Como há quatro anos, Goiás terá seis representantes nos Jogos Pan-Americanos, que em 2023 serão disputados em Santiago, capital do Chile. A competição começa na próxima sexta-feira, dia 20 de outubro, e se estende até o dia 5 de novembro.
O Pan terá atletas nascidos em Goiás em seis modalidades diferentes: tiro esportivo, saltos ornamentais, wrestling, esgrima, ciclismo de montanha e handebol. A expectativa é que a marca de duas medalhas de bronze, conquistada na edição de Lima, no Peru, em 2019, seja superada.
Conheça os seis goianos que vão ao Pan de Santiago:
- Medalhista de bronze na edição passada dos Jogos Pan-Americanos, a lutadora Laís Nunes, natural de Barro Alto (GO), é figurinha repetida na legião goiana que estará em Santiago e buscará mais uma vez o pódio. A goiana é a 7ª colocada no ranking mundial do wrestling e será a lutadora mais bem colocada entre as participantes da categoria até 62kg.
Para Laís Nunes, que chega a Santiago aos 30 anos, a disputa do Pan é uma chance importante de se deparar com lutadoras fortes na preparação para o pré-olímpico, de olho em uma vaga em Paris-2024.
“É importante por ser Jogos e por anteceder os Jogos Olímpicos. Também porque, nas Américas, tenho boas adversárias, então acaba ajudando na preparação para a próxima seletiva olímpica, já que serão as mesmas adversárias”, avaliou Laís Nunes, que quer manter o ritmo dos treinos para chegar bem a Santiago e conquistar uma medalha.
“Estar em 7º lugar é uma boa posição no ranking mundial, mas não me apego a isso. Estou concentrada e trabalhando para trazer um bom resultado para o meu país. Eu acredito em um excelente resultado e irei por isto”, frisou a lutadora goiana, que esteve nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos, no Rio-2016 e Tóquio-2020.
- Veterano da delegação goiana, Renato Portela do tiro esportivo na modalidade skeet, chega a Santiago como o atleta mais velho do time brasileiro aos 60 anos. Ao longo da sua carreira, o atleta de Luziânia (GO) acumula experiência em edições dos Jogos Pan-Americanos. Ele fez sua estreia no Pan do Rio-2007 e participou também das edições de Toronto, no Canadá, em 2015 e Lima, no Peru, em 2019. Além disso, ele representou o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio-2016.
O experiente atleta busca a primeira medalha no Pan. “A minha expectativa para a competição é poder repetir os meus melhores resultados feitos aqui nos treinamentos. Se eu conseguir, poderei almejar medalhas. Não prometo resultados, mas prometo dedicação”, disse Renato Portela.
- A ciclista Raiza Goulão, natural de Pirenópolis, é outra representante goiana que já acumula experiência em Jogos Pan-Americanos. A atleta participou da edição de Toronto-2015, quando terminou na 5ª colocação e ficou muito perto da medalha. Especialista em mountain bike na modalidade cross-country, ela também disputou os Jogos Olímpicos do Rio-2016, mas acabou não sendo convocada para Tóquio-2020.
Em Santiago, Raiza Goulão estará de volta a um local onde foi vitoriosa. Em 2014, a atleta goiana foi a vice-campeã dos Jogos Sul-Americanos realizados na capital chilena. “Quero entregar o máximo. Os Jogos sempre têm um nível muito alto, mas quero buscar uma medalha para nossa nação. Tenho boas lembranças de Santiago, pois, nos Jogos Sul-Americanos em 2014, ganhei medalha de prata em uma pista parecida”, lembrou a ciclista goiana de 32 anos.
- Outro representante goiano em Santiago é o jogador de handebol Léo Dutra, de 27 anos, natural de Anápolis. O jogador é mais um atleta que tem experiência olímpica. O lateral esquerdo da seleção brasileira esteve na campanha dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. No entanto, a experiência de disputar os Jogos Pan-Americanos é inédita para o jogador, que foi campeão dos Jogos Sul-Americanos de Chochabamba, na Bolívia, em 2018.
- O esgrimista Enrico Pezzi, de 29 anos, nasceu em Goiânia, mas deixou a cidade quando criança, aos 4 anos, para morar em Porto Alegre (RS), onde conheceu a esgrima e passou a praticar o esporte. É especialista no sabre.
“(Sou goiano) Só no RG mesmo, não tenho mais família aí. O último que saiu daí foi meu tio, há mais de dez anos. Estive em Brasília, mas nunca voltei a Goiânia”, explicou Enrico Pezzi. Apesar da pequena ligação com Goiás, o esgrimista está animado com a sua primeira disputa de uma edição dos Jogos Pan-Americanos e representar o estado natal.
- O caçula dos goianos em Santiago será Diogo Silva, de 18 anos, que é natural de Anápolis. Ele chega com uma expectativa alta, pois foi vice-campeão mundial júnior nos saltos ornamentais. Como o esgrimista Enrico Pezzi, Diogo Silva deixou Goiás muito novo. Saiu de Anápolis com um ano para morar no Distrito Federal. O atleta, no entanto, ainda tem a família materna em Anápolis.
O jovem disse que está animado com a disputa dos primeiros Jogos Pan-Americanos como adulto. “A ansiedade está batendo a mil só de pensar em poder conquistar uma medalha de acordo com meus esforços. É gratificante”, comemorou Diogo Silva.
O anapolino praticava natação no Centro Olímpico do Gama (DF), até que conheceu os saltos ornamentais e se apaixonou pela modalidade. “Um dia estava fazendo natação, de boa, e vi umas pessoas pulando e dando (salto) mortal. Me encantei pelo esporte. Na mesma semana que tive a seletiva, considerei um sinal de Deus pois fiquei encantado. Passei na seletiva e fui descobrindo meu talento no esporte, aos 9 anos. E hoje não me vejo sem esse esporte”, contou Diogo Silva.
Esperança de medalha, Diogo Silva diz o que espera do esporte. “Quero ser reconhecido pelo meu esporte porque o Brasil não é só futebol. No momento, quero conquistar índice para ir para as Olimpíadas de Paris, conquistar medalha no Pan e em outras competições. Essas são as metas do momento, pois o futuro é incerto”, disse o atleta goiano, que tem como inspiração outros atletas brasileiros, como Isaac Souza e Hugo Parisi, além dos chineses.