A triatleta Chris Fernandes, de 41 anos, pretende se tornar, neste fim de semana, a primeira goiana a completar o Ultraman Brasil, prova de longas distâncias disputada em Ubatuba-SP entre sexta-feira (12) e domingo (14). Completar a prova é o sonho da servidora pública, que se dedica ao triatlo há pelo menos seis anos.
As distâncias não são nada comuns: 10km de natação, 421km de ciclismo e 84,4km de corrida, ou duas maratonas emendadas. Chris Fernandes não economiza na emoção ao definir o que o Ultraman Brasil significa. “Esta prova vai ser o desafio da minha vida.”
Chris Fernandes vem da corrida, esporte que entrou na vida da triatleta em 2010 e que foi o que a ajudou a superar um quadro de depressão em 2015.
“Era o que me motivava a sair da cama. É meu amuleto, por isso é tão importante para mim. Aquilo me desconecta do resto do mundo. No pedal, também. Na natação, mais ou menos. O pedal me dá essa liberdade de sentir o vento no rosto, sem olhar distância, sem olhar velocidade. Virou uma terapia. Por isso, as distâncias longas. É mais tempo em que me desligo do mundo”, conta a triatleta, que já disputou Ironman (o completo e o 70.3, em meias distâncias), GP Extreme, ultramaratona de corrida, além de maratonas pelo mundo.
A modalidade que é o grande desafio de Chris Fernandes é a natação. Ela iniciou no triatlo após assistir um documentário em que Fernanda Keller treinava pessoas para competir no Ironman 70.3. Isso ocorreu em 2017.
“Eu não sabia nadar, tinha medo de água, tinha problema com isso. No documentário, ela treinou três pessoas que não eram triatletas para fazer o 70.3. Eram pessoas sedentárias e uma não sabia nadar. Pensei: ‘se uma deu conta, eu dou conta’. Ficou aquilo martelando na minha cabeça”, contou Chris Fernandes.
A atleta, depois de um ano, começou a disputar provas de triatlo. Depois de quatro anos, fez seu primeiro Ironman, no ano em que completou 40 anos.
Chris Fernandes pretendia disputar o Ultraman Brasil no ano passado, mas uma cirurgia no quadril a fez adiar os planos. O problema foi decorrente de um acidente que a atleta sofreu enquanto pedalava na GO-147, perto de Piracanjuba. Ela ficou desacordada e teve traumatismo craniano.
O tratamento causou um problema nos ossos decorrente da medicação. “Tive osteonecrose em alguns ossos. Continuando a treinar, o osso foi quebrando”, explica a triatleta, que, em 2022, passou pela cirurgia. Apesar dos problemas, Chris Fernandes sempre teve uma certeza. “Nunca pensei em parar”, contou.
A triatleta goiana iniciou o Ultraman Brasil nesta sexta-feira (12), com a natação e parte do ciclismo. No sábado (13), o restante da distância de ciclismo será percorrido. No domingo (14), ela fará a corrida.
Chris Fernandes conheceu o Ultraman Brasil por meio de Marcos Gimenes, triatleta que treina na mesma equipe que ela. Marcos foi campeão da prova em 2018, logo em sua edição de estreia. Voltou à disputa no ano seguinte. No ano passado, outro atleta de Goiânia completou o Ultraman Brasil, o advogado Rafael Maciel.