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Lady Gaga pede paz, J-Lo fala espanhol e jovem poeta negra marca posse de Biden

Reprodução / Twitter
Lady Gaga cantando o hino dos EUA na posse de Joe Biden

Foi vestindo as cores de bandeira americana, azul-marinho e vermelho, que a cantora Lady Gaga subiu ao palco para cantar o hino nacional na cerimônia de posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, nesta quarta (20).

A transmissão do evento começou às 12h (horário de Brasília), nos principais canais de notícias e no YouTube da Comissão de Inauguração Presidencial, e os shows, em torno das 13h40.

Além das cores, Gaga ainda usou na lapela uma enorme pomba da paz dourada. Afora a roupa, com uma saia extravagante, a interpretação seguiu o roteiro da ocasião, formal.

Também a cantora Jennifer Lopez, que interpretou "This Land is Our Land", mostrou sua marca no figurino, um terninho branco com blusa cheia de babados e brincos de pedrarias.

Em sua performance, a artista emendou a música --que fala sobre os Estados Unidos serem uma terra de todos --com a canção "America the Beautiful". Ao final, também recitou uma parte do juramento à bandeira americana, o "Pledge of Allegiance", em espanhol. O trecho diz "uma nação sob Deus, indivisível, com liberdade e justiça para todos".

Depois do primeiro discurso de Biden como presidente, o cantor e compositor de música country Garth Brooks interpretou "Amazing Grace". A canção, símbolo da solidariedade negra e muito associada às igrejas batistas americanas, foi escrita por um ex-traficante de escravos britânico, John Newton, no século 18. Uma de suas gravações mais famosas foi feita por Aretha Franklin, a diva da música negra que se apresentou na posse do também democrata Barack Obama, em 2009.

Depois de Brooks, foi a vez da poeta Amanda Gorman tomar o palco. Aos 22 anos, Gorman é a escritora mais jovem a participar de uma cerimônia de posse presidencial nos Estados Unidos. Também foi a primeira a escrever algo inédito especialmente para a ocasião --ela se diferenciou nesse sentido de nomes como Maya Angelou, Robert Frost e Elizabeth Alexander.

Em sua apresentação, Gorman falou sobre unir forças para fazer o país se levantar e se reconciliar numa nação repleta de diversidade. "Vai chegar um dia em que sairemos da sombra e surgirá uma nova era", disse.

Um dos trechos do poema parecia se referir especificamente à invasão do Capitólio no início deste mês, ao mencionar uma democracia que por pouco não caiu por terra. "Vimos uma força que destruiria nossa nação em vez de compartilhá-la/ Que destruiria nossa nação se isso significasse adiar a democracia/ E esse esforço quase foi bem-sucedido", disse.

"Mas enquanto a democracia pode ser, de tempos em tempos, adiada/ Ela não pode jamais ser derrotada./ Nessa verdade, nessa crença, confiamos./ Pois enquanto nossos olhos encaram o futuro/ A história põe seus olhos sobre nós."

Ao Wall Street Journal, Gorman disse que terminou de escrever o poema, intitulado "The Hill We Climb", ou a colina que escalamos, na noite do dia em que o Capitólio foi invadido por apoiadores do ex-presidente Donald Trump.

"Usei aquilo como lembrete de que precisamos de sentido e espírito para nos ajudar a dar sentido às coisas."

Ela disse ainda ter buscado inspiração em discursos do líder abolicionista Frederick Douglass e do presidente Abraham Lincoln.

Por causa da pandemia, alguns ritos tradicionais deste dia acontecem de forma virtual, como o desfile com participação de artistas e atletas, marcado para as 17h15.

À noite, por volta das 22h30, começa o especial de televisão "Celebrando a América", com apresentação do ator Tom Hanks e performances de artistas como Jon Bon Jovi, Foo Fighters, John Legend, Demi Lovato, Kerry Washington e Justin Timberlake.

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