Rafaela Silva foi a atleta responsável por colocar a primeira medalha de ouro do Brasil no quadro das Olimpíadas Rio 2016. Mulher, vinda de uma favela e negra, a atleta quase desistiu do esporte ao ser vítima de ataques racistas, em 2012.

A trajetória da judoca foi cheia de desafios desde o início, moradora da Cidade de Deus ela contou com apoio de um projeto social para praticar o esporte. Rafaela era uma das grandes promessas brasileiras nos Jogos de Londres. No entanto, a atleta, aos 20 anos, aplicou um golpe proibido em 2009 e foi desclassificada.

Os ataques racistas iniciaram, a partir daí. Vários usuários do Twitter usuram a rede social para chama-la de “macaca”, entre outros xingamentos. A judoca respondeu durante as mensagens e a reação foi chamada de “descontrolada”.  

“Eu não estou e acho que ninguém está preparado para receber uma ofensa dessas”, afirmou a técnica da seleção brasileira, Rosicleia Campos, na época.

O que não foi suficiente para impedir que a situação tivesse efeito negativo na vida de Rafaela. Ela entrou em depressão e cogitou abandonar o esporte para sempre.

O técnico dela, Geraldo Bernardes, precisou intervir com ajuda de uma psicóloga. O resultado veio bem antes desta segunda-feira (8): Rafaela Silva primeira judoca brasileira a conquistar o ouro em Campeonatos Mundiais.

Antes da competição a mãe da atleta, Zenilda, relembrou o caso e se mostrou confiante na atuação da filha. “Em Londres, a gente não estava lá. Chamaram a minha filha de macaca. Agora, estamos aqui. O mundo todo chorou e hoje ela vai dar a volta por cima”, disse em entrevista ao jornal EXTRA.

Rafaela Silva, primeiro ouro do Brasil, comemorou a tão merecida vitória na Rio 2016. “Eu acho que a minha vida é o judô. Se não fosse o judô, não sei onde eu estaria agora. Graças a Deus conheci o esporte e estou aqui, campeã mundial e campeã olímpica.”