Esporte

Morre Héber, destaque no futebol goiano nas décadas de 1970 e 1980

Zuhair Mohamad / O Popular (6.7.2008)
Heber, ex-jogador, que morreu nesta terça-feira (5/7)

Na madrugada desta terça-feira (5), o ex-jogador Héber Pires da Silva, de 68 anos, morreu em Goiânia. Há alguns meses, Héber lutava contra um câncer no fígado e ficou com a saúde debilitada por causa da doença.

Héber tinha quatro filhos: Mahatma Gandhi (ex-jogador do Atlético-GO, lançado no time principal ao lado do atacante Luciano, do São Paulo, e atualmente morando em Portugal), Hermínio (mora na Califórnia, nos Estados Unidos), Daniela e Gabriela. Héber era casado com Patricia Augusta Pio Mattos da Costa e tinha seis netos.

Nas décadas de 1970 e 1980, Héber foi um dos principais jogadores do futebol goiano, em que atuou com desenvoltura nos quatro grandes clubes da capital: Atlético-GO, Goiânia, Goiás e Vila Nova. Além disso, o ex-jogador passou pelo Independente, clube fundado na Cidade de Goiás, em meados da década de 1970, mas que depois deixou de disputar competições oficiais.

Héber também atuou em outros times goianos, como Jataiense e Anápolis. O auge da carreira se deu em 1981, quando estava no Grêmio e conquistou o Campeonato Brasileiro daquele ano.

"Era um grande jogador. Canhoto, raçudo quando preciso, habilidoso, bom no cabeceio", descreveu o ex-goleiro Aguinaldo Lourenço, que era amigo de Hebinho, como o ex-jogador era conhecido. Aguinaldo e uma rede de amigos se organizaram para ajudar no tratamento de Héber.

No Goiânia, Heber formou um dos principais ataques do futebol goiano, no trio junto com Marco Antônio e Bill (morto em 2002). Faltou o título do Estadual, mas a lembrança de uma das melhores formações do Galo não foi esquecida pela torcida.

Depois, Héber passou pelo Goiás. Desfilou talento nos anos de 1979 e 80 e foi um dos protagonistas de uma das maiores confusões do Campeonato Brasileiro, em jogo disputado no dia 4 de outubro de 1979.

Autor de um dos gols da vitória do Goiás sobre o Cruzeiro, por 3 a 1, no Estádio Serra Dourada, Héber e o zagueiro Marquinhos iniciaram briga, que se tornou generalizada e resultou na expulsão de 14 jogadores - sete de cada lado.

A outra passagem de sucesso se deu no Vila Nova, resultando na conquista do título do Goianão de 1984 - recentemente, um dos colegas de equipe de Héber, o ex-goleiro Wendell, também morreu. Héber e o Vila Nova chegaram à fase decisiva do Estadual e garantiram um título que, com o passar do tempo, foi se tornando emblemático para a torcida vilanovense,pois o clube teve nove anos de jejum, só voltando a ganhar o Goianão em 1983.

Legado

Héber também deixou um legado importante para o futebol goiano, pois foi um dos pioneiros no Grêmio de jogadores nascidos em Goiás. Ele chegou ao clube gaúcho em 1981, fez parte do elenco campeão do Brasileiro daquele ano, o primeiro da história do Grêmio. Ele tinha apelido de Bull (Touro), dado pelo ex-goleiro e técnico Emerson Leão.

Alguns meses depois da chegada de Héber, o clube gaúcho contratou o ex-atacante Baltazar, goianiense e revelado pelo Atlético-GO. Ambos fizeram parte do elenco formado com Leão, Paulo Roberto, De Leon, Tarcísio (irmão de Guilherme, ex-jogador do Vila Nova), China e outros nomes.

Anos depois, o tricolor gaúcho teve outros destaques goianos, como Luís Carlos Goiano, Paulo Nunes e o volante Arthur. Héber ainda passou por Santa Cruz, Bahia, clubes mineiros, mato-grossenses e do Distrito Federal.

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