SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A cantora Gal Costa, morta em novembro do ano passado, teve seu plano de saúde cancelado em agosto de 2021 após a empresa GMC Produções Artísticas, sociedade firmada entre a artista e sua viúva, Wilma Petrillo, que administrava a carreira da cantora, acumular uma dívida de R$ 33.254,83.
O valor se refere às contas não pagas por Petrillo entre janeiro e março de 2021. Devido a essa dívida, a empresa entrou para o cadastro de inadimplentes do Serasa em janeiro deste ano.
O contrato com o Bradesco Saúde havia sido assinado um ano antes, conforme uma das cláusulas do documento. A reportagem tentou contatar Petrillo por telefone e mensagem de texto, mas não obteve retorno até o momento desta publicação.
Dois meses antes de morrer, Gal precisou fazer uma cirurgia para a retirada de um nódulo na fossa nasal direita. Com o cancelamento do plano, não era possível saber se o procedimento seria realizado ou não, o que gerou um estresse entre os assessores da cantora.
Gal passou pela cirurgia em setembro do ano passado, no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, na zona sul de São Paulo.
Num processo de quase 300 páginas, a Justiça determinou, reiteradamente, o pagamento do montante, mas Petrillo não se manifestou. Em outubro passado, a defesa do seguro de saúde pediu a penhora dos bens restantes da empresa.
O oficial de Justiça, porém, não encontrou ninguém na sede da GMC, que ficava na avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste da capital paulista, e tampouco conseguiu localizar o novo endereço da produtora.
Desde janeiro, o nome da GMC está sujo no Serasa. Em junho, a defesa do Bradesco Saúde protocolou um pedido de desconsideração da pessoa jurídica, dada a ausência da quitação da dívida. Solicitou, então, que Petrillo usasse o próprio patrimônio para o pagamento do montante.
Gal Costa morreu em novembro, vítima de um infarto fulminante, conforme consta de sua certidão de óbito. Segundo o documento obtido pela reportagem, a cantora já estava doente com um câncer de cabeça e pescoço.