas, mas tem concentrado o foco em suas próprias provas. “Sim, adoro (acompanhar), mas estou competindo todas as semanas praticamente, então as corridas que eu estou conseguindo assistir são só as reprises das minhas mesmo para poder entender meus erros e acertos em cada uma delas”, explicou Marina.
O novo talento da família Brandão no automobilismo dá seus primeiros passos na carreira, mas não deixa de realizar atividades que toda criança faz. Além de ser muito focada no kart, Marina tem outras atividades de lazer, é uma menina vaidosa e gosta de fazer dancinhas do TikTok.
Marina espera ver mais meninas no esporte
Marina só lamenta não ter muitas garotas no esporte e espera que possa ver, no futuro, mais meninas correndo. “Aqui em Goiânia, só tem eu (de menina) e sei que pelo Brasil são poucas. Vejo como um desafio, estou conseguindo superar este preconceito e conquistando excelentes resultados em competições em que sou a única menina participando”, comentou Marina.
Primeiro da família Brandão a se aventurar no automobilismo e avô de Marina, Elpídio vê com muito entusiasmo o início da carreira da neta. Ele diz que enxerga várias habilidades necessárias para a construção de uma boa piloto.
“No automobilismo, a primeira coisa que você precisa ter é gostar, pois o caminho é árduo. Ela gosta muito, é uma característica minha que ela tem. Pegou uma característica muito boa do Hélio também, que é a velocidade”, comentou Elpídio, que elogia a persistência da neta e sonha em vê-la como a primeira goiana campeã nacional de kart.