O presidente do Goiânia, Alexandre Godoi, e seu irmão Alex Godoi, que comandou o Galo no clássico contra o Goiás citado como uma das 11 partidas sob suspeita de manipulação de resultados na segunda fase da Operação Penalidade Máxima, disseram que não perceberam nada de anormal na semana da partida e no dia do confronto no clube alvinegro.
Segundo o Ministério Público de Goiás, jogadores do Goiânia, que não tiveram nome divulgados e nem a informaçõe se receberam valores, aceitaram influenciar no placar do primeiro tempo da partida contra o Goiás pela 1ª fase do Goianão 2023. O Galo teria de perder a primeira etapa por determinada diferença de gols, que também não foi divulgada pela investigação. No dia 12 de fevereiro, quando a partida ocorreu, o time esmeraldino venceu por 2 a 0, com gols marcados no primeiro tempo.
“Foi uma semana normal, um dia normal. Não teve nada de mais, nada de menos. Depois da derrota para o Crac (no meio da semana anterior ao clássico), tivemos uma reunião com o elenco para falar sobre os objetivos, a busca pelas quartas de final e Série D. Nenhum desentendimento interno, todos motivados. A concentração estava boa, vestiário nada de diferente que fizesse eu imaginar algo de errado”, relatou o técnico Alex Godoi, que no clássico fez três alterações antes do segundo tempo.
Aos 30 minutos do 1º tempo, o treinador tirou o volante Olívio e colocou o meia Jean Kennedy. No intervalo, fez mais duas substituições. Saíram Nilson Júnior (atacante) e Gabriel Alves (zagueiro), entraram Adson (atacante) e Júnior Ramos (meia).
“Foram substituições táticas. A gente atacou pouco (no primeiro tempo) e eu precisei mudar para deixar o time mais ofensivo. No segundo tempo, criamos mais chances. Não foram mudanças por algo fora do normal”, justificou o treinador.
O presidente Alexandre Godoi também disse que não percebeu nada de diferente no ambiente do clube na semana do jogo e no dia do clássico.
“Eu tenho hábito de ir ao vestiário, nesse dia eu fui antes e no intervalo. Não percebi nada de diferente. Tudo normal. Claro que no intervalo tinha clima de estresse por causa da derrota de 2 a 0, mas o assunto foi sobre o jogo e como a gente poderia voltar para a partida”, contou Alexandre Godoi.
O dirigente disse que não sabe quantos jogadores podem estar envolvidos na investigação e quem são os atletas. Ele aguarda a sequência das investigações para tomar mais conhecimento sobre o assunto.
“Eu vi tudo isso com bastante pavor desse tipo de pessoa, sacanagem grande o que fizeram com o Goiânia. Infelizmente, vieram jogadores que não se preocupam com nada, com a carreira. Um ponto lá (Serrinha) poderia nos dar uma vaga na Série D. A gente fica chateado e triste. Espero que o MP-GO descubra e puna o mais breve possível para mostrar para o cidadão que não pode fazer coisa errada na vida, não só no futebol. É triste demais saber que pessoas do nosso convívio por meses tiveram coragem de receber dinheiro para entregar um resultado parcial”, desabafou o dirigente, que espera que os envolvidos sejam punidos, caso confirmado que houve participação de algum atleta do Goiânia no esquema.
“Espero que a justiça seja feita e jogadores banidos do futebol. Não pode jogar mais para ficar como exemplo. Que paguem por isso. A gente trabalha para dar conforto para os jogadores e as pessoas nos apunhalam pelas costas. Espero que sejam punidos”, falou o dirigente do Goiânia.
O clássico do Goiás contra o Goiânia no dia 12 de fevereiro de 2023 é uma das cinco partidas de Estaduais que aparecem sob suspeita de algum tipo de manipulação, após desdobramento da Operação Penalidade Máxima, que entrou na segunda fase.
Ao todo, são 11 jogos, outros seis são da Série A de 2022 - cinco foram descobertas durante a investigação e um após o depoimento de um atleta investigado.