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Caetano Veloso apresenta nova turnê neste sábado em Goiânia

Divulgação
Caetano Veloso: músico apresenta-se neste sábado no Centro de Convenções da PUC Goiás

No disco Meu Coco, o destemido Caetano Veloso, 80, mais uma vez ecoa num grito estrondoso suas inquietações políticas e sociais. “Não vou deixar, não vou. Não vou deixar você esculachar com a nossa história”, conclama em Não Vou Deixar, umas das canções do álbum de inéditas. O baiano traz a turnê do novo trabalho em comemoração aos seus 80 anos, completos no dia 7 de agosto, para Goiânia neste sábado (20), no Centro de Convenções da PUC Goiás.

A última vez que Caetano esteve em Goiânia foi em 2019, na abertura da temporada do Flamboyant in Concert. Na época, o cantor apresentou canções da turnê Ofertório, junto aos filhos Moreno e Zeca Veloso. Agora, três anos depois e uma pandemia na conta, o artista roda capitais de todo mundo com Meu Coco, disco lançado em 2021 e sucesso de crítica, público e alcance no streaming.

“Observo o que se passa, mas cresci pensando em canções que chegam para ficar, em discos de longa duração que têm repertório coerente, em obras que formam um conjunto significativo. Fiz Meu Coco como um álbum como os que saíam em CD ou vinil”, adiantou Caetano em seu perfil no Instagram, onde acumula mais de 2 milhões de seguidores. A plataforma serve, inclusive, para o artista resgatar memórias dos tempos da Tropicália, falar sobre música e homenagear os seus, como a irmã Maria Bethânia e o sempre amigo Gilberto Gil.

Meu Coco não é sobre beijos feito abelhas de morena e fala muito menos sobre o que há debaixo dos caracóis de seus cabelos. O trabalho, que acaba de ser apresentado no Meca Festival, em Inhotim (MG), ilustra as preocupações de Caetano sobre o futuro do Brasil. Composto por 12 faixas, o álbum traz músicas gravadas por Caetano em um estúdio caseiro, em meio ao isolamento social adotado contra a pandemia da Covid-19.

“Cada faixa do novo álbum tem vida própria e intensa. Esse é um disco de quantidade e intensidade”, adiantou Caetano em carta assinada quando lançou o trabalho em 2021. Trata-se do primeiro álbum de inéditas após nove anos, desde quando divulgou o seu Abraçaço (2012), álbum que circulou por todo o mundo em turnê, inclusive em Goiânia durante o Festival Bananada de 2014, no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

No atual show na capital goiana, o artista será acompanhado no palco do Centro de Convenções da PUC pelos músicos Lucas Nunes, que produziu o novo álbum, Kainã do Jeje, Pretinho da Serrinha, Rodrigo Tavares, Alberto Continentino e Thiaguinho da Serrinha. A cenografia do espetáculo é assinada por Hélio Eichbauer, que vinha fazendo os cenários dos shows desde O Estrangeiro (1989), e deixou, antes de morrer repentinamente, um esboço cenográfico adaptado por Luiz Henrique, que foi assistente do profissional.

Além das músicas do trabalho atual, como Anjos Tronchos, Não Vou Deixar e Sem Samba não Dá, o artista também resgata canções que ajudam a contar a história da música brasileira, a exemplo de Sozinho, Você É Linda, Leãozinho, Coração Vagabundo e Baby. “Muitas vezes sinto que já fiz canções demais. Falta de rigor? Negligência crítica? Deve ser. Mas acontece que desde a infância amo as canções populares inclusive por sua fácil proliferação. Quem gosta de canções gosta de quantidade”, adiantou na carta.

Com mais de 50 anos de carreira, o músico já soma mais de 50 lançamentos em sua discografia, que inclui hits que marcaram época em trilhas sonoras de filmes, novelas e séries de TV. Um dos artistas exilados durante a ditadura militar, Caetano faz política em música, fala sobre feridas abertas brasileiras e esbraveja a respeito das situações históricas do País. Mais recentemente, declarou apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT) nas eleições deste ano.

 

Serviço

Caetano Veloso faz show da turnê Meu Coco

Quando: neste sábado (20), às 21 horas

Local: Centro de Convenções da PUC Goiás - Campus II, Av. Engler, 507 - Jardim Mariliza, Goiânia 

Ingressos: (em aberto)

Informações: 3946-1067 

 


80 vezes Caê!  

Oito discos para oito décadas de Caetano Veloso

Domingo (1967) 

Disco de estreia de Caetano Veloso, o trabalho apresenta um artista de 25 anos ao lado de Gal Costa em canções de sucesso, como Coração Vagabundo e Nenhuma Dor. 

Caetano Veloso (1971) 

Terceiro álbum lançado por Caê, o disco foi criado durante o exílio político do músico em Londres, com músicas melancólicas e, em sua maioria, cantadas em inglês. 

Muito - Dentro da Estrela Azulada (1978)

Sampa, Eu Sei que Vou te Amar e Muito Romântico são canções que se tornaram hits do trabalho, gravado no final da década de 1970, quando Veloso tinha 36 anos. 

Cores, Nomes (1982) 

Um dos LPs mais vendidos nos anos 1980 na carreira de Caetano, o álbum é animado e faz ode à Bahia em canções como Um Canto de Afoxé para o Bloco Ilê, além da homenagem ao pai na música Ele Me Deu um Beijo na Boca. 

Estrangeiro (1989) 

Carlinhos Brown, Bill Frisell, Marc Ribot e Naná Vasconcelos fazem participações especiais no trabalho consagrado na discografia da música popular brasileira. 

Fina Estampa (1994) 

"Para mim, o destino ideal deste disco é aprofundar o diálogo com algumas pessoas que, espalhadas pela América Espanhola, vêm há algum tempo generosamente prestando atenção à minha música", explicou Caetano em carta aberta sobre o disco. 

Cê (2006) 

Conquistador de prêmios, o trabalho venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Compositor e a música Não me Arrependo ganhou o troféu de Melhor Canção Brasileira. 

Abraçaço (2012) 

Veloso mandou todo mundo se abraçar no início da década de 2010, com uma turnê que rodou todos os cantos do mundo.

 

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