Esporte

Rebeca Andrade bate Biles, leva ouro e vira maior medalhista da história do Brasil

Ricardo Bufolin/CBG

Rebeca Andrade conquistou na manahã brasileira (tarde francesa) desta segunda-feira (5) sua sexta - e talvez mais significativa - medalha olímpica. Campeã no solo, que fechou a programação da ginástica artística nos Jogos de Paris, isolou-se como a pessoa do Brasil que mais vezes subiu ao pódio do megaevento esportivo. São seis medalhas da ginasta, e Rebeca ultrapassou Robert Scheidt e Torben Grael, da vela.

Para isso, derrotou Simone Biles. A brasileira de 25 anos teve uma excelente apresentação na Arena Bercy e obteve pontuação 14.166, com dificuldade 5.900 e execução 8.266. Biles partiu de uma dificuldade bem maior, 6.900, mas teve uma execução problemática, que lhe rendeu 7.833 e penalização de 0.6, com um total de 14.133.

Uma jornada inesquecível, como a "Rebecca", de Alfred Hitchcock. E teve suspense, com a definição do ouro após a revelação da última nota da norte-americana Jordan Chiles. Confirmado o resultado, Rebeca passou a ter no currículo olímpico duas medalhas de ouro, três de prata e uma de bronze.

Andrade havia obtido duas medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados em 2021, com um ano de atraso por causa da pandemia de Covid-19. Foi ouro no solo e prata na disputa individual geral, porém sem a concorrência de Simone Biles, que desistiu dessas finais por questões de saúde mental.

Na França, a brasileira teve de duelar com o maior nome da história da ginástica, que voltou em alto nível e triunfou na competição por equipes, na individual geral e no salto. A paulista foi respectivamente bronze, prata e prata nesses torneios. No solo, conseguiu pela primeira vez em cenário olímpico superar a maior de todas.

Biles já havia afirmado, ao término da final individual geral, na última quinta-feira (1º), em tom reverente, que estava "cansada" de enfrentar Rebeca. Segundo a norte-americana - agora dona de dez medalhas olímpicas, seis delas de ouro -, a guarulhense exigiu dela mais do que qualquer outra ao longo de sua carreira.

Na final do solo, a exigência de Rebeca foi alta demais. Segunda a ser chamada, teve uma apresentação sem erros e deixou a pista bastante satisfeita. Ela precisou colocar os óculos para enxergar no placar a pontuação que lhe foi atribuída e passou a esperar o desempenho das demais para saber qual seria sua colocação.

Uma a uma, as competidoras foram tentando ultrapassá-la, sem sucesso. Simone Biles até chegou perto, porém cometeu dois grandes erros em sua exibição, deixando a área de apresentação com os dois pés. A última chance de superar Rebeca era da também norte-americana Jordan Chiles, que também não ultrapassou a brasileira.

OS MAIORES MEDALHISTAS OLÍMPICOS DO BRASIL

6 medalhas
Rebeca Andrade (ginástica artística) - 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze

5 medalhas
Robert Scheidt (vela) - 2 ouros, 2 pratas e 1 bronze
Torben Grael (vela) - 2 ouros, 1 pratas e 2 bronzes

4 medalhas
Serginho (vôlei) - 2 ouros e 2 pratas
Isaquias Queiroz (canoagem) - 1 ouro, 2 pratas e 1 bronze
Gustavo Borges (natação) - 2 pratas e 2 bronzes

3 medalhas
Marcelo Ferreira (vela) - 2 ouros e 1 bronze
Bruninho, Dante, Giba e Rodrigão (vôlei) - 1 ouro e 2 pratas
Ricardo e Emanuel (vôlei de praia) - 1 ouro, 1 prata e 1 bronze
Rodrigo Pessoa (hipismo), Fofão (vôlei) e Cesar Cielo (natação) - 1 ouro e 2 bronzes
Mayra Aguiar (judô) - 3 bronzes

(Marcos Guedes e José Henrique Mariante, Paris, Folhapress)

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