O clima soturno dos primeiros capítulos da nova novela das 9, O Sétimo Guardião, que estreou na segunda (1), jogou uma pá de cal no clima solar de sua antecessora, Segundo Sol (que se desenvolveu bem, mas teve um final decepcionante).
O autor Aguinaldo Silva retomou seu saudoso universo do realismo fantástico, com aquela aguardada mistura de magia e mistério, mas avançou para o terror, com direito a visões aterrorizantes por parte da sensitiva Luz, a mocinha vivida por Marina Ruy Barbosa. Ela, que até então não conhecia o também mocinho Gabriel (Bruno Gagliasso), teve visão dele lhe pedindo ajuda após sofrer um acidente e o encontrou depois de o rapaz ser enterrado vivo.
Aliás, a interpretação do casal de mocinhos está ok, mas quem já começou a chamar a atenção foi a vilã Valentina, interpretada pela ótima Lília Cabral, 6 dos 7 guardiões (porque, num grupo formado por grandes atores, Paulo Rocha precisa mostrar a que veio) e, claro, o fascinante gato Léon, presente em momentos importantes nesse início da trama.
Aguinaldo impôs uma narrativa ágil logo no começo, já selando o destino de praticamente todos os personagens principais: a escolha de Gabriel, feita por Léon, como o próximo guardião a ocupar o lugar de Egídio após sua morte; o mesmo Gabriel abandonando a noiva no altar após receber o ‘chamado’ de Léon, provocando a fúria de sua mãe, Valentina; a promessa de vingança do pai (Tony Ramos) da noiva abandonada; o encontro dos mocinhos.
Polêmica
No final do primeiro capítulo, a Globo exibiu o nome dos ex-alunos de Aguinaldo que reivindicam a coautoria da sinopse da novela. Nos créditos finais, veio escrito “sinopse desenvolvida por Aguinaldo Silva, com a colaboração dos alunos do curso de Master Class”, seguido pelos nomes dos alunos. Até o momento, a emissora não respondeu à reportagem se os nomes desses alunos vão ser mantidos sempre nos créditos finais.