Famosos

Atual situação dos yanomamis reacende representação indígena nas artes

Claudio Heinrich interpretou o indígena Tatuapu em Uga-uga, em 2000
Quadro A Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles: cena de quase agradecimento dos indígenas pela chegada dos portugueses

“Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.” Quem não leu algum dia essa famosa descrição de um dos maiores clássicos da literatura brasileira? José de Alencar, com o romance Iracema, consolidou, em 1865, um movimento que trazia os indígenas para o centro do romantismo nacional. Algo que o próprio Alencar, com a publicação de O Guarani, em 1857, havia estimulado e popularizado como nunca até então. Era a idealização dos povos que, após 1500, com a chegada dos portugueses, foram dizimados.

Foram e continuam sendo, mais de meio milênio depois. As imagens chocantes que o Brasil acaba de testemunhar dos yanomamis, em Roraima, abandonados, sem medicamentos e comida, morrendo de malária e desnutrição, comprovam que os dramas da vida real dos indígenas brasileiros continuam a merecer desprezo. Na verdade, em várias ocasiões, são intensificados por políticas predatórias de exploração de recursos naturais, que levam garimpeiros e madeireiros para suas reservas, e por total desrespeito a sua cultura e aos seus ritos quando governos pretendem que se integrem na marra a outro modo de vida.

Essa é uma situação recorrente há cinco séculos no Brasil, com incontáveis momentos de conflitos, chacinas, invasões e epidemias que fizeram com que os cerca de mil povos que existiam por aqui antes da colonização europeia, reunindo uma população estimada pela Funai em cerca de 3 milhões de indivíduos, fossem reduzidos a cerca de 250 etnias, somando em torno de 900 mil pessoas, de acordo com o Censo de 2010, o último disponível. Desse número, um terço já não vive em comunidades tribais e sim mora em cidades de vários portes, deixando para trás vínculos mais profundos com sua origem.

Esse também é o resultado de um apagamento sistemático realizado sobre os indígenas, na maior parte de nossa História tratados como pessoas sem cidadania, sem direitos e sem identidade – houve um tempo em que religiões duvidavam até da existência de suas almas, colocando-os em posição animalesca. Eram chamados de “selvagens” ou então idealizados como parte de uma natureza idílica. Tais estereótipos encontraram nas manifestações artísticas de várias épocas um terreno fértil para que pudessem prosperar. Os livros de José de Alencar, com seus indígenas que se apaixonam pelo “homem branco”, atestam isso.

Essa visão distorcida e limitada vem antes de Alencar e permaneceu muito tempo depois dele, chegando até nós. Mas, atualmente, há vozes indígenas no cinema, na literatura e na arena pública que buscam promover transformações, tirando os povos originários da posição exótica a que costumam ser relegados ainda hoje. Não que esse problema seja exclusividade brasileira. Basta assistir aos westerns norte-americanos, com John Wayne abatendo “peles-vermelhas” no atacado, para sabermos que houve genocídios em outros lugares. No Brasil, entretanto, a reparação está apenas engatinhando.

A criação, pela primeira vez na História brasileira, de um Ministério dos Povos Indígenas indica uma mudança de postura também institucional quanto ao tema. Pode parecer apenas uma medida burocrática, mas há algo poderoso por trás disso. O País agora tem uma ministra indígena – a deputada federal eleita Sônia Guajajara (PSOL-SP) – e também de forma inédita, a Funai está sob coordenação de uma legítima representante dos indígenas, Joênia Wapichana. Com seus cargos, elas podem coordenar ações de proteção e socorro, como na emergência dos yanomamis, e também mudar políticas públicas na área.

Uma das possibilidades está exatamente na cultura aliada à educação. Apoiar e difundir livros didáticos e paradidáticos não só sobre os povos indígenas, mas escritos por membros das tribos, é algo mais do que factível, pois tal nicho já é uma realidade. É um importante sinal de mudança para que conceitos ultrapassados sejam esclarecidos e, sobretudo, para que o imaginário dos povos das florestas possa ser conhecido de maneira mais ampla e precisa. Selos como Paulinas, Autêntica e Global já têm títulos nessa linha, como Awyató-pót, de Tiago Hakiy, e Olho d’Água: O Caminho dos Sonhos, de Roni Wasiry Guará.

Um dos autores mais populares nessa esfera é Daniel Munduruku, que já venceu o Prêmio Jabuti na categoria infantojuvenil e escreveu Meu Avô Apolinário, indicado pela Unesco para receber Menção Honrosa de sua premiação em literatura em razão da mensagem de tolerância que traz. Nascido em Belém do Pará, Munduruku é formado em Filosofia, História e Psicologia, sendo um intelectual respeitado internacionalmente para tratar das questões indígenas no Brasil. Seu trabalho tem um viés ainda mais interessante por focar nas novas gerações, levando conscientização, principalmente, ao ambiente escolar.

Outra personalidade entre os autores indígenas é Airton Krenak, líder ambientalista que traz em suas obras um olhar diferenciado sobre as culturas indígenas, mostrando a filosofia que há nelas quanto ao uso dos recursos naturais e à relação de harmonia com o meio ambiente, revelando um outro olhar sobre o mundo, diferente daquele a que a nossa sociedade nos acostumou a ter. Com títulos como Futuro Ancestral, Ideias para Adiar o Fim do Mundo e A Vida não É Útil, Krenak, cujo nome vem sendo ventilado para ingressar na Academia Brasileira de Letras, tira o indígena da posição a que foi relegado historicamente.

Essa posição de subalternidade ao homem branco – dito “civilizado” – ou como um ser exótico é muito fácil de ser encontrada em diversas produções audiovisuais, no cinema, na TV ou no streaming. Também nessa seara, há criadores dispostos a mudar tal lógica e mostrar os indígenas como eles são, sem preconceitos ou idealizações românticas. Esse é o objetivo de vários documentários que obtiveram, recentemente, mais visibilidade, em razão de prêmios conquistados ou porque trazem abordagens até agora pouco exploradas sobre os indígenas, fora das esquematizações habituais.

Um deles é da dupla de diretores Marcela e Henrique Borela, de Goiás. Em Taego Ãwa, de 2017, eles recuperam registros de uma tribo indígena em antigas fitas VHS e vão atrás da História desse povo. Já O Mestre e O Divino, de Tiago Campos, traz o encontro de dois cineastas, o alemão Adalbert Heide e Divino Tserewahú, da etnia xavante, que buscaram, numa aldeia do Mato Grosso, as origens de certos ritos da tribo. Há ainda o documentário As Hiper Mulheres, de Carlos Fausto, Leonardo Sette e do diretor indígena Takumã Kuikuro, que trata da realização do Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu.

Nos últimos anos, muitos filmes foram produzidos sobre temas indígenas, como Piripkura, que mostra a dramática situação dos dois últimos remanescentes da etnia que leva esse nome, cuja reserva é cada vez mais pressionada por atividades agrícolas. Outro exemplo é Ex-Pagé, produzido pela Netflix, que revela como o mundo invadiu a vida dos indígenas paiter suruí, que viviam isolados no meio da Amazônia, colocando em xeque sua própria fé. Também pode ser citada a trilogia formada por Corumbiara, Martírio e Adeus, Capitão, do indigenista Vincent Carelli, registro de muitos anos sobre as ameaças a vários povos.

Visões em conflito

Nos anos 1970, o cineasta alemão Werner Herzog olhou para a Amazônia obstinadamente. No início daquela década, embrenhou-se na floresta para filmar Aguirre, A Cólera dos Deuses, mostrando um personagem que vai em busca do El Dorado, local que esconderia riquezas inimagináveis. Anos depois, ele retornou para realizar Fitzcarraldo, filme que o próprio diretor, em seu diário de produção, definiria como “uma tragédia”. Depois de perder o protagonista e substituí-lo pelo excêntrico ator germânico Klaus Kinski (que também viveu o insano Aguirre), Herzog contou a saga de um homem que queria construir um teatro e produzir óperas na bacia do Rio Amazonas.

Em ambas as produções, os indígenas aparecem o tempo todo, afinal, sem eles, não haveria nem roteiro, nem verossimilhança – o cenário é a Amazônia – e nem filmes em si, já que povos da floresta brasileira e peruana os auxiliaram nas duas empreitadas. Nessas iniciativas tipicamente herzoguianas, há ousadia e até temeridade, mas também muitos erros. Sobretudo em Fitzcarraldo, a dicotomia esquemática entre a cultura europeia e os saberes dos povos originários fica evidente, mas com os indígenas sendo secundarizados. Além disso, eles foram expostos aos destemperos de Kinski e aos radicalismos criativos de Herzog. Ator e diretor brigavam tanto, com direito a ameaças e contatos físicos pouco amistosos, que um líder indígena chegou a perguntar a Herzog se ele desejava que Kinski fosse morto. E o diretor pensou seriamente na hipótese.

Fitzcarraldo é um choque de culturas diante e atrás das câmeras e exemplifica bem como, muitas vezes, o cinema legou os indígenas a posições figurativas ou, quando os abordou, o fez com equívocos. Brincando nos Campos do Senhor, de Hector Babenco, apesar de ter um argumento interessante, também incorre nas fórmulas batidas. Baseado no livro de Peter Matthiessen, o filme acompanha a ida de casais de missionários à Amazônia para catequizar uma tribo. Mas no mesmo local, aparecem dois mercenários, que caem com seu avião. Daí por diante, conflitos e incompreensão mútua farão suas vítimas.

A produção também foi infernal, cheia de problemas, e nem a grife Babenco e nem o elenco cheio de nomes conhecidos (Tom Berenger, Daryl Hannah, John Lithgow, Kathy Bates) salvam o projeto de um retumbante fracasso. E ainda temos que assistir Stênio Garcia vivendo o líder dos indígenas, algo que ele já havia feito na primeira versão de A Muralha, na TV tupi, em 1968, e repetiria no remake da Rede Globo, em 2000. Uma representação tão forçada como essa apenas demonstra o tamanho do desafio que muitos diretores, alguns já consagrados, casos de Herzog e Babenco, têm para encontrar o melhor caminho para falar dos indígenas em seus filmes. Visões arraigadas e erradas se impõem.

Em 1986, o cineasta franco-britânico Roland Joffé conseguiu sucesso de crítica com seu A Missão, que refaz os passos dos jesuítas junto aos indígenas Guarani, no sul do Brasil, no século 18. A produção, estrelada por Robert De Niro e Jeremy Irons e rodada parcialmente no Brasil – Cataratas do Iguaçu e a região das Missões, no Rio Grande do Sul –, trabalha com os conflitos religiosos e políticos trazidos da Europa para o seio de um povo que se vê ameaçado com a chegada dos forasteiros. O filme ganhou vários prêmios, como a Palma de Ouro, em Cannes, o Globo de Ouro em 4 categorias e o Oscar de Fotografia.

Neste caso, houve um esforço para retratar os indígenas de forma mais próxima. Muitos deles estão no elenco – mas não no principal –, e ainda que tenha sido consagrada como uma produção mais fiel a certa realidade, A Missão comete erros primários, como adotar uma língua indígena falada por tribos da Amazônia e não pelos guaranis, do Sul. Muitas produções brasileiras, mesmo teoricamente mais próximas de nossos contextos, o que poderia evitar tais equívocos, não ficam atrás nos estereótipos. O sofrível O Guarani, aventura de Norma Bengell na direção, prova isso. Como explicar Márcio Garcia de indígena?

Há projetos mais felizes, como o carismático Tainá, voltado para o público infanto-juvenil e que gerou três produções, todas com uma mensagem ambiental importante. Índia, de Fábio Barreto, lançado em 1982, com Glória Pires no papel principal de uma indígena que vive no Vale do Araguaia e se apaixona por um cabo do Exército lotado na região, tem um enredo independente de qualquer compreensão cultural mais profunda, mas explora o mito de Iracema, da nativa enamorada por alguém de fora de sua aldeia. Já a cinebiografia Rondon, O Desbravador, tenta mostrar alguém que não via os indígenas como um problema. 

Contra a corrente dos estereótipos fáceis, três cineastas com ligações profundas com Goiás deixaram legados importantes. O primeiro é Jesco von Puttkamer, documentarista que acompanhou os irmãos Villas-Boas em suas viagens iniciais pela região do Xingu e que com sensibilidade no olhar, captou o verdadeiro espírito de muitos povos, a ponto de eles o considerarem como parte das tribos. Seu trabalho gerou vários filmes e mais de 200 mil imagens, doadas à PUC Goiás, constituindo o mais valioso acervo dos contatos com povos indígenas do Brasil. Puttkamer inaugurou um modo de fazer documentário nas aldeias que fez escola.

Um dos que seguiram esse caminho e dirigiu até um filme sobre o próprio Jesco, chamado Bubula: O Cara Vermelha, foi o cineasta e professor goiano Luiz Eduardo Jorge. Quando morreu, em 2017, ele recebeu homenagens de tribos que frequentou como documentarista no Mato Grosso. E também foi no Xingu que o jornalista e ambientalista Washington Novaes produziu verdadeiros tesouros em forma de documentários, como Xingu – A Terra Mágica, e Xingu – A Terra Ameaçada, em que mostra a cerimônia do Kuarup, a mais importante para aquela cultura, celebração que foi dedicada ao jornalista em 2021, após sua morte.

A presença de pessoas como Luís Eduardo ou Novaes nas tribos pode despertar vocações entre os indígenas. O Kuarup de 2022 em homenagem ao jornalista foi filmado pelo diretor Maricá Kuikuro, filho do cacique Tabata Kuikuro, cuja memória também foi celebrada na ocasião. O filme O Último Encontro, resultado dessa iniciativa, tem a intenção de perpetuar a amizade que unia os dois homenageados. As informações que esses trabalhos trazem a público também inspiram outros trabalhos, como o filme Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Nader Messora e João Salaviza, que conviveram com comunidades indígenas. 

Escapando das fórmulas manjadas, outros documentários tentam dar uma visão mais correta sobre culturas tão diferentes da nossa. O Território, lançado no ano passado por Alex Pritz, retrata a luta inglória contra o desmatamento na Amazônia. Nheengatu, de José Barahona, narra a procura de uma língua antiga imposta aos indígenas por colonizadores e agora quase esquecida. A série de filmes de animação Kiriku aposta no lúdico para chamar a atenção para lendas e papeis sociais da cultura indígena. Falas da Terra, produzido pelo Grupo Globo, mostra a pluralidade de vozes quanto a problemas e ameaças recorrentes.

Heróis e vítimas

De um lado, o heroísmo de um personagem indígena idealizado, como no poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão. Do outro, a violência do sequestro de crianças indígenas indefesas por europeus, como narra Micheliny Verunschk, em O Som do Rugido da Onça. De um lado, a visão violenta mas ainda idílica de O Uraguai, de Basílio da Gama, sobre os conflitos entre jesuítas, indígenas e exploradores europeus na região das Missões, no Rio Grande do Sul. Do outro, a beleza misteriosa dos rituais ancestrais de povos de grande sabedoria, como em Quarup, de Antônio Callado. Sim, são obras quase em confronto.

Se Mário de Andrade fez de Macunaíma, nascido de uma indígena da Amazônia, seu “herói sem caráter” e emblema de um Brasil multicultural, Dinah Silveira de Queiroz, por sua vez, denunciou os abusos cometidos por homens da Igreja e da administração colonial na fundação da cidade de São Paulo em seu conhecido A Muralha. Este livro, aliás, virou novela na TV Tupi e minissérie na Rede Globo, reconstituindo todos aqueles conflitos que misturavam fé e hipocrisia, missas em latim para quem falava outra língua e cobiça pelo trabalho escravo que os indígenas poderiam render aos bandeirantes.

A TV, aliás, costuma ser fonte pródiga de conceitos equivocados sobre os indígenas, quando não palco para ridicularizações abertas. Aconteceu na novela Uga-Uga, em que o galã da época, Cláudio Heinrich, desfilava no horário das sete só de tanga como um herdeiro branco e louro criado em uma tribo chefiada por um cacique malandro. Em Alma Gêmea, era Priscila Fantin a interpretar uma indígena completamente fora dos padrões reais, sob o pretexto de ser a reencarnação de alguém. Potira, em Irmãos Coragem, acabou metralhada, num improvável amor entre uma indígena e um garimpeiro.

Os conflitos entre indígenas e “homens brancos” são mostrados, com doses de violência, na série Mad Maria – em uma cena chocante, o médico do posto avançado da construção da ferrovia no meio da Amazônia é enforcado. Na novela Novo Mundo, um indígena levado ainda criança para a Europa retorna às Américas na corte da imperatriz Leopoldina e aqui redescobre suas raízes. Já na novela Aritana, de Ivani Ribeiro, nos estertores da TV Tupi, Carlos Alberto Riccelli, seminu, interpreta um indígena do Xingu que se apaixona pela personagem de Bruna Lombardi. Alguém se lembrou de Peri e Ceci, de José de Alencar? Pois é.

Iconografia equivocada

As artes plásticas têm bastante culpa sobre como vemos os indígenas, muitas vezes de maneira equivocada. Isso vem de longe. Nas missões estrangeiras que vieram ao Brasil durante o período colonial, uma verdadeira tradição neste sentido foi criada. As gravuras de artistas holandeses, franceses ou alemães como Jean-Baptiste Debret, Johann Moritz Rugendas e Albert Eckhout, retratam os nativos como seres exóticos, perigosos ou indolentes. Isso reforça preconceitos quanto à disposição dos indígenas para trabalhar, expresso recentemente até em declarações de um vice-presidente da República.

Telas de brasileiros vão pelo mesmo caminho. Em várias delas, vê-se uma cena de quase agradecimento dos indígenas pela chegada dos portugueses, como ocorre no quadro A Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles. Essa idealização está longe das imagens captadas pela fotógrafa Cláudia Andujar, que ilustrou uma edição histórica da revista Realidade, de 1971, sobre a Amazônia. Essas fotos até hoje correm o mundo em exposições – no ano passado, algumas delas podiam ser vistas numa mostra em Madri – e geraram outros trabalhos, como o livro Amazônia, de 1978, em que Andujar revela o xamanismo dos yanomamis.

Na música, os indígenas aparecem esporadicamente. Caetano Veloso já fez canções famosas, como Um Índio e Luz do Sol, que virou trilha do filme Índia, com Glória Pires – que, aliás, viveu também Ana Terra, uma descendente de indígenas, na adaptação para a TV da obra O Tempo e O Vento, de Erico Verissimo. Baby do Brasil fez sucesso com a canção Todo Dia Era Dia de Índio e a poesia está presente em Amor de Índio, de Beto Guedes e Ronaldo Bastos. A grande obra musical sobre indígenas brasileiros, porém, é a ópera O Guarani, do maestro Carlos Gomes, que estreou em 1870, no Rio de Janeiro.

O que pensavam sobre os indígenas

Voltaire – Pregador da tolerância entre as religiões e os diferentes, o iluminista acreditava que as missões jesuítas voltadas para catequizar os guaranis eram um “triunfo da humanidade”. Mas ele era um pouco crédulo demais com dados incorretos a respeito.

Montesquieu – Outro grande pensador do século 18, o francês chegou a afirmar que certos modelos adotados para aculturar os indígenas na América do Sul era um sistema político e social que o próprio Platão aprovaria, já que excluía o estatuto da escravidão.

Hegel – O filósofo alemão envolveu-se em debates não exatamente sobre a situação material dos indígenas, mas sua localização espiritual, perguntando-se onde não só eles, mas toda a América, o Novo Mundo, estariam inseridos na História Universal.

Goethe – Com intensa curiosidade sobre botânica e plantas medicinais, o autor de Fausto sonhava em conhecer a América do Sul, que considerava uma espécie de paraíso, aceitando que os indígenas tinham muita sabedoria sobre os poderes curativos da natureza.

 

 

 

 

 

Divulgação
Documentário Taego Ãwa, dos irmãos cineastas Henrique e Marcela Borela, reúne imagens de cinco fitas VHS contendo registros culturais da tribo Ãwa: mais visibilidade
Comentários
Os comentários publicados aqui não representam a opinião do jornal e são de total responsabilidade de seus autores.
ANUNCIE AQUI