Esporte

O que se pode esperar do técnico Dorival Júnior na seleção brasileira

Rubens Chiri/São Paulo

O técnico Dorival Júnior assume a seleção brasileira com a expectativa de comandar o ciclo até a Copa do Mundo de 2026. O que se pode esperar dele?

Dorival Júnior é muito querido pela maior parte dos atletas com quem trabalhou. Apesar do bom trato, foge daquele estilo "paizão". O treinador entende que o respeito se adquire com decisões justas e bom diálogo. A amizade não pode impedir as broncas, quando necessárias.

Uma característica marcante da conduta de Dorival é evitar problemas em público. Ele sempre terá discurso sereno, até nos momentos de maior turbulência. Outro traço de sua personalidade é ouvir os jogadores. O treinador briga com os dirigentes para que o elenco saiba com clareza o que vai ocorrer, sem desvios.

O treinador é muito autocrítico. Dorival Júnior estende essa cobrança aos jogadores, membros da comissão técnica e dirigentes.

O treinador vai exigir tranquilidade para trabalhar em meio a uma CBF desorganizada e em crise política. Uma decisão judicial afastou momentaneamente Ednaldo Rodrigues da presidência, mas o dirigente voltou ao comando, com base em outra decisão judicial, e trocou o técnico da seleção - demitiu Fernando Diniz e contratou Dorival.

O novo treinador da equipe nacional pediu paz para trabalhar e liberdade para escolher comissão técnica e diretoria. Ednaldo deve descentralizar as decisões. Dorival é extremamente detalhista. Em 2015, ele se apresentou ao Santos e detectou que extintores do CT Rei Pelé estavam vencidos.

Dorival Júnior não tem um jeito preferido de jogar. Apesar de não ser fechado, gosta de comandar times rápidos, ofensivos e com posse de bola. A prioridade é ver equipes que marquem e defendam com a mesma atenção. Uma exceção é o Santos de Neymar "kamikaze" em 2010.

O treinador comandou um Flamengo protagonista e um São Paulo que adotava posturas diferentes. A ideia é sempre se adequar às características do seu time e dos rivais, como quando adaptou Gabigol e Pedro juntos no rubro-negro.

Dorival vai primeiro buscar esse equilíbrio na seleção. A equipe começou mal nas Eliminatórias. Depois, ele deve soltar o time. A oportunidade de convocar os melhores anima e muito o comandante.

Sem esquema fixo
O São Paulo de Dorival Júnior alternava as formações. Ora com dois atacantes abertos, ora com dois meias ou o tradicional losango no meio-campo. Dorival Júnior deve continuar nessa toada na seleção: treinar alternativas e escalar a melhor de acordo com o adversário.

A tendência é que o Brasil jogue com dois zagueiros, um volante de maior marcação, dois meias e três atacantes. A forma como esses atletas se adaptarão em campo mudará a partir da necessidade.

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