O Brasil obteve na noite francesa de terça-feira (30) o melhor resultado do país na história dos Jogos Olímpicos na disputa feminina por equipes da ginástica artística. Conduzida por seu grande nome, Rebeca Andrade, conquistou uma inédita medalha de bronze, para delírio do público que vestia verde e amarelo na Arena Bercy, em Paris.
Os Estados Unidos, de Simone Biles, lideraram confortavelmente a competição e foram seguidos na classificação final pela Itália e pelo Brasil. Coube a Rebeca, Flávia Saraiva, Julia Soares, Lorrane Oliveira e Jade Barbosa celebrar um desempenho histórico.
O time havia chegado à final outras vezes. Em Pequim, em 2008, e no Rio de Janeiro, em 2016, terminou a disputa na oitava colocação -e, em ambas, como agora, contou com Jade Barbosa, hoje com 33 anos. Desta vez, impulsionada por Andrade, que foi a melhor do país em todos os aparelhos, pôde festejar.
A virada ocorreu na maior arma da seleção, o salto de Rebeca, que valeu 15.100. O fim de uma excelente noite para a craque guarulhense.
Ela só não foi tão aplaudida na apresentação geral das atletas quando as norte-americanas Simone Biles e Sunisa Lee, festejadas pela torcida dos Estados Unidos, em grande número na Arena Bercy. Mas teve o tratamento digno de uma estrela do esporte mundial e fez quase todas as suas apresentações com o ginásio parado para vê-la.
Começou em grande estilo nas barras assimétricas, justamente o único aparelho em que não conseguiu classificação para a final individual. Com 14.533, foi o melhor do aparelho na rotação, superando as compatriotas e as chinesas.
Na sequência, na trave, manteve-se relativamente alheia, preparando-se para sua apresentação, enquanto Julia Soares e Flávia Saraiva cometiam erros. Na sua vez, também teve um desequilíbrio considerável e registrou 14.133. Ainda assim, foi a atleta do Brasil com a maior nota na rotação, que terminou com a equipe na sexta colocação.
A passagem seguinte foi pelo exercício de solo. Julia Soares e Flávia Saraiva arrancaram aplausos do público, mas foi novamente Rebeca que obteve a maior nota, 14.200. O Brasil permaneceu em sexto, porém a distância de 2.033 para a terceira colocada, Grã-Bretanha, permitia sonhar com medalha.
Na rotação final, Jade Barbosa e Flávia Saraiva deram saltos satisfatórios e mantiveram esse sonho vivo. Então, Rebeca executou muito bem o seu e computou 15.100, a maior nota entre todas da noite. Quando saíram os resultados, estava confirmado o bronze.