SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com frequência correm boatos de que Idris Elba, 50, pode se tornar o próximo James Bond, em uma versão "negra" do detetive atualmente interpretado por Daniel Craig. Mas, em uma entrevista a revista Esquire, ele disse que nega ser definido como "um ator negro".
Na publicação, o ator reflete sobre suas experiências e afirma que falar sobre as diferenças torna os humanos obcecados por raça. "Se passássemos metade do tempo não falando sobre as diferenças, mas sim sobre as semelhanças entre nós, todo o planeta teria uma mudança na forma como lidamos uns com os outros. E essa obsessão pode realmente atrapalhar as aspirações das pessoas, atrapalhar o crescimento das pessoas", comenta.
Apesar disso, o ator não nega o racismo presente na sociedade e diz que já foi vítima da violência. "Já enfrentei racismo? Sim. O racismo deve ser um tema de discussão, com certeza porque é muito real. Mas, da minha perspectiva, é tão poderoso quanto você permite que seja", fala Elba.
Por isso, ele declara que parou de se definir como um ator negro. "Parei de me descrever como um ator negro quando percebi que isso me colocava em uma caixa. Temos que crescer. A nossa pele não é mais do que isso: é só pele".
Idris comenta ainda que tem consciência de que, em algumas situações, é a primeira pessoa como ele a fazer determinadas coisas -e que quer deixar isso como legado.
"Aceito que faz parte da minha jornada estar ciente de que, em muitos casos, posso ser o primeiro a fazer determinada coisa. E isso é bom, deixar como parte do meu legado. Para que outras pessoas, crianças negras, mas também crianças brancas crescendo nas circunstâncias em que cresci, possam ver que havia uma criança", reflete.