RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Caetano Veloso vai entrar de férias. "Férias radicais" como o próprio anunciou nas suas redes sociais nesta quinta-feira (14). A pausa, ainda sem previsão de retorno, irá acontecer após o cantor cumprir agenda de três shows na Bahia nos próximos dias. A decisão do músico parece ter ligação com a confusão envolvendo uma marca de roupa por uso indevido da imagem de Caetano em publicidade. Ele processa a empresa e nega ter pedido R$ 500 mil em dinheiro em uma tentativa de acordo.
"Chego à minha Bahia e logo faço série de três shows do "Meu Coco" na Concha. Tenho 81 anos e venho de uma série de atividades superpuxadas. Peço aos meus amigos, colegas, conhecidos e desconhecidos que considerem minha decisão de descansar o que me é necessário", começou o cantor no relato publicado no Instagram.
Caetano, então, prosseguiu: "Peço que não me convidem para atividades públicas, participações, conceder entrevistas ou emitir opiniões, gravar vídeos, escrever releases e outros textos ou qualquer outra atividade, sobretudo àqueles que sabem que mais me tocariam com seus chamados. Que tenhamos um feliz verão".
A marca de roupas Osklen está sendo processada por Caetano Veloso por uso indevido de imagem e danos morais e materiais em uma ação de R$ 1,3 milhão. O caso envolve uma campanha de verão da marca, chamada "Brazilian Soul", que teria feito referências ao músico e ao Tropicalismo, movimento que ajudou a fundar, em 1968 (com o lançamento do disco 'Tropicália ou Panis Et Circensis'), sem sua autorização prévia.
A empresa alega que tentou realizar um acordo anterior ao processo, mas que a proposta foi recusada. A grife afirmou que o cantor e sua esposa, Paula Lavigne, sócia-administradora da empresa Uns e Outros Produções, teriam pedido R$ 500 mil em dinheiro.
A defesa do cantor manifestou sobre o episódio nesta quarta-feira (13). "Caetano jamais pediu indenização 'in cash', ou seja, em dinheiro. O que isso significa? Essa é uma afirmação muito grave, passível de tipificação criminal", destacou os advogados de Caetano e Paula.
"Tentou-se um acordo, mas o valor proposto era vil diante do que seria a remuneração para um artista do calibre de Caetano Veloso para associar sua imagem e obra a produtos. Some-se a isso o fato de que Caetano Veloso nunca aceitou negociar sua obra e sua imagem para esses fins, mesmo tendo recebido propostas milionárias para esse propósito", diz a nota.