Uma viagem no tempo, mais especificamente pelos anos 1920, é o que promete a novela Éramos Seis, que estreia dia 30, no horário das 18h, na Globo. Baseada no livro de Maria José Dupré, a trama ganha agora uma nova versão pelas mãos de Angela Chaves. Essa será a quarta transposição do clássico da literatura nacional para a TV. E, como nas anteriores, terá elenco encabeçado por nomes consagrados.
A história segue a trajetória de uma humilde família paulista, formada pela mãe Dona Lola, que ganha a potência dramática de Glória Pires, seu marido Júlio, que terá as feições firmes e intensas de Antonio Calloni.
De acordo com Glória, a história caminha com a família, que é o foco da trama, mas ela ressalta que a casa em que moram também é um personagem importante, que representa a união de seus moradores, guardando suas conquistas e sonhos. Apesar de se uma novela de época, passada em três décadas, de 1920, 30 e 40, trata-se de uma história atemporal.
“O que existe hoje sempre existiu, porque são conflitos humanos, e a gente observa na história da humanidade pessoas que saíram da caixinha, porque existia a necessidade de se impor, achar seu lugar, ser reconhecido, pessoal ou profissionalmente”, afirma Glória.
Para viver essa mulher, nessa versão da novela primando pelo ponto de vista feminino, com uma Lola questionadora, amorosa e determinada, Glória revela que teve inspiração nas mulheres de sua família.
“Sem dúvida minha mãe e minha avó estão muito presentes, pois volta à mente da gente coisas que ouvia delas, expressões, pensamentos”. Nas adaptações anteriores de Éramos Seis, a personagem de Dona Lola foi interpretada Gessy Fonseca, Cleyde Yaconis, Nicette Bruno e Irene Ravache.
Antonio Calloni revela não ter se inspirado em ninguém para compor o personagem, pois “a essência masculina ainda continua a mesma”. justifica. “Acho que o homem melhorou, mas ainda precisa melhorar muito, estamos longe de erradicar essa educação machista, da superioridade masculina, ser provedor”, avalia o ator, que assume que também teve sua educação machista. “Tenho que ficar atento a minhas atitudes e meus pensamentos”.
Para o ator, a novela traz assuntos importantes e perenes, como lutar por seus objetivos na vida e os desejos inerentes aos seres humanos, mostrando também como ainda preservamos algumas características daquela época. Com todos os seus conflitos familiares e profissionais, Júlio encontrou uma válvula de escape, Marion, a dançarina do cabaré.
“O Júlio não é um cara certinho, tem muitos defeitos, mas para a época, um homem ir num cabaré era aceito, tinha o olhar da mulher que fingia não perceber, não era tão transgressor, era quase um hábito, era meio escamoteado, as pessoas sabiam mas aceitavam.”