Galvão Bueno, Cléber Machado, Tite, Gilberto Gil, Milton Cunha, Neto. A lista de personalidades em que Marcelo Adnet investe seu talento para imitações dentro do Que Doha É Essa não termina antes do fim da Copa.
Com roteiro de Marcelo Martinez, Leonardo Lanna, Wagner Pinto e direção de Sidney Garambone, o quadro dentro do Central do Copa (Rede Globo e Globoplay) é campeão, sem sair do Brasil. No camarim do estúdio na Zona Sul do Rio, onde grava diariamente, Adnet revela os detalhes de como ele nasce do dia pra noite.
“Aqui nos bastidores do Que Doha É Essa, o trabalho é todo dia, toda hora. A gente assiste aos jogos da Copa do Mundo e fica pensando o que vai falar, o que vai abordar. Não dá para prever qual vai ser a pauta, é uma pauta viva. Tudo o que é gravado vai ao ar no mesmo dia, essa é a principal característica do programa. Temos uma equipe de roteiristas e de caracterização, tanto de figurino quanto de maquiagem, cabelo, barba, para fazer com que tudo ande e funcione no mesmo dia. E também nos dá a possibilidade de pirar nesse universo que o esporte proporciona, que vai muito além das quatro linhas do gramado”, explica o humorista.
Na terça-feira (6), Adnet gravou uma paródia envolvendo os vencedores da última rodada das oitavas de final, e encarnou um personagem português e outro marroquino: “Os personagens surgem no dia. Hoje (terça) rolou uma gravação, em que o principal tema foi a vitória de Portugal 6x1 sobre a Suíça, e a gente fez o Luis Roberto Leal, que é a mistura do nosso locutor Luis Roberto com o Roberto Leal, cantor português.”
Marcelo Adnet apostou no quadro como uma alternativa de fazer piada com as diferenças. “O Que Doha É Éssa? surgiu com a missão de brincar com todas as situações, ainda mais numa Copa no Catar, que é um lugar difícil e diferente do que a gente está acostumado”.
Além dos quadros gravados à noite, horas antes de o Central da Copa ser exibido, Marcelo Adnet faz participações ao vivo no programa e confessa estar se divertindo com a experiência. “É uma emoção diferente. Você estar ao vivo fazendo uma outra pessoa. É bem louco. De toda maneira, acho que a gente está bem na temperatura da Copa, em cima do lance, fazendo também um trabalho jornalístico, de base, para finalmente chegar lá na ponta, que é o humor”, acredita.
A figurinista Alessandra Barrios, há 22 anos na Globo, e o caracterizador Rubens Libório, que trabalha com Adnet há sete anos, são os responsáveis pelo milagre da multiplicação de personagens.
“Como trabalhamos com roteiro factual, toda a equipe colabora pra montar os personagens com peças de acervo pessoais. Já usei camisas de seleções, de times, tanto de equipe técnica como da direção e do roteiro. É uma construção conjunta. E como fazemos muitas imitações de repórteres, comentaristas da Globo, pego uniformes com o acervo da casa, mas busco nos detalhes para marcar a pessoalidade e a diferença entre eles. No Galvão, por exemplo, tem um colar que o próprio narrador já usou muito, o nosso Cléber Machado tem relógio de pulseira preta igual ao dele”, revela Alessandra, que aponta a imitação do Rei Charles, como a sua preferida, até o momento: “Tivemos um desafio com a mão inchada do rei, e para o figurino “casar”, contamos com a mão feita pela produção de arte”.
Marcelo Adnet garante que seu personagem preferido não imita ninguém. “Eu particularmente adoro o personagem Eliteral, o repórter que faz matérias literais, que se aproveita do que tem ao redor dele para fazer a matéria. Não é uma imitação direta de alguém, é a imitação de um tipo de matéria jornalística. E faz o maior sucesso”, aponta ele, que também torce, para que entre as imitações, a de Cléber Machado esteja agradando o homenageado: “Tenho a maior admiração, adoro o Cléber. Ele está na melhor fase. Adoro fazer imitação do Cleber Machado, porque ele começa a pensar coisas e vai indo para outros lugares, muito além do que está acontecendo no campo. Espero que ele esteja gostando também”.