A derrota para o Fluminense, por 5 a 3, expôs o momento de fragilidade da defesa esmeraldina na Série A do Campeonato Brasileiro. Se antes o trabalho do técnico Armando Evangelista era calcado na solidez defensiva, essa característica passou a ser questionada após a equipe sofrer 12 gols nos quatro últimos jogos da competição.
O ponto de desequilíbrio são os dois jogos em que o Goiás sofreu 11 gols - derrotas por 6 a 4 para o Bahia, em casa, e por 5 a 3 para o Fluminense, fora, na última quarta-feira (25).
Se antes desses jogos o Goiás aparecia em uma posição razoável entre as boas defesas desta Série A, a quantidade excessiva de gols sofridos fez com que o time esmeraldino se tornasse a quarta equipe mais vazada da competição. Com 43 gols sofridos, o Goiás só está à frente de times como Santos, Coritiba e América-MG.
Após a derrota sofrida para o Bahia, por 6 a 4, na Serrinha, o discurso adotado dentro do clube esmeraldino foi o de que esse tipo de resultado era totalmente fora da média da equipe desde a chegada do técnico Armando Evangelista. O time esmeraldino reagiu bem e, mesmo com a ausência de Lucas Halter, que se machucou naquele jogo em Goiânia, a equipe se comportou bem defensivamente contra São Paulo (2 a 0) e Cuiabá (1 a 1).
No entanto, o problema voltou a se repetir, desta vez em um cenário diferente, com o time esmeraldino sofrendo cinco gols diante do Fluminense após ter conseguido abrir dois gols de vantagem no comecinho da partida. A equipe voltou a apresentar problemas tanto na bola aérea quanto na capacidade de bloquear as tramas ofensivas do adversário.
Contra o Flu, os dois primeiros gols sofridos nasceram de jogadas com bolas alçadas na área. O primeiro em escanteio, e o segundo após cruzamento do lado direito da defesa. O terceiro gol nasceu novamente de uma desatenção na marcação pelo lado direito da defesa esmeraldina. O quarto saiu em cobrança de pênalti e o último foi fruto de uma jogada individual do atacante Keno.
Contra o Bahia, o Goiás não pecou na bola aérea, mas deu muito espaço para criações de jogadas pelas laterais e sem uma marcação forte sobre o centroavante. Foi assim que Everaldo teve muita tranquilidade para marcar três gols naquela partida. Além disso, o gol sofrido em chute antes da linha que divide o campo mostrou total pane defensiva e falta de atenção.
Outro dado alarmante das duas derrotas específicas do Goiás foi a efetividade dos adversários. Na Serrinha, o Bahia acertou nove finalizações no algo e converteu seis delas em gol. Contra o Fluminense, o Goiás viu oito finalizações certas do time tricolor, e cinco delas teve as redes como destino final.
O número elevado de gols sofridos nestes jogos e o gol sofrido do meio-campo contra o Bahia fizeram com que o goleiro Tadeu passasse a ser mais questionado por torcedores esmeraldinos. Na partida contra a equipe baiana, isso foi visível e audível, enquanto no duelo contra o Fluminense as críticas nas redes sociais tiveram o capitão esmeraldino como um dos alvos principais.
Destaque e “milagreiro” em outras temporadas, o goleiro Tadeu não tem conseguido a mesma constância na atual, apesar de ter feito boas partidas neste Brasileirão. Diferente de outros anos, em que sofria muitos gols, mas também os evitava no plural, Tadeu tem sido menos destacado.
Desde que chegou ao clube, em 2019, Tadeu fez 133 jogos de Série A do Campeonato Brasileiro e sofreu 207 gols. Com o goleiro, foi a quinta derrota do Goiás com pelo menos cinco gols sofridos.
Para tentar melhorar o cenário, o Goiás tem poucas opções para mexer no setor. Lucas Halter ainda se recupera de uma lesão muscular. A única alternativa no elenco profissional para a zaga, além da dupla que tem sido titular formada por Bruno Melo e Sidimar, é Edu. Na última partida contra o Fluminense, o técnico português convocou o jovem Mina, da equipe sub-20, para compor o banco de reservas.