O chargista e artista gráfico Joaquín Salvador Lavado, conhecido como Quino, morreu nesta quarta-feira, aos 88, em Mendoza, sua cidade natal. “Morreu Quino e, com isso, todas as pessoas boas deste país e do mundo vão chorar”, disse Daniel Divinsky, seu editor, ao anunciar a morte por meio das redes sociais.
Ele era o pai de uma das personagens mais famosas do mundo dos quadrinhos, a inconformada Mafalda, uma menina de classe média argentina nascida em setembro de 1964, fã dos Beatles, de panquecas e que odeia sopa. Mafalda também tem um agudo senso crítico para as injustiças sociais e para questões relacionadas à existência humana. Nunca assumiu posições políticas explícitas, mas claramente era identificada com os movimentos progressistas. Embora tenha existido por meio de tirinhas publicadas em jornais só entre 1964 e 1973, Mafalda permaneceu viva no imaginário argentino, povoando memes, cartazes políticos, feministas e progressistas em geral.
Filho de imigrantes espanhóis, Quino se mudou para Buenos Aires, aos 18 anos, para estudar desenho. Começou a publicar charges e quadrinhos em jornais em 1954. Em 1964,publicou na revista Primera Plana a primeira história de Mafalda e sua turma, que logo se transformaram em símbolos da efervescente cultura da década de 1960 na Argentina - tornando-se famosa nos demais países da América Latina.
Em 1965, Mafalda começou a ser publicada no jornal argentino El Mundo, um dos principais dessa época. A garotinha de cabelos negros enrolados andava sempre acompanhada de um grupo de amigos, alguns baseados em personagens da vida real do cartunista
o final da década de 1960, Quino também passou a ser traduzido para vários idiomas. Sua primeira edição em italiano teve uma introdução de Umberto Eco e levava o título Mafalda, a Contestadora.