Atrações desta terça-feira (27) do projeto Flamboyant In Concert, Lô Borges e Samuel Rosa fazem shows juntos desde 1999 e a parceria rendeu um CD e DVD gravado ao vivo em Belo Horizonte, em agosto de 2015. No repertório, sucessos dos Skank, do Clube da Esquina de Lô e outros compostos em parceria pelos dois, como Dois Rios, de 2003, a primeira música que fizeram juntos. A dupla se apresenta, às 19h30, com o show Encontro de Gerações. Em entrevista por telefone ao POPULAR, Lô Borges fala do show, da amizade com o vocalista do Skank, sobre o mercado fonográfico e o atual momento da música brasileira. Confira:
Você e o Samuel Rosa são parceiros há quase 20 anos. Como é dividir o palco com um artista de uma geração diferente?
É enriquecedor. Ele toca guitarra na minha música e eu toco na dele. Não é um show dividido, não é setorizado, uma hora só Skank, uma hora só Lô Borges, é tudo junto. No palco, a gente se comporta como se fosse uma banda nova, tanto que os músicos que acompanham nossa turnê não tocam nem só comigo nem só com ele.
Como surgiu a parceria entre vocês?
Em 1996, gravei no meu disco a música Te Ver, do Skank, que era na época uma banda emergente. Depois encontrei com o Samuel em uma festa e ele me disse que tinha sido uma grande alegria eu ter cantado a canção dele. A gravação sinalizou que podíamos fazer alguma coisa juntos e surgiu a ideia de fazer um CD e DVD.
Você viveu o auge e a queda do mercado fonográfico. Como você analisa o novo cenário criado pela internet?
É um espaço democrático, mas ainda é preciso repensar a questão dos direitos autorais. A internet acabou com aquele sonho de adolescente de fazer um trabalho e ser contratado por uma gravadora. Isso acabou. Agora é hora de utilizar as ferramentas disponíveis na atualidade e fazer algo independente.
Qual sua avaliação sobre o atual momento da música brasileira?
Não estou muito por dentro da coisa trash que rola no mercado. Escuto o pessoal dizendo que está muito ruim, de qualidade duvidosa. Eu não me contamino com essas músicas, não sei qual é a moda que está tocando porque eu só escuto música brasileira boa. Eu vou direto na fonte das coisas que tenho guardado e escuto.
O disco Clube da Esquina surgiu em meio aos primeiros anos da ditadura militar. Naquela época, a música era uma bandeira na luta contra a repressão. Na sua opinião, hoje a música ficou mais mercadológica do que social?
Hoje a música está mais voltada para o lado do entretenimento do que de uma resistência política. Ainda tem artistas que seguem um cunho político, mas no geral fala mais alto a questão mercadológica.
Como você avalia a situação política atual do País?
Um caos. É lamentável e patético. Você olha para a direita vê corrupção, olha para a esquerda, vê corrupção, olha para o centro vê corrupção. São 14 milhões de desempregados, o brasileiro está sofrendo por conta das desonestidades dos nossos políticos.
Show: Samuel Rosa e Lô Borges, em Encontro de Gerações
Data: Hoje (27), às 19h30
Local: Deck Parking Sul, Piso 1, Flamboyant Shopping Center, Avenida Jamel Cecílio, n º 3.300, Jardim Goiás
Classificação etária: livre
Ingressos esgotados
