Axl Rose, 60, pode não ter mais aquela voz empossada de quando cantava com facilidade suas inveteradas canções, mas foi só subir ao palco no último domingo (11) para que botasse o Estádio Serra Dourada para tremer. Um dos shows mais aguardados do ano em Goiânia (ou seria o maior?) e que arrastou multidão, a apresentação da Guns N' Roses fez jus ao título de uma das maiores bandas de rock em continuidade do mundo.
Ao seguir o fluxo de apresentações longas, com quase três horas, e pontuais, a banda começou ás 20h, e seguiu o setlist previsto em seus shows anteriores da turnê Guns N’ Roses Are F’ N’ Back (algo como Guns N’ Roses Está de Volta). Começaram com It's So Easy, um dos maiores clássicos do disco Appetite For Destruction (1987), trabalho que ajudou a reunir inúmeros fãs do grupo pelo mundo.
Plateia lotada e estádio cheio, a Guns N' Roses em 40 anos de estrada é capaz de reunir fãs de diferentes perfis: mães e pais com filhos, irmãos, grupos de amigos, uma cronologia de gerações reunidas em um coro só. São roqueiras e roqueiros de Goiás que, pela primeira vez, têm a oportunidade de assistir a uma das bandas de rock mais famosas do mundo em seu próprio quintal. Não dava para perder.
Com a mesma estrutura de palco, iluminação, técnica e performance que dos shows de Manaus (AM), Recife (PE) e no Rock in Rio (RJ), o grupo fez caber em uma tacada só sucessos como Sweet Child O' Mine, November Rain e Knockin' On Heaven's Door junto com canções do último lançamento de estúdio da banda, Chinese Democracy (2008). Não faltaram gritos da plateia no Serra Dourada.
O solo de guitarra de Slash foi um dos pontos altos da apresentação. Em ótima performance, o músico de 57 anos cumpriu missão e arrastou a plateia para a lisergia de riffs ao lado, também, do baixo de Duff McKagan, a guitarra de Richard Fortus, os teclados de Dizzy Reed e Melissa Reese e a bateria Frank Ferrer.
Antes do show em Goiânia, no Rock in Rio, na última quinta-feira (8), quando a Guns encerrou os trabalhos do Palco Mundo, os vocais desafinados de Alx Rose ecoaram entre a plateia. O cantor foi até o Twitter para pedir desculpas pelos vocais desafinados. "Quero me desculpar por estar pouco indisposto, não por Covid-19, ainda bem. Tentei manter minha tosse sob controle. Amo vocês. Obrigado aos fãs por tudo", escreveu.
Depois de Goiânia, os incansáveis da Califórnia ainda passam por Belo Horizonte (MG), Ribeirão Preto (SP), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), São Paulo (SP) e Porto Alegre (RS). Do Brasil, partem para Argentina, Uruguai, Chile, Peru e Colômbia. São shows previstos para serem realizados até o final do ano. Na capital goiana, conhecida por muitos como Goiânia Rock City, a Guns N' Roses comprovou que sim, o rock não morreu. E nem está perto.