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Elenco do núcleo Maranhão fala sobre as gravações de Travessia

Fábio Rocha/Globo
Drica Moraes: “Núbia é uma personagem passional, uma mãe possessiva. E é uma sobrevivente”

No caso de Travessia, próxima trama da faixa das 21 horas da Globo, um equívoco fruto de uma nova ferramenta de manipulação de imagem impacta profundamente não só a vida de Brisa (Lucy Alves), mas a de todos a sua volta, incluindo o noivo, Ari (Chay Suede), o filho de Tonho (Vicente Alvite), e os integrantes da vizinhança em que esta família se formou.

Todos eles, em maior ou menor proporção, precisam revisitar seus valores, crenças e trajetórias, e já não podem ignorar que para além de suas vidas no interior do Maranhão existem novos caminhos e possibilidades.

A autora Gloria Perez revelou as escolhas que estão por trás desta narrativa. “Como em todos os meus trabalhos, gosto muito de olhar a sociedade. Hoje, com o avanço das tecnologias, cada ferramenta permite uma nova realidade. Com as redes é possível que todos se comuniquem, e isso torna o mundo menor. Em Travessia, nós vamos contar uma história muito humana com um pano de fundo que nos faz perceber que estamos no momento de uma grande mudança”, detalhou.

“E eu gosto de falar sobre diversidade. Todas as minhas novelas trazem um novo olhar sobre as diferentes formas de viver e sobre como as pessoas lidam com o diferente. O Maranhão, por exemplo, tem uma cultura com expressões interessantíssimas, sem falar das paisagens”, acrescentou.

Para Lucy Alves, intérprete da protagonista, os desafios estão além da responsabilidade de dar vida a uma personagem principal de novela das nove: se encontram na própria descoberta de quem é a Brisa.

“As protagonistas de Gloria Perez costumam ser mulheres muito fortes, resilientes, nunca bobas. Estou descobrindo a Brisa ao longo dos capítulos. Mesmo sendo nordestina, eu ainda não tinha tido a oportunidade de conhecer a fundo a cultura maranhense, o misticismo, a culinária. É um lugar cheio de história. Ter esse contato foi muito importante para minha personagem. Cada Estado é muito único, e o Nordeste não é uma coisa só; por isso a viagem foi essencial para a minha construção. Estou aprendendo muito e estou curiosa para saber o que vai acontecer com ela”, disse.

Ari, personagem de Chay Suede, é um ferrenho defensor da cultura e do patrimônio histórico de São Luís. Mas, quando vai ao Rio de Janeiro investigar a construtora que pretende derrubar um dos casarões históricos de seu Estado, se depara com um mundo repleto de possibilidades, até então desconhecidas para o jovem interiorano. Para o ator, essa virada revela a complexidade de seu personagem.

“O Ari vai se despindo na frente do público enquanto vai se enxergando. É um personagem que tem muitas certezas e elas vão desafiando-o ao longo dessa história”, explicou Chay, que também comentou a cumplicidade que já tem com Lucy: “No Maranhão, Lucy e eu construímos memórias em comum, memórias que se tornaram de Ari e Brisa”.

De volta às novelas após sete anos, nos quais atuou em séries, Drica Moraes contou como tem sido a experiência de dar vida a Núbia, a mãe superprotetora de Ari: “Estou amando voltar às novelas! Elas têm uma agilidade que me seduz. Reencontrar amigos, como Mauro e Gloria, tem sido muito feliz. Quanto à Núbia, ela é uma personagem passional, uma mãe possessiva. E é uma sobrevivente, criou um filho sozinha. Então, para tudo que se opõe à visão de mundo dela e do que ela quer para o filho, ela se coloca como antagonista. Mas tem muito humor. Estar nesse núcleo do Maranhão, para mim, é um prêmio”, celebrou Drica.

As cenas que retratam o Maranhão em Travessia foram gravadas no Estado, onde elenco e direção vivenciaram durante mais de um mês a cultura local. Para o diretor artístico da novela, Mauro Mendonça Filho, as filmagens fora do eixo Rio-São Paulo deixaram a trama ainda mais rica e colorida: “Por uma extrema felicidade, o Maranhão foi escolhido por Gloria Perez, assim como Lisboa e o Rio de Janeiro. A proposta da novela é ser solar, leve. Foi muito feliz estarmos em São Luís e em diferentes regiões dos Lençóis Maranhenses. A gente quer que as pessoas se reconheçam nessa novela, e para isso precisamos ser autênticos e mostrar as diferenças do Brasil; trazer a magia com um pouco de novidade. Queremos trazer todas as cores que o Maranhão tem. Estar lá aqueceu as turbinas do trabalho, foi divertido e prazeroso”.

Em conversa com os jornalistas, o diretor ainda anunciou, com exclusividade, que essa mesma atmosfera estará presente na abertura da novela, que trará uma versão da música Tempos Modernos, de Lulu Santos, cantada por Seu Jorge.

Marcos Caruso contou, ainda, que beber da fonte maranhense deu a real dimensão da importância da defesa do patrimônio histórico local, pauta que é grande motivação do professor Dante, seu personagem na trama.

“Estar em São Luís foi o destampar de uma garrafa de champanhe. Por mais que eu conhecesse a história da cidade, eu sou um ator que cria vendo e fazendo. Andei muito pelas ruas sozinho, no meio das pessoas. Tem uma faculdade de História em frente a nossa base de produção e fui lá ver os professores, mergulhar nesse ambiente. Me surpreendeu concluir que o Dante, assim como nós brasileiros, está sempre tentando preservar e recuperar algo de algum mal”.

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