O técnico Jair Ventura quer que o Atlético-GO conte, em 2024, com jogadores experientes e jovens para aumentar a competitividade no elenco já a partir do Campeonato Goiano. O treinador de 44 anos acredita que a montagem do plantel para a temporada que marca o retorno à Série A precisa ser certeira e pensada visando ao Brasileirão para que o clube não tenha problemas no início da competição nacional.
Diariamente, o técnico conversa com o presidente do Atlético-GO, Adson Batista, mesmo quando esteve nos Estados Unidos com a família durante parte das suas férias. Agora, está no Rio de Janeiro, onde passará as festas de final de ano.
O Dragão ainda não anunciou novos jogadores, mas tem negociações avançadas e pretende oficializar reforços após a virada do ano. O clube já estaria acertado com o atacante Vagner Love e o lateral esquerdo Guilherme Romão.
“A montagem do elenco e a captação têm de ser boas. O Atlético-GO é conhecido por montar equipes competitivas e descobrir talentos. A Série A está cada vez mais difícil e vai exigir acertos da nossa parte para montar um time competitivo e organizado. Não tem como ser diferente hoje, temos que acertar agora por causa da janela de transferências”, explicou o técnico rubro-negro.
O primeiro momento da janela de transferências de 2024 será entre os dias 11 de janeiro e 7 de março. O segundo, entre os dias 10 de julho e 2 de setembro.
A Série A começa em abril. Para o Atlético-GO não ter problemas no 1º turno, como ocorreu neste ano na Série B, Jair Ventura reforça que o Dragão precisa acertar nas contratações neste momento.
“Se não contratar bem agora, você pode perder o primeiro semestre. No Brasileiro, se você vai mal no 1º turno, dificilmente consegue uma arrancada como foi na Série B. Você enfrenta Grêmio, Flamengo, Inter, Palmeiras, encara times que viraram SAFs, folhas bem maiores. Você sempre está em desvantagem”, justificou o treinador.
Na opinião de Jair Ventura, o Atlético-GO precisa contar com nomes de peso no elenco em 2024. O Dragão tem acerto encaminhado com o atacante Vagner Love, de 39 anos, e segue com o zagueiro Gil, de 36 anos, no radar.
“Acredito muito que é importante mesclar jovens com experiência. Nosso time na Série B foi o mais jovem da competição. É bacana também, mas gosto da mescla para ter um líder em campo para ajudar o treinador. Ter um cara que faz a diferença em um jogo contra o Flamengo no Maracanã lotado, que saiba a hora de chutar, de acelerar o jogo, de segurar, de priorizar transição. Esses líderes podem fazer a diferença”, frisou.
Estar na Série A muda a montagem do elenco. Na Série B, Jair Ventura entende que consegue buscar atletas que sejam utilizados para propor o jogo. Na elite, ele reconhece que precisa se adequar à situação de que terá de ter atuações mais reativas.
“Tem diferença, principalmente no que você vai querer de estilo de jogo. Neste ano, a característica era propor e nós fizemos com o melhor ataque (56 gols), segundo time em posse (53,3% de média) e com o artilheiro da competição (Gustavo Coutinho, 14 gols). Na Série A, é preciso se adaptar, e eu não tenho vaidade de abrir mão do modelo de jogo. Você conquista objetivos de maneiras diferentes. Não posso pensar na minha comissão antes do clube. Qual objetivo do clube? Permanecer? Sul-Americana? Será que posso jogar na Série A do mesmo jeito que joguei na B? Nem sempre e vamos nos adaptar”, avisou o técnico do Atlético-GO.
Não está garantido no Brasileiro
Apesar de já falar sobre a Série A, Jair Ventura não está garantido como técnico do Atlético-GO na competição. O vínculo do treinador é válido até o final do Campeonato Goiano, no início de abril, antes do começo do Brasileirão.
O treinador não quis comentar se foi procurado por outras equipes e não demonstrou preocupação com o vínculo só até o Estadual. Ressaltou que está focado em conquistar o primeiro objetivo do Atlético-GO em 2024, o tricampeonato goiano. “O Estadual só é bom para quem ganha. Já que o jeito é ganhar, vamos respeitar os adversários, para sobreviver e permanecer para a Série A”, falou Jair Ventura.
“É difícil falar se sairia ou não. Não vou ser hipócrita de falar ‘ah, se pintar alguma coisa você não sai?’. Os contratos têm multas. Quando você perde dois a três jogos, os clubes te mandam embora e pagam a multa, mas tem também o lado de quando surge uma boa proposta. Não sei o dia de amanhã, mas não é meu caso no Atlético-GO. Me considero cidadão goiano, estou feliz no Atlético-GO e tenho contrato até o final do Goiano. Queremos o tricampeonato goiano, é nosso foco agora, depois a gente vê o futuro”, completou o treinador.
É comum no Atlético-GO que os contratos com técnicos não tenham multa para rescisão de qualquer lado. Foi assim, por exemplo, que Vagner Mancini deixou a equipe para aceitar proposta do Corinthians em 2020. No entanto, o clube agiu diferente com Jair Ventura e o contrato do atual treinador do Dragão tem multa rescisória.