O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou nesta quinta-feira (23) que atenderá a pedido do governo do Rio de Janeiro e enviará reforço das Forças Armadas para o período da Olimpíada.
Em entrevista à imprensa, o ministro não detalhou o contingente que será mandado, mas ressaltou que o efetivo será inferior ao solicitado pelo governo estadual.
Segundo ele, com o repasse de R$ 2,9 milhões para a gestão fluminense para a área de segurança pública, "não será necessário" o deslocamento do número pedido.
"O pedido de reforço das Forças Armadas vai ser atendido. O presidente interino determinou que eu e o ministro da Defesa fechemos imediatamente esses números", disse Moraes. "Com a solução que foi dada pela medida provisória repassando recursos, não será necessário o número integral solicitado pelo Rio de Janeiro, mas vamos finalizar para que não haja nenhum problema", acrescentou.
O pedido de reforço foi solicitado por meio de um ofício pelo presidente interno, Francisco Dornelles, para o período de 24 de julho a 19 de setembro. A ideia é que o efetivo extra garantisse a segurança em áreas como o Aeroporto do Galeão e a Avenida Brasil.
A ideia inicial do Palácio do Planalto era anunciar o reforço nesta quinta-feira (23), após reunião do núcleo institucional do governo federal. As Forças Armadas, contudo, têm resistido a deslocar mais efetivos para o Rio de Janeiro, o que levou a gestão interina a adiar o anúncio.
RECUSAS
No início desta semana, o governo federal também não atendeu integralmente um pedido de recursos feito pelo Rio de Janeiro.
A administração fluminense pediu um aporte de R$ 500 milhões para a conclusão da linha 4 do metrô, essencial para o transporte dos torcedores e que está sob risco de não ser concluída a tempo.
Em reunião no Palácio do Jaburu, o presidente interino, Michel Temer, havia demonstrado disposição em atendê-lo. Na terça-feira (21), contudo, o Palácio do Planalto recuou e não previu o montante em publicação em edição extra do "Diário Oficial da União".
Nos últimos dias, o presidente interino se irritou com a forma como Dornelles lidou com a crise financeira estadual.
Para evitar a pressão de outras unidades federativas, o peemedebista queria que o Rio de Janeiro decretasse estado de calamidade pública após reunião no Palácio do Planalto na segunda-feira (20) com todos os governadores do país, e não antes do encontro, na sexta-feira (17).
O presidente interino também não gostou da atitude do governador interino de não ter esperado na segunda-feira (20) o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) para uma reunião no Palácio do Planalto para discutir o socorro ao Estado.