Um homem foi indiciado pela Polícia Civil, por meio do Grupo Especializado no Atendimento à Vítimas de Crimes Raciais e Intolerância (Geacri), por injúria racial contra o jogador de futebol do Altético sub-20, Gustavo Santos. O caso ocorreu durante uma partida contra o Trindade, no último dia 8 de junho, por volta das 16h.
Após uma discussão entre a vítima e outro jogador do time adversário, um torcedor teria gritado: "O que foi, negão? O que foi, macaco?". Ao ser repreendido por testemunhas, ele teria fugido do local.
O jogador, Gustavo Santos, relatou em depoimento à Polícia Civil que teve uma "discussão corriqueira", quando foi ofendido e ficou sem reação. Torcedores do Atlético Goianiense teriam perseguido o suspeito em defesa do jogador.
Testemunhas confirmaram a versão de Gustavo e disseram que o jogador ficou claramente abalado com a injúria e teve de ser amparado por pessoas que estavam presentes. Gustavo registrou um boletim de ocorrência contra o torcedor.
A reportagem entrou em contato com a defesa do investigado, que afirmou que o caso segue em sigilo e que não irá se pronunciar. O suspeito também preferiu ficar em silêncio durante seu depoimento à polícia.
O caso agora segue para o poder judiciário. O Ministério Público de Goiás (MP-GO), que é o titular na ação, deverá avaliar as investigações para decidir se seguirá ou não com denúncia.
À imprensa, o presidente do Trindade, Wildson Pereira disse que o clube repudia qualquer ato disriminatório. Já a Federação Goiana de Futebol divulgou uma nota de repúdio e afirmou que o futebol deve ser um ambiente de inclusão e respeito à diversidade.
O suspeito pode se tornar réu conforme prevê a lei no artigo 140 do códico penal, com acréscimo de pena de um terço da pena, com base no inciso terceiro, do artigo 141, por ter falado em público. Caso se torne réu e seja condenado, o homem poderá ser condenado de 1 a 3 anos de prisão.
Caso recente
Há pouco mais de um mês, o volante Fellipe Bastos, do Goiás, também passou por episódio similar, quando foi igualmente chamado de "macaco". O delegado da Geacri, responsável pelas investigações dos casos, Jaquim Adorno, ressalta que é importante que a vítima de injúria racial denuncie e que as testemunhas se prontifiquem a depor.