Seis jogos da Série A do Brasileirão do ano passado tiveram suspeita de manipulação de resultados. Jogadores que atuaram nas partidas entre Goiás x Juventude, Santos x Avaí, RB Bragantino x América-MG, Cuiabá x Palmeiras, Botafogo-RJ x Santos e Palmeiras x Juventude são investigados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que deflagrou nesta terça-feira (18) a segunda fase da Operação Penalidade Máxima.
As partidas ocorreram na fase final da Série A, quatro delas foram válidas pela 36ª rodada, entre os dias 5 e 6 de novembro do ano passado, uma pela 37ª rodada, no dia 10 de novembro de 2022 e outra pela 26ª rodada, no dia 10 de setembro do ano passado.
Os jogos que tiveram atletas que participaram do esquema foram:
Palmeiras 2x1 Juventude - 26ª rodada - 10/9/2022
Santos 1x1 Avaí - 36ª rodada - 5/11/2022
Goiás 1x0 Juventude - 36ª rodada - 5/11/2022
RB Bragantino 1x4 América-MG - 36ª rodada - 5/11/2022
Cuiabá 1x1 Palmeiras - 36ª rodada - 6/11/2022
Botafogo-RJ 1x1 Santos - 37ª rodada - 10/11/2022
De acordo com Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, no jogo entre Santos e Avaí um jogador do time paulista aceitou participar do esquema e teria que receber um cartão amarelo na partida.
No duelo entre RB Bragantino x América-MG, um jogador da equipe paulista também teria de receber um cartão amarelo. O mesmo ocorreu no encontro entre Cuiabá x Palmeiras, em que um atleta da equipe do Mato Grosso participou do esquema.
Na partida do Goiás contra o Juventude os atletas atuaram pela equipe gaúcha. Foram dois jogadores, segundo o MP-GO, que teriam que receber cartão amarelo no jogo disputado na Serrinha.
Já na partida entre Botafogo e Santos, um atleta da equipe paulista aceitou participar do esquema e teria que receber um cartão vermelho no duelo disputado no Engenhão. Houve uma expulsão de um santista no duelo, do zagueiro Eduardo Bauermann. O MP-GO não divulgou os nomes dos jogadores investigados.
Fernando Cesconetto revelou que nos jogos da Série A, os atletas receberiam entre 50 e 60 mil reais caso as apostas fossem concluídas.
Ainda segundo o promotor, um jogador que atuou pelo Juventude no ano passado confessou que tinha participado do esquema anteriormente. A ocasião foi a derrota do time gaúcho para o Palmeiras, por 2 a 1, pela 26ª rodada.
Operação Penalidade Máxima
A primeira fase começou a ser investigada no final do ano passado e foi deflagrada em fevereiro deste ano. A Operação Penalidade Máxima teve início após o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, denunciar o caso no Ministério Público de Goiás (MP-GO).
O dirigente procurou o órgão após tomar conhecimento que o volante Romário, que defendia, o Tigre, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pela Série B do ano passado. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time, mas não teve sucesso.
Após a investigação, 14 pessoas se tornaram réus. Além de Romário, outros sete jogadores, incluindo o volante Gabriel Domingos, que também jogava pelo Vila Nova.
Os outros atletas são: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Eles estariam envolvidos no esquema de cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina. O valor que receberiam seria de R$ 150 mil, sendo R$ 10 mil de sinal. A penalidade só não ocorreu no duelo entre Tigre e Leão, já que Romário e Gabriel Domingos não jogaram.
A Operação Penalidade Máxima II é um desdobramento da Operação Penalidade Máxima, a qual resultou no oferecimento de denúncia, já recebida pelo Poder Judiciário, com imputação dos crimes de integrar organização criminosa e corrupção em âmbito desportivo.
Nesta terça-feira, três mandados de prisão preventiva e 20 de busca e apreensão em 16 municípios de seis estados, expedidos pela 2ª Vara Estadual dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e Lavagem ou Ocultação de Bens Direitos e Valores.
Os mandados foram cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana do Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).