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Confira dicas de como enfrentar os impactos da baixa umidade

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Desconforto nas narinas, lábios rachados, pele seca, cansaço. Enfrentar os meses de agosto e setembro em Goiás é para os fortes. Além da baixa umidade, a temperatura mal voltou a subir por aqui e já sofreu outra queda graças à chegada de mais uma frente fria na quinta-feira (19).

Apesar da possibilidade de chuva em alguns municípios, a umidade relativa do ar segue entre 20% e 70%. Há poucos dias, municípios goianos entraram em estado de alerta por conta da baixa umidade relativa do ar, que foi registrada abaixo de 20% - assim como desertos famosos, como o do Saara. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o nível ideal para o organismo humano está entre 40% e 70%.

O jeito é entender quais são as alterações que o organismo pode sofrer com o clima para reforçar os cuidados com a saúde. O POPULAR convidou três especialistas de diferentes áreas para explicar como o corpo sofre com a baixa umidade e que estratégias podem ser usadas para amenizar os desconfortos, quadros alérgicos e riscos de infecções, como gripes e resfriados.

 

Inspira, expira

Seja realizando tarefas do dia a dia, uma simples caminhada na rua ou praticando atividades físicas, muitos vêm sentindo desconfortos na mucosa nasal pelo ar seco ou com a sensação de estarem se cansando mais rápido que o normal. Por que isso acontece? “Nosso nariz tem a função de hidratar, umidificar e aquecer o ar que respiramos, para que ele alcance nossos pulmões em condições ideais. Com o clima seco, essa função do nariz fica prejudicada, alterando as condições com que esse ar chega nas nossas vias respiratórias”, explica a pneumologista Fernanda Miranda.

Por esse motivo, a baixa umidade e as mudanças de temperatura são um prato cheio para o início ou agravamento de quadros alérgicos. Quem sofre de rinite, por exemplo, acaba confundindo os sintomas com o de uma gripe, resfriado ou Covid-19. “Portadores de doenças respiratórias crônicas, principalmente de natureza alérgica, têm maior chance de apresentarem agravamento do quadro não só porque o ar está mais seco, como também mais poluído. Eles também são mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas, que apresentam um aumento de casos em climas mais secos e mais frios”, continua.

E como amenizar os desconfortos e riscos de agravar os quadros pré-existentes? “Manter as narinas bem hidratadas com soro fisiológico, beber bastante água, evitar a exposição ao ar livre nos dias com baixa umidade e usar umidificadores de ambiente são os cuidados comuns a todas as pessoas. Aos pacientes com doenças respiratórias crônicas, é fundamental manter o tratamento de base de maneira regular e, a qualquer sinal de piora, procurar assistência médica”, aponta.

Sentindo na pele

“Nesse período, o corpo perde água por meio de evaporação para o ar seco e, principalmente, por meio da respiração. Isso porque o ar seco que entra nos pulmões é aquecido e exalado saturado de umidade”, explica a dermatologista Marília Prego Guimarães. Como consequência, além de problemas respiratórios, os danos à saúde podem envolver tanto a pele, como o cabelo. “São danos como ressecamento, descamação, alergias e doenças cutâneas”, aponta.

Ela explica que a pele sofre com a baixa umidade principalmente nas extremidades, onde chega pouca gordura, como é o caso dos pés, cotovelos e mãos. “A pele é um dos órgãos que mais sofre diretamente com a mudança de estação, ficando mais ressecada e com a barreira e a estrutura bem mais fragilizadas”, explica. Sintomas como coceira, vermelhidão e ressecamento podem surgir como consequência. “Esses sintomas não necessariamente indicam condições dermatológicas, mas geralmente são mais nítidos e provenientes de pessoas com rosácea, dermatite atópica, dermatite seborreica e psoríase”, diz.

Para amenizar os danos à barreira cutânea, a hidratação deve ser reforçada. “Hidratantes calmantes à base de dexpantenol e vitamina B5 têm poder maior de hidratação e restauração. Outra dica é usar cremes específicos para o rosto e redobrar o uso no corpo e face”, aponta. Na hora do banho, evitar os demorados e com água muito quente . A recomendação do uso do filtro solar, principalmente ao ar livre, é a mesma do ano todo: usar filtros específicos para o seu tipo de pele, indicados pelo dermatologista.

“A boca também costuma ficar muito ressecada com o clima seco, já que possui menos queratina (substância com função de proteger a pele) que as demais regiões do corpo. Por isso, ela merece muito mais atenção e hidratação com protetor labial várias vezes ao dia”, diz. Com os cabelos não é diferente: apostar nas hidratações capilares uma vez por semana, com cremes adequados para o tipo de cabelo, está entre as dicas da especialista, além de evitar o uso de elásticos muito apertados para prender os cabelos, já que os fios estão mais ressecados e quebradiços.

De dentro para fora

Se a ingestão de água é fundamental para o funcionamento do organismo, dá para imaginar que o baixo nível de umidade do ar interfere no processo. “A baixa umidade do ar afeta diretamente a hidratação, e a água é fundamental para todas as células do organismo, promovendo a regulação da nossa temperatura corporal, o funcionamento dos órgãos, eliminando toxinas por meio da urina e suor e transportando nutrientes, por exemplo”, explica a nutricionista Beatriz Duarte.

O corpo dá sinais de que a hidratação está abaixo do normal, principalmente na boca, mucosas e pele. “A cor da urina também pode ser analisada. Ela deve ser sempre o mais clara possível. Se o amarelo já está ficando muito aparente, ou se está até escuro, são indícios evidentes de baixos níveis de água no organismo”, comenta. “Todos esses são sinais tardios de desidratação. O ideal é que, sabendo que organismo precisa de água e que a umidade do ar está mais baixa, já aumentar esse consumo gradativamente, sem esperar pelos sinais de baixa hidratação”, aponta.

Algumas estratégias podem ser incorporadas no dia a dia para aumentar a ingestão de água e manter o corpo sempre hidratado. Aumentar o consumo de chás, água com gás, sucos naturais e de frutas e vegetais ricos em água, como melancia, laranja, mexerica, pepino e alface estão entre elas. “Como a umidade do ar está mais baixa aliada às altas temperaturas, o corpo também fica com menos água para trabalhar, devido ao ressecamento das vias aéreas e garganta, produção de muco reduzida e níveis de sudorese aumentados. Com isso, o corpo fica mais vulnerável e com a imunida de baixa, suscetível a infecções”, explica.

Na hora da prática dos exercícios físicos, não vacile! “É preciso cuidar da hidratação ao longo de todo o dia, não apenas durante o treino, para evitar desgaste excessivo. Para quem treina em horários de maiores temperaturas, entre as 11 e 15 horas, tomar cuidado com o sol e preferir locais cobertos”, indica.

 

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