“A esclerose múltipla é uma doença traiçoeira”, ouviu a atriz Guta Stresser da médica que a acompanha. Atualmente, os medicamentos atuam para evitar a progressão da doença, impedindo que novas lesões cerebrais e na medula espinhal surjam. Mas, por diferentes fatores, o quadro pode mudar, até porque ainda não existe cura para a esclerose múltipla.
Então, o remédio que hoje reduz surtos (retorno ou aparecimento de novos sintomas), impede sequelas e permite melhor qualidade de vida pode não funcionar daqui um tempo. E esse tempo é indefinido.
“Sigo com meu tratamento normalmente da maneira que me foi recomendado tomar a medicação”, responde Guta.
“Nós evoluímos muito no protocolo de tratamento no SUS e na ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar], são bem parecidos, mas na ANS tem uma molécula a mais”, comenta a neurologista Ana Claudia Piccolo, vice-coordenadora do Departamento Científico de Neuroimunologia da ABN (Academia Brasileira de Neurologia).
É por isso que Guta se envolve e defende a incorporação de novos medicamentos para EM no SUS —pelo qual consegue o próprio remédio todo mês.
“A medicação é a garantia de não ficar incapacitado pela doença”, afirma. “Sem esse medicamento, provavelmente eu teria mais lesões”, completa a artista.