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Morre Wanderley Paiva, técnico campeão goiano de 2004 pelo Crac

O Popular
Wanderley Paiva na final do Goianão de 2004, pelo Crac

Wanderley Paiva, ex-técnico do Vila Nova e do Crac, morreu na noite desta segunda-feira (27), aos 77 anos, em Campinas (SP). Ele tinha câncer na próstata, estava em tratamento da doença, mas não resistiu.

Como treinador, Wanderley Paiva trabalhou no futebol goiano e criou vínculos com Vila Nova e Crac, principalmente no Leão do Sul, no qual foi campeão do Goianão 2004, na segunda conquista do clube catalano na elite do Estadual.

Na carreira bem sucedida como atleta, Paiva fez parte do Atlético-MG na conquista da 1ª edição do Brasileirão, em 1971.

Ex-jogador, Wanderley foi volante e fez sucesso no Atlético-MG, Ponte Preta e Londrina, além de passar por outros clubes e de ter sido convocado algumas vezes para servir à seleção brasileira. Paiva gostava de lembrar que era conterrâneo de Pelé – ambos nasceram em Três Corações-MG.

Na conquista mais marcante dele em Goiás, Wanderley Paiva levou o Crac ao título do Goianão 2004, na final disputada contra o Vila Nova, clube em que o treinador também fez um trabalho destacado, na Série B do Brasileiro 1999.

Naquele ano, o Vila chegou ao quadrangular final, contra Goiás (campeão), Santa Cruz (vice), Bahia (3º colocado) e Vila Nova (4º lugar). A equipe vilanovense esteve próxima do acesso, mas foi derrotada duas vezes pelo Goiás na fase final e isso acabou pesando na definição da Segundona.

No Crac, Paiva conseguiu a façanha de dar ao Leão do Sul o segundo título do Goianão – o Crac é o único clube do interior goiano duas vezes campeão do Estadual. Antes da final, ele teve de lidar com protestos da torcida catalana.

Num dos jogos, teve de sair escoltado pela PM do Estádio Genervino da Fonseca, pois o Crac havia sido derrotado. Mas ele conseguiu corrigir a rota e levou o time à semifinal, goleando o Goiás (3 a 0) em Catalão e perdendo o jogo de volta (2 a 0), em Goiânia – nos pênaltis, a classificação foi com triunfo de 4 a 2.

Na final, o Leão do Sul decidiu o título contra o Vila Nova. O Tigre venceu no Serra Dourada (2 a 1), mas o Crac foi impiedoso em Catalão, com vitória dupla – 3 a 0 no tempo regulamentar e 5 a 4 nos pênaltis.

O time base do Crac era Helder; Baiano (Vitor), Cristiano, Cleiton Mineiro, Marcinho (Cleitinho); Pedrinho, Celinho, Cacá, Guaru; Sandro Oliveira e Sandro Goiano. No dia 18 de abril de 2024, a conquista do Estadual completará 20 anos.

Como o regulamento do Goianão daquele ano não previa saldo de gols na definição de vagas,  Wanderley Paiva trabalhou muito as cobranças de penalidades. O Leão do Sul venceu Goiás e o Vila Nova desta forma. Com a campanha vitoriosa, ganhou o carinho e a admiração da torcida do Crac e voltou a trabalhar no clube no início de 2013.

O ex-jogador e ex-treinador gostava de vinhos. Também trabalhava com culinária e foi dono de restaurante em Campinas depois que encerrou a carreira de jogador.

Em outro capítulo da história no futebol brasileiro, Wanderley Paiva foi o primeiro campeão do Brasileiirão, em 1971, pelo Atlético-MG, sob o comando de Telê Santana e ao lado de nomes como Dadá Maravilha, Humberto Ramos (ex-técnico do Vila Nova), entre outros.

Em 1975, Wanderley Paiva foi convocado para atuar pela seleção brasileira na Copa América. Paiva é o jogador de linha com mais jogos pelo Galo (559 jogos) – a marca é superada pelo goleiro João Leite.

Após mais de dez anos de Galo, deixou o clube e atuou pela Ponte Preta, em que foi duas vezes campeão do Paulistão (1977 e 79). O meio de campo da Macaca é histórico: Wanderley, Marco Aurélio e Dicá.

O ex-jogador atuou com Carlos, Oscar e Polozzi, que disputaram a Copa do Mundo mais de uma vez. Pelo Londrina, Wanderley foi campeão da Taça de Prata (1980) e logo depois encerrou a carreira de atleta.

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