Esporte

O que fez o Atlético-GO contratar Vagner Mancini

Lucas Emanuel/AGIF/Folhapress
Vagner Mancini no penúltimo jogo em que comandou o Ceará, contra o Sport, na Arena Castelão, no dia 20 de junho

Vagner Mancini inicia nesta sexta-feira (5) a segunda passagem dele pelo Atlético-GO, que vem de derrota (3 a 1) para o Red Bull Bragantino, não vence há cinco rodadas na Série A e está na zona de rebaixamento do Brasileirão. O trabalho dele será justamente recuperar o time e melhorar a campanha na competição nacional, começando pelo jogo deste domingo (7), no Estádio Antônio Accioly, contra o Athletico-PR.

O Dragão não costuma se dar bem diante do Furacão e, também, ainda não ganhou de ninguém em casa nesta Série A. São desafios impostos ao treinador do clube goiano nos primeiros dias de trabalho, desta sexta-feira (5) até domingo (7), quando Mancini deve estrear - o clube espera regularizá-lo antes do jogo, o registro precisa ser publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF.

Antes do acerto com Vagner Mancini, que dirigiu o Ceará no primeiro semestre, o Atlético GO falou em buscar técnicos de fora do país e de outras escolas - os estrangeiros estavam na pauta do presidente do clube, Adson Batista, que precisou “acelerar o processo” por causa da irregularidade do time e dos resultados negativos.

Conhecido no clube, respeitado pelo bom trabalho realizado de julho ao dia 10 de outubro de 2020, Vagner Mancini foi procurado e acertou o retorno ao Dragão quatro anos após a primeira passagem. Adson Batista não queria treinadores que exigiam trazer mais profissionais para a comissão técnica. Mancini chega com apenas um auxiliar, Lucas Itaberaba, para trabalhar ao lado dos atuais membros da comissão técnica permanente do clube, que tem, entre outros nomes, o auxiliar Anderson Gomes, que dirigiu o time como interino em quatro partidas.

“O mais importante é que ele (Vagner Mancini) acredita no elenco do Atlético-GO. Ele (técnico) elogiou o time, disse que assistiu à partida contra o Atlético MG (1 a 1). Elogiou, gostou do perfil do elenco”, explicou Adson Batista.

Como no final de julho do ano passado, quando contratou Jair Ventura no início do returno da Série B e conquistou o acesso à elite nacional, o dirigente espera outra mudança de postura do elenco, que mostra sinais de instabilidade na Série A desde a derrota (2 a 1) na estreia, para o Flamengo, em Goiânia. Desde então, o Atlético-GO alterna bons momentos e atuações fracas na competição. É algo que Vagner Mancini terá de consertar antes do returno - o Dragão terá cinco partidas até o final do turno inicial para sair dos 11 pontos e melhorar a pontuação para se manter em condições de evitar o descenso à Série B.

“Ele (Vagner Mancini) acredita no elenco e na estrutura do clube e o conhece bem. Então, foi (acerto) positivo e estou confiante de que possamos dar uma guinada”, destacou Adson Batista, que sempre elogiou o trabalho de Mancini no pouco tempo de Atlético-GO no segundo semestre de 2020. Naquele ciclo, Mancini morou no centro de treinamento do Dragão, ficou conhecido por usar camisas sociais nos jogos e pela forma de comandar o elenco e fazer o trabalho no cotidiano.

Mancini, em entrevista ao jornal, prometeu deixar um “legado” e conseguiu fazer isso. O Atlético-GO passou a fazer marcação em linha alta, conseguiu bom ajuste defensivo e fez campanha razoável na Série A em 2020 - o resultado de maior impacto foi a goleada (3 a 0) sobre o Flamengo, no dia 10 de agosto, na abertura da competição.

Mancini não ficou só nisso e efetivou nomes como o goleiro Jean, o zagueiro Eder e o lateral Dudu, que eram reservas. Jean se tornou cobrador de faltas e pênaltis e, também, jogava com os pés quando o time estava com a posse de bola. Esta “mudança de postura” foi levada em consideração por Adson Batista , que não vê com bons olhos times recuados, fracos defensivamente e sem ousadia ofensiva.

Outra característica positiva de Vagner Mancini é o bom conhecimento que tem do mercado e o trânsito que tem nos clubes brasileiros. Além de técnico, Mancini foi gestor em clubes como São Paulo e Atlético MG.

O último trabalho dele foi como treinador, no Ceará. Conquistou o Campeonato Cearense de 2024, mas não conseguiu alinhar o time na Série B. Foi demitido semana passada e estava livre no mercado.

O treinador deve tratar com Adson Batista de nomes para reforçar o elenco. Mas, primeiro, começa o trabalho de campo para o jogo de domingo (6). Adson Batista espera que o treinador dê uma “sacudida” no elenco, não só do ponto de vista técnico, mas de buscar a reação na Série A. Segundo o dirigente, alguns jogadores sentem a pressão por resultados e estão sem confiança, outro aspecto que o dirigente espera ver solucionado na gestão de Vagner Mancini no Dragão.

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