Esporte

Juninho Pernambucano deixa equipe de comentaristas da Globo

Reprodução/SporTV
Juninho Pernambucano

Após criticar a atitude de um grupo de torcedores do Flamengo, que tentaram agredir os jogadores do time em um aeroporto na semana passada, e apontar que alguns jornalistas são responsáveis por fomentar a violência no futebol, o ex-jogador Juninho Pernambucano e o Grupo Globo chegaram em um acordo para sua saída da empresa. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (7) em comunicado emitido pelo conglomerado midiático.

Ídolo do Vasco, onde foi bicampeão brasileiro (1997 e 2000) e campeão da Libertadores da América (1998), e do Lyon, equipe onde conquistou o heptacampeonato consecutivo francês (2002-2008), Juninho iniciou sua carreira futebolística profissional em 1994, pelo Sport, onde conquistou o Estadual e a Copa do Nordeste no mesmo ano. Ele ainda passou pelo Al-Gharafa, do Catar, e integrou a seleção brasileira campeã da Copa das Confederações em 2005, na Alemanha. 

Após se aposentar do futebol em 2014, quando atuava pelo New York Red Bulls, dos Estados Unidos, ingressou no Grupo Globo, trabalhando como comentarista esportivo em jogos do Campeonato Carioca. Participou, até 2018, de coberturas importantes como os Campeonatos Brasileiros, Ligas dos Campeões da Europa e Copa do Mundo. Ainda trabalhou em programas de outros canais do Grupo como a Rádio Globo e o SporTV.

POLÊMICA

Durante o programa Seleção SporTV, na tarde da última segunda-feira (31), Juninho Pernambucano debatia o incidente com a equipe do Flamengo com o apresentador André Rizek e dos narradores Cléber Machado e Luís Roberto. Ao vivo, ele teceu duras críticas aos jornalistas que trabalham como setoristas dos clubes, chamando-os de maus profissionais e afirmando que existe inveja por parte deles contra os jogadores.

"Os setoristas são muito piores hoje em dia. Eu sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu sou setorista, o que eu ia fazer, tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir. Hoje, para quem cobre futebol, a prostituição está muito grande. Isso é muito perigoso, como na política. Parte da imprensa também tem culpa na violência, porque há um excesso de pilha", disse Juninho.

"Já vi isso também de olhar para você, um jogador que é profissional, não tem formação e ganha R$ 100 mil. Tem um cara que está ali, estudou quatro anos, fez de tudo para se formar jornalista, para ser setorista e ganha mal. Talvez ele leva isso em consideração. É difícil você ganhar R$ 3 mil ou R$ 4 mil em uma sociedade e se você não for um cara fera, tem que entrevistar um cara que ganha mais e que você considera ele um ninguém", finalizou.

Após o intervalo comercial, Rizek leu um comunicado da direção de jornalismo do Grupo Globo sobre os comentários de Juninho. "Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de 30 setoristas trabalhando hoje no Grupo Globo e eles recebem aqui nossa confiança e nossa solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofre com o desequilíbrio e a eventual violência dos torcedores. Isso não quer dizer que o Juninho não tenha o direito à sua opinião, que é e continua sendo livre. Mas é importante fazer esse registro".

Juninho justificou o pedido de saída com a falta de clima para continuidade na empresa após o caso. O também ex-jogador Roger Flores estará em seu lugar na cobertura da Copa de 2018, na Rússia.

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