SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Harvey Weinstein foi condenado a 16 anos de prisão nesta quinta-feira, o que significa que o ex-magnata de Hollywood, símbolo da masculinidade tóxica que veio a caracterizar o movimento #metoo, passará seus últimos anos de vida atrás das grades.
Weinstein, 70, já está cumprindo uma condenação de 23 anos por agressão sexual em um processo que terminou em 2020, em Nova York.
A sentença desta quinta, relativa ao estupro de uma atriz em 2013, foi lida em um tribunal de Los Angeles, quase dois meses depois que seu julgamento na cidade o condenou por estupro e abuso sexual. Os promotores haviam pedido a pena máxima de 24 anos de prisão, sem direito a liberdade condicional.
A identidade da vítima é mantida em segredo.
Durante um mês, os 12 membros do júri em Los Angeles ouviram mulheres, que na época buscavam fazer seu nome no show business, acusar o magnata do cinema de encurralá-las e abusar delas em quartos de hotel.
As mulheres, incluindo a agora primeira-dama da Califórnia, Jennifer Siebel-Newsom, detalharam encontros sexuais que teriam ocorrido contra sua vontade e sob coerção física ou psicológica.
Segundo elas, Weinstein se beneficiava da impunidade proporcionada por sua posição de poder na indústria do entretenimento.
O Ministério Público o caracterizou como um predador sexual que usava sua influência para pressionar e abusar de mulheres, aproveitando-se também de seu porte físico para intimidá-las.
Por sua vez, a defesa argumentou que as relações de Weinstein eram consensuais e centradas na ideia de que todos os encontros eram em forma de transações, com mulheres que buscavam uma oportunidade na competitiva indústria cinematográfica.
O júri o considerou culpado de abusar sexualmente de uma das mulheres, mas o absolveu das acusações de agressão por uma segunda mulher e não chegou a um consenso sobre as acusações relacionadas a outras duas demandantes, incluindo a primeira-dama da Califórnia.
Rumores sobre o comportamento do produtor de "Pulp Fiction" e "Shakespeare Apaixonado" circularam por anos em Los Angeles, mas não foram contestados até 2017, quando foram publicadas acusações explosivas de várias mulheres contra ele, que o acusavam de comportamento abusivo.
As denúncias foram consideradas a origem do movimento #MeToo, que levou dezenas de mulheres a denunciar a violência sexual no trabalho e o abuso de poder.